No final da semana passada, AndersonsBlog teve uma alongada conversa com o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB). Quem conhece Eduardo, e o blog o conhece, até mesmo por já ter trabalhado com ele num breve, mas profícuo período, sabe que o saudoso Marcelo Déda acertou em cheio ao alcunha-lo de “Padre”. Mas, pera lá! Não se trata de considerar Eduardo candidato a santo e nem nada. Humano como todos nós, com defeitos e virtudes, como todos nós, o “Padre” a que Déda, expert em comunicação como poucos, se referia dizia respeito ao jeitão do então deputado federal e pré a senador, lá pelos idos de 2010. Voz calma, beirando o monocórdico, Eduardo se expressa quase que a tentar catequizar o interlocutor. Num outro momento, AndersonsBlog já o havia questionado sobre isso e descobriu que, de fato, ele teve relações profundas com a religiosidade, especialmente o catolicismo. E claro que isso marca a pessoa. Mas se para alguns esse estilo pacífico, ainda mais num político, pode parecer enfadonho, para AndersonsBlog, macaco velho de guerra, não! E por uma razão simples demais: políticos efusivos, cheios de frases de efeito, são mais difíceis de se cobrar pelo que já disseram ou fizeram, posto que, caso sejam pegos em contradição, tascam lá uma nova frase de efeito e pronto. Já quem atua na política sem grandes arroubos, sem excessos no gogó, acaba sendo mais fiel ao que fala e ao que faz e ponto. Por isso que a conversa com Eduardo Amorim acabou rendendo duas coisas importantes que merecem ser compartilhadas com você, leitor e leitora. A primeira diz respeito à política eleitoral em si, pois ele afirmou, categoricamente, que só não será candidato a senador se “Deus não quiser”. Em que composição, agrupamento e coisa e tal, claro que Sergipe inteiro sabe que aí é que entra o irmão Edivan Amorim, ainda que este se mantenha fiel ao seu estilo, operando sempre nos bastidores. E Eduardo, na mesma conversa, não escondeu que não deixará passar em branco nenhum ataque de adversários a seu irmão, que revidará à altura. Aliás, vale o parêntese: ainda que Edivan tenha merecido críticas que recebeu, recebe e receberá, é preciso reconhecer que, ao menos uma delas é uma tremenda injustiça. Até porque operar e articular nos bastidores da política não é, nunca foi e nunca, em tempos democráticos, será crime, né verdade? Bem, mas Edivan vale um outro e exclusivo comentário – pode cobrar, leitor e leitora! Já em relação a Eduardo, uma outra questão se faz imperiosa e foi levantada por ele mesmo durante a conversa: emendas ao orçamento. Ora, mas se as emendas sempre existiram, carreando recursos para custeio e, principalmente, para obras por indicação dos parlamentares federais, qual seria a importância de Eduardo Amorim nesse quesito? Simples também: antes do mandato de senador dele, emendas eram algo quase que de foro íntimo, em que o parlamentar sentava com o governador e/ou os prefeitos, sempre nos gabinetes refrigerados de algum destes, fechavam o acordo, o dinheiro caia na conta e a obra, quando havia boa vontade da parte dos gestores agraciados com os recursos emendados, saia. Quando não, apenas os diretamente envolvidos tinham conhecimento, pois a população não era informada e, por isso, não estava nem aí e nem chegando pra um assunto que diz respeito a todos, afinal uma emenda ao orçamento nacional nada mais é do que, simplificando para exemplificar, pegar um quinhãozinho dos impostos que todos nós pagamos e transforma-lo em obras efetivas ou custeio de serviços que todos nós podemos precisar em algum momento, entende? E é aqui que Eduardo Amorim, enquanto senador, fez a diferença: já na primeira metade de seu mandato, circa 2011/2014, com a sua comunicação comandada pelo excelente Chiquinho Ferreira, atual secretário de Comunicação de Itabaiana, tornou o envio de emendas ao orçamento para o Estado e os municípios algo transparente, palpável, realista, ao alcance de todo e qualquer cidadão justamente por comunicar de forma ampla e maciça cada uma dessas emendas. O exemplo do Hospital do Câncer que, salvo engano, chegou a ter quase R$ 200 milhões em emendas disponíveis, infelizmente não utilizadas e que retornaram aos cofres da União justamente por não terem sido usadas na obra em si, é emblemático. Mas a coisa foi além e até um mapa virtual o então senador mantinha em seu site para que cada contribuinte pudesse acessar o quanto foi enviado para cada município sergipano e para qual finalidade! Se a esse tipo de atuação parlamentar coubesse registro para uma espécie de direitos autorais, essa imensidão de cards que inunda a internet e as redes sociais na atualidade, com parlamentares federais e até mesmo estaduais informando que destinaram recursos para isso ou para aquilo, teria que ter uma marca registrada obrigatória, tipo ®Eduardo Amorim! Pois foi ele que iniciou isso e AndersonsBlog pede licença para exacerbar seu sergipanismo: essa postura adotada pelo então senador por Sergipe pode até não ter sido inédita, mas acabou se alastrando, se popularizando por todo o País, viu? Mas, ao final e ao cabo, toda essa argumentação proposta significa que AndersonsBlog aponta uma vitória indubitável de Eduardo em outubro próximo? De jeito nenhum! Aqui não tem Mãe Diná de nada, certo? Mas esses fatos relatados demonstram que quem desmerecer, levar na brincadeira, galhofar e tentar desacreditar a pré-candidatura de Eduardo Amorim ao Senador cometerá um grave erro. Porque ele tem legitimidade e, principalmente, o que mostrar à população. Se vai ganhar ou não, aí são outros quinhentos. Mas que sua pré tem razões e justificativas de ser e acontecer, isso tem! Sigamos…