Uma constatação: o país está dividido! E não se trata de um lado, o bem, e do outro lado, o mal, não! Se trata de um lado político contra um outro lado político, num antagonismo cheio de segundas, terceiras, quartas e muitas outras intenções sequenciadas! Agora, os iludidos – e um iludido é pior que um doido! – com esse debate bem meia-boca que se iludam, mas que isso não prejudique a população como um todo, né isso?
Pois bem, a mais recente cisma divisória dessa antagônica turma tem se dado em cima do financiamento público dos festejos juninos. E, em Sergipe, talvez por falta de pautas mais interessantes, alguns meios de comunicação “compraram” essa briga que, em suma, é o resumo do debate entre o “tororó” de Anitta e o órgão excretor vocal de um desses cantores sertanejos – e são tantos que nem vale a pena nominar!
Mas, na verdade, o que ambas as partes vocalizam é: Lei Rouanet versus Prefeitura Paga Cachês com recursos públicos. E, nessa briguinha, todos estão errados. Tanto a Lei Rouanet quanto o financiamento público de eventos festivos e culturais têm suas razões de ser e existir. E se, em algum dos dois casos, houver problemas, canalhices e safadezas financeiras, que se investigue e se puna, ora pois! Mas o que não é correto é se “matar o boi pra acabar com o carrapato”, ou se aniquilar uma ou outra forma de financiamento cultural e/ou artístico apenas para agradar um ou outro lado político!
Dito isto, voltemos a Sergipe: festas populares, especialmente as juninas, merecem, sim, financiamento público. As razões, que AndersonsBlog exporá adiante, se resumem bem numa só: a economia é aquecida nos municípios em que os festejos acontecem e isso impacta também na economia estadual, ora pois!
E aí, numa situação macroeconômica tão complicada como a que o País vive, seria correto condenar as festas pelo fato das prefeituras investirem recursos públicos para que elas ocorram? Pra alimentar o debate, vamos começar dividindo as tais festividades em duas situações efetivamente distintas.
Festas que geram renda
Nessa primeira situação, utilizaremos quatro exemplos: São João Mais Cultural do Brasil, de Estância; Feira do Caminhão e Festa dos Caminhoneiros, de Itabaiana; Festival da Mandioca, de Lagarto; e Forró Caju, de Aracaju.
Comecemos por Estância: além de ser uma festa que dura um mês inteiro, com eventos culturais e musicais todos os dias, o financiamento público vai além da contratação de atrações musicais, em sua imensa maioria composta por artistas locais, pois a prefeitura de Estância também investe pesado na contratação de fogos de artifícios, com destaque para o belíssimo espetáculo do Barco de Fogo, cada um deles confeccionado por uma mão de obra absolutamente local. Só nesse item, coisa de R$ 1 milhão investido. Precisa dizer o quanto o financiamento público gera benefícios para a comunidade estanciana?
Já em relação a Itabaiana, além da festa em si, tem a Feira do Caminhão, que foi da quinta, 9, até o último domingo, 12, num espaço de negócios incrível e cuja efetividade, apenas neste ano, antes mesmo da feira começar, já havia gerado R$ 10 milhões em vendas. Imagina, ao final do evento, quanto não rende em negócios? Segundo dados preliminares, coisa de mais de R$ 35 milhões e aumentando, uma vez que negócios prospectados durante a Feira do Caminhão e posteriormente concretizados têm que entrar nessa mesma conta, né não? E a arrecadação com isso, também na casa dos milhões, já não bastaria como justificativa mais do que plausível para o financiamento público do evento?
E Lagarto e seu Festival da Mandioca? Para além dos festejos musicais, a cidade, que é a maior produtora de mandioca do Estado, aproveita seus festejos juninos para valorizar toda a cadeia produtiva envolvida e elevar os produtos derivados, divulgando-os e, consequentemente, abrindo novas oportunidades de negócios para os produtores locais. E neste ano de 22 também apresenta uma interessante novidade: a cerveja de mandioca, feita em parceria como uma casa cervejeira sergipana. Dá pra imaginar o impacto econômico de uma nova utilização de um produto agrícola com tamanha capilaridade em todo o município?
Pra fechar essa primeira sequência analítica, a festa pública mais fácil de analisar o impacto no aquecimento da economia é o Forró Caju, em Aracaju. Nesse caso, além de uma série de fatores, destaque-se tão somente o setor hoteleiro que, com o evento patrocinado e financiado pelo poder público, pela prefeitura aracajuana, consegue, via de regra, uma ocupação de leitos muito acima do registrado em períodos sem o mesmo atrativo festivo. Inclusive a ABIH/Sergipe já estima, para esta segunda quinzena de junho, 100% de ocupação de leitos na rede hoteleira sergipana. Tá bom ou quer mais?
Resumindo: Estância gera, dentre outras, renda para o setor produtivo de fogos de artifício; Itabaiana, dentre outras, gera renda para o importante segmento de transporte rodoviário; Lagarto, por sua vez, gera renda para seus produtores rurais; e Aracaju alimenta, com sua festa, o importantíssimo segmento hoteleiro. Certo assim?
Festas que movimentam a economia
Na segunda situação analisada, AndersonsBlog avalia festas juninas sergipanas deste ano que estão ou estiveram sob o fogo cerrado da crítica pelos gastos públicos nelas alocados. Para chegar a elas, uma rápida busca na net dá conta do recado. Mas este site escolheu três delas para exemplificar e pontuar o que pensa sobre o assunto: Areia Branca, Ribeirópolis e Capela.
Areia Branca, vale frisar, tem uma tradição de décadas quanto ao seu São João, que já foi chamado de São João de Paz e Amor e, atualmente, é batizado como São João de Pé no Chão. A festa, com estrondoso sucesso, aconteceu nos dias 30 e 31 de maio e prossegue nos dias 23 e 24 de junho.
Já Ribeirópolis realizou na quinta, 9, o 1º Forró dos Sonhos. Mesmo com o sucesso retumbante de sua primeira edição, é válido lembrar que Ribeirópolis, assim como muitas cidades sergipanas, já possuía tradição em celebrar as festas juninas, o que dirime quaisquer dúvidas sobre a legitimidade da festa ocorrida este ano.
E Capela, convenhamos, dispensa comentários. Seus festejos, iniciados este ano em 31 de maio com a Sarandaia, alcança seu ápice nas celebrações a São Pedro, aí já no final de junho e no início de julho. O fato é que se alguém desconhecer a magnitude e a relevância do São Pedro de Capela, na verdade desconhece também o gigantismo dos festejos juninos sergipanos e ponto!
E quais seriam os “pecados capitais” cometidos pelas gestões dessas três cidades a ponto dos gastos públicos com seus festejos serem alvos de críticas? Bem, numa análise superficial, a questão é mesmo numérica: Areia Branca investe quase R$ 1,6 milhão; Ribeirópolis, R$ 590 mil; e Capela, estima-se, também ultrapassará a marca de R$ 1 milhão.
Mas, para efeito desta análise, vamos jogar pra cima a média desses gastos: digamos que essas três cidades investirão, somadas, algo em torno de R$ 4 milhões nos seus respectivos festejos juninos, ok? Uma fábula? Sim, pois calculada isoladamente, não deixa de ser uma dinheirama a perder de vista.
Mas AndersonsBlog propõe juntarmos a essa conta mais um número, fundamentado pela estimativa do IBGE quanto à população dessas três cidades devidamente somadas: só nelas vivem mais de 70 mil sergipanos e sergipanas.
Sendo assim, e por conta da absoluta falta de estudos oficiais em relação aos impactos econômicos das festas juninas em Sergipe – um problema que questionaremos mais adiante –, não seria intangível supormos que, desse universo populacional, cerca de 40%, algo próximo da população economicamente ativa e com algum vínculo empregatício e/ou ocupacional efetivo, se disporia a gastar, em média, de R$ 150 a R$ 200 em vestuário e calçado, certo? Bem, numa conta simples, seja à vista, seja a prazo, esse contingente de consumidores em ação, ali em torno de 28 mil pessoas, pode muito bem ser responsável pela circulação, nas respectivas economias locais, de algo entre R$ 4,2 milhões e R$ 5,6 milhões!
Mas tem mais outro número indissociável quando se avalia toda e qualquer festa pública: ora, ora, claro que se trata público total presente, no acumulado, das referidas datas, atraído por nomes da moda musical que, justamente, são os motivadores das críticas aos gastos públicos realizados por conta de seus caríssimos cachês. Comecemos pelo óbvio: sem essas atrações da moda, qual festa, seja em qual fosse a cidade, seria capaz de atrair milhares de pessoas, data após data? Precisa mesmo responder?
E assim, deixando de lado os exageros ufanistas de quem realiza essas festas, seja qual for e em qual que seja a cidade, é possível calcular, em média, tranquilamente, um público de 10 mil pessoas a cada data, inclusas as com as atrações maiores e mais caras – e, por isso mesmo, motivadoras das tais críticas, né isso?
Levando em consideração que Areia Branca teve duas datas e terá mais duas, Ribeirópolis teve uma e Capela, ao todo, terá cinco datas com as tais grandes atrações mescladas com artistas locais, chegamos a um total de dez eventos com, por baixo, a presença de pelo menos 10 mil pessoas em cada um deles, seja das próprias cidades, seja de visitantes que, ao final e ao cabo, somados, representariam, no mínimo, um público acumulado na casa de 100 mil.
Novamente reclamando a ausência de dados oficiais – algo que, reforçando, será alvo de questionamentos mais adiante –, AndersonsBlog apelará ao bom senso e, sempre numa estimativa realista e bastante modesta, calculará o gasto médio de cada uma dessas pessoas – levando em consideração desde o combustível gasto para locomoção e translado, até a bebida e a alimentação consumidos – entre R$ 70 e R$ 100.
Sem medo de errar: as festas de Areia Branca, Ribeirópolis e Capela tiveram e/ou têm potencial para um giro financeiro real, com dinheiro efetivamente circulando, entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões no somatório de todas as suas respectivas datas!
Assim, entre o que as populações locais injetaram, injetam ou injetarão nas suas respectivas economias, bem como o que locais e turistas gastaram, gastam ou gastarão em cada uma das datas, não há nada de exagerado em se estimar montantes financeiros em circulação entre R$ 11,2 milhões e R$ 15,6 milhões! Isso apenas em dez datas nas três cidades analisadas e cujos gastos públicos confirmados e/ou estimados beirariam R$ 4 milhões!
Sendo absolutamente direto: com gastos públicos estimados em cerca de R$ 4 milhões sendo capazes de fomentar um giro econômico, também estimado, entre R$ 11,2 milhões e R$ 15,6 milhões, tem como contestar a eficácia desse tipo de investimento público e, especialmente, o retorno por parte dele à economia local, seja nos municípios, seja no Estado, em proporções que variam de R$ 2,80 até R$ 3,90 a cada R$ 1 investido?
Problemas? Só com a falta de informação…
Bem, mas como já dito anteriormente no início desse textão – é verdade: num tema tão complexo não dá pra economizar em informação, né não? –, em caso de problemas, suspeitas e afins quanto a boa e correta utilização de dinheiro público na realização de eventos festivos, também públicos, que se investigue e se puna, quando for o caso.
Mas não é aceitável que o debate se resuma a um lado contra o outro! Trocando em miúdos: Lei Rouanet X Prefeitura Paga Cachês é de um antagonismo tão oportunista, mas tão oportunista que só mesmo o esgarçamento político-eleitoral do atual momento pode minimamente explicar.
Mas como a ideia aqui em AndersonsBlog é sempre alimentar o bom debate, vamos nessa! Primeiro vamos em “defesa” da Lei Rouanet: ainda que estudos mais recentes não estejam amplamente disponíveis, nada como uma instituição de peso pra ajudar numa boa análise, como é o caso da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
E, apesar de datar de 18, não deixa de ser sintomático que a FGV tenha demonstrado, à época, que a cada R$ 1 de renúncia fiscal proporcionado pela Rouanet, R$ 1,59 tenham retornado à economia local – local, ok? Conta simples: cada Real oriundo da Lei Rouanet “rendeu” 59% em termos de giro econômico.
Esse estudo, publicado em 18 pela conceituada Exame (leia aqui), resumiu o histórico da Lei Rouanet até então. Vale conferir esse trecho para, depois, seguirmos adiante: “Entre 1993 e 2018, a lei gerou R$ 31,22 bilhões em renúncia fiscal, em valores reais corrigidos pelo IPCA (N.R.: à época, claro!). Esses R$ 31,22 bilhões não só retornaram à economia brasileira como geraram outros R$ 18,56 bilhões. No total, o impacto econômico da lei foi de R$ 49,78 bilhões”. Precisa desenhar? Não, né?
Então a Rouanet ganhou a disputa? Qual o quê! E é a mesma FGV que, em mais um de seus estudos, também datado de 18 – sim, também antigo, também antes da pandemia, mas, felizmente, existente! – que ajuda a entender esse processo como um todo e a derrubar por terra esse tal antagonismo de ocasião entre incentivos fiscais contra gastos públicos em eventos culturais e/ou festivos. Portanto passemos à “defesa” dos gastos públicos em festas públicas.
Veja só, leitor e leitora, o que diz reportagem da Tribuna do Norte (leia aqui) de três anos atrás: “estudo encomendado pelo Ministério da Cultura à Fundação Getúlio Vargas, divulgado em novembro do ano passado (N.R.: em 18, certo?), comprovou que a cada R$ 1 investido em eventos culturais, pelo menos R$ 13 retornaram aos cofres públicos”. Esse cálculo se deu a partir dos investimentos públicos realizados pelo governo estadual e pela prefeitura da capital no Estado do Rio de Janeiro.
Mas, para deixar ainda mais claro do que trata o estudo da FGV, então focado no programa Rio de Janeiro a Janeiro, lá em 18, vale mais um trecho da matéria linkada logo acima do Tribuna do Norte, veículo de comunicação potiguar em plena atividade, para não deixar dúvidas sobre o alcance daquele levantamento, inclusive no Nordeste, mais especificamente no Rio Grande do Norte. “No caso de Natal/RN, o exemplo do carnaval 2019 é bem ilustrativo. Para cada R$ 1 investido o retorno foi de quase R$ 12, considerando que a Prefeitura de Natal investiu aproximadamente R$ 6 milhões no período e o evento fez circular R$ 71 milhões na economia da cidade”. Novamente: precisa desenhar? Claro que não!
Portanto, o pano de fundo inicialmente utilizado para que festejos juninos municipais sergipanos, com seus respectivos gastos públicos, sejam criticados a partir dos valores envolvidos, numa reprodução local da ridícula disputa entre Lei Rouanet X Prefeitura Paga Cachê – ou um lado (político) contra o outro lado (político) – se esvai completamente a partir de números alcançados, seja em relação aos estimados, seja aos efetivamente pesquisados por uma instituição do porte de uma FGV!
Se é pra criticar, que se critique o que é criticável…
Mas AndersonsBlog não se furtará a exercer um papel crítico em relação aos festejos juninos sergipanos, não! Só que, exercendo plenamente a liberdade de opinião que defende de maneira intransigente, este site avaliará a questão a partir de uma visão macro. Comecemos com uma constatação: Sergipe é, sim, o País do Forró, sem dúvida!
Esse batismo se dá numa simbiose interessantíssima: a música Chamego Só (País do Forró), do saudoso Rogério, já vaticinava, em seus primeiros versos, “Sergipe é o país do forró/Tem milho, canjica e quentão/Quando chega mês de junho/Na Rua de São de João/O Forró vai começar/Laiá, laiá”, e por aí vai! O ano de lançamento da canção: 1989. Dali em diante entraram e saíram governos, mas todos, sem exceção, ao menos em algum momento, passaram a usar o mote “Sergipe é o País do Forró” como forma de atrair turistas durante as festas juninas.
Mas aí é que está: assumir o mote foi e é uma atitude inteligente de todos os governantes desde então, mas o correto mesmo seria assumir, de fato e de direito, o comando “administrativo” desse tal País, né não?
Explica-se: com raras e breves exceções, como os casos do vereador Fabiano Oliveira que, ao final do segundo governo de Albano Franco, a partir de 01, e do saudoso Pedrinho Valadares, durante a última administração do também saudoso João Alves, entre 03 e 06, assumiram a responsabilidade estatal sobre o Turismo nessas respectivas gestões, é fato que essa área específica da administração estadual não tem sido contemplada com gestores com talento para unir a capacidade técnica com a necessária sapiência política.
Sim, porque o desenvolvimento turístico de todo o Estado passa, necessariamente, por uma relação profícua entre o governo e todas as prefeituras, sem exceção e sem desnecessários antagonismos político-eleitorais. Por isso que AndersonsBlog destacou a atuação tanto de Fabiano Oliveira, cuja expertise com o PréCaju se uniu a sua atividade política, o que foi fundamental para que o mote “Sergipe é o País do Forró” se sacramentasse, se sacralizasse e se tornasse definitivo, né verdade?
Assim como a passagem de Pedrinho Valadares, que foi político na essência, mas com reconhecida competência técnica em todas as atividades que desempenhou, também tivesse um marcante feito, e também a partir de um outro mote inteligentíssimo, lançado pela gestão dele na pasta lá em 03, que sentenciava: “Se Deus é Brasileiro, São João é Sergipano!”. Ou seja: Pedrinho e sua equipe proporcionaram a ampliação do conceito de um Sergipe uno, indivisível mesmo, quando o assunto é festejos juninos!
Mesmo com todo respeito possível e imaginável aos demais nomes que ocuparam o Turismo governamental sergipano, inclusive o atual, Sales Neto, que, por sinal, tem relação histórica e familiar com a área – sim, pois seu pai, o saudoso José Sales Filho, que recentemente nos deixou, teve destacada atuação na área durante governos de João Alves entre os anos 1980 e 1990, especialmente na atração de investimentos hoteleiros para o Estado –, seria possível identificar alguma política pública, da parte do governo estadual, que contemplasse essa espécie de “unificação” de Sergipe inteiro em prol daquela que é a sua festa maior?
Mais: e dados oficiais sobre o potencial econômico de um mês inteiro em que Sergipe pode e deve se tornar a maior atração turística de todo o País, atraindo a atenção de turistas brasileiros e estrangeiros para nosso Estado e para todos, novamente sem exceção, os nossos municípios, alguém tem notícia?
Então, é justamente esse o ponto que AndersonsBlog vem apontando desde lá atrás nesse quase infindável texto, pois sem dados oficiais abrangentes, baseados em pesquisas recorrentes e contínuas, não há como elaborar nenhuma política pública minimamente qualificada, especialmente uma que seja voltada para uma unificação das festividades juninas do chamado País do Forró, de forma a tornarmos, em junho, Sergipe num imenso arraial junino, cheio de turistas do Brasil e do mundo!
E o que sugere, modestamente, AndersonsBlog?
Bem, depois desse imenso compêndio com muita opinião e informações devidamente fundamentadas, com dados estimados e com aqueles efetivamente pesquisados, a sugestão é tão simples quanto direta: senhores prés ao Governo do Estado, que tal aproveitarem a efervescência festiva pré-eleitoral e colocarem suas respectivas cabeças e equipes para a elaboração de uma espécie de Plano Quadrienal, válido para o período entre 23 e 28?
Sim, e que tal colocarem, nesse mesmo plano, a previsão do mês de junho, a cada ano desses próximos quatro, com festividades juninas bem planejadas, com agendas que não conflitem, com parcerias efetivas entre o governo estadual e as gestões municipais na prática, valendo para todos os municípios, sem a desnecessária “caça a bruxas”, de forma a todas as cidades sergipanas, sem exceção, serem contempladas?
Que tal a elaboração de um calendário junino que, além de datas não conflitantes, permita a possibilidade de negociações de cachês em bloco? Um exemplo: Wesley Safadão cobra, estima-se, R$ 600 mil por show. Se o governo encabeçar a negociação, com a participação de diversos municípios interessados na apresentação dele, digamos que 5 shows, que, negociados individualmente, custariam algo em torno de R$ 3 milhões, não poderiam ter esse valor abatido? E esse desconto não poderia ser rateado entre as cidades que se interessaram pelo show dele? E o artista, bem como os que o representam nas negociações, não estariam fazendo um grande negócio, para eles, ao fecharem R$ 2,2 milhões ou R$ 2,5 milhões, por exemplo, de uma só vez ao invés de R$ 600 mil em negócios isolados?
Outra possibilidade: patrocínios privados, na busca de uma parceria público-privadas, também podem ser alavancados com todos, governo e municípios, negociando em bloco. Aí há a possibilidade de empresas aéreas entrarem na jogada; de cervejarias bancarem parte da conta pela exclusividade de seus produtos; de grandes empresas locais e nacionais adquirirem cotas de patrocínio em benefício de todos; e até mesmo a publicidade realizada para o evento “Sergipe é o País do Forró”, feita nacional e internacionalmente, sairia muito mais em conta numa negociação em bloco, como a aqui aventada. E imagina só o que as grandes operadoras de turismo não poderiam fazer, em termos de venda de pacotes, com a garantia de que um Estado inteiro, com todas as suas cidades, em todas as datas juninas, têm festa de qualidade, sim sinhô?
Como se vê, não se trata de “matar o boi pra acabar com o carrapato”. Não se trata de atacar as festas juninas pelos cachês que são pagos. Se houver problemas, que se investigue e que se puna, sem dúvidas! Mas se trata de cobrar políticas públicas qualificadas, exequíveis, capazes de tirar do papel e do imaginário das pessoas a “tese” de que Sergipe é o País do Forró e, de fato e de direito, fazermos desse País uma verdadeira Nação Forrozeira, transformando o mês de junho de cada ano no mais rentável momento da economia a partir de toda a riqueza que um mês inteiro de festa pode gerar. Simples assim! Urgente assim!
2 Comentários
Ribeiro Filho
Texto bastante rico em argumentos e dados estatísticos sobre a festa maior do Estado de Sergipe. Anderson levanta a questão de negociação dos cachês das grandes atrações, em bloco, para tentar diminuir o preço do show individual. Essa negociação poderia também ser levada em conta, para a contratação da estrutura de palco, sonorização e iluminação. Porém, mais importante seria contratar pessoas qualificadad para administrar a pasta de Turismo do Estado e dos municípios, com maior demanda turística. Ainda verificamos que alguns gestores, nomeiam pessoas sem nenhuma qualificação, para administrar este setor, que é o carro chefe da economia de vários Estados do Nordeste.
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