Edvaldo Nogueira ataca gestão de Emília Corrêa e isso é direito dele. Agora, cobrar licitação do transporte depois de ter tido quase 15 anos para fazer e não ter feito é de uma infelicidade gritante!

Como se diz no popular, ‘apareceu a margarida, olê, olê, olá’! E não é que o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) teceu críticas a gestão de Emília Corrêa na prefeitura de Aracaju?

E em que pese as falas de Edvaldo em entrevista ao radialista George Magalhães, na Sim FM nesta sexta, 25, terem tido um claro pendor político, até mesmo porque o ex-prefeito precisa estar na mídia para ser lembrado para as Eleições 26, não se pode negar a ele o direito de avaliar a atual gestão, já que isso é um direito de todos.

Mas os ataques dele podem acabar saindo pela culatra, representando uma espécie de tiro no pé. Quer ver só, leitor e leitora? Então pega a visão nesse trecho da entrevista de Edvaldo.

Deixei R$ 800 milhões em obras na cidade e as obras não estão andando na velocidade que deveriam estar andando para dar continuidade aquilo que eu deixei na cidade de Aracaju”. Eis aí o ‘tiro no pé’ número 1: com cento e poucos dias na prefeitura, cobrar de Emília que entregue obras que ele mesmo levou os 8 anos de seus dois últimos mandatos sem entregar é uma crítica inteiramente irrelevante. Sim, porque a não ser que Edvaldo admita que lançou um rol de obras meramente para tentar impactar no período eleitoral do não passado, o que este AnderSonsBlog duvida muito que ele faça, não há razão plausível para exigir, agora, que Emília entregue tudo a ‘toque de caixa e repique de sino’, sendo mais prudente deixar que a prefeita toque sua gestão e, após pelo menos o primeiro ano de mandato, aí sim se cobrar essas entregas, ora pois!

Mas tem mais uma fala, essa tratando da questão do transporte público aracajuano, quando Edvaldo critica a compra de ônibus elétricos através de empréstimo, que chega a ser risível. Sente o shape do que disse Edvaldo logo abaixo.

Eu faria a licitação, que já deixei pronta. Ônibus novos, com ar-condicionado (…) e a gente teria uma solução definitiva. Por enquanto não tem solução definitiva pro transporte. Está tendo intervenção, sai uma empresa e entra outra, e a solução definitiva pro problema ainda não está sendo feita”. Eis aí o ‘tiro no pé’ número 2: como é que alguém que governou Aracaju entre abril de 2006 e dezembro de 2012, num primeiro momento, e entre janeiro de 2017 e dezembro de 2024, num segundo momento tem a pachorra de criticar uma gestão com cento e poucos dias por ela não ter feito a bendita licitação do transporte público? Não caberia a ele, Edvaldo, ter feito essa licitação ao longo desses quase 15 anos no comando da prefeitura de Aracaju? E mais uma coisinha: a tal licitação deixada por Edvaldo foi questionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE) e pelo Ministério Público de Sergipe (MP/SE). Então, será que é justo cobrar de Emília que ela mantivesse esse processo institucionalmente questionado? Pode isso, Arnaldo?

Ao final e ao cabo, reforce-se que Edvaldo Nogueira tem todo o direito de analisar e criticar a gestão de Emília Corrêa. O nome disso é democracia e esse direito dele e de quem quer que seja é inalienável e ponto! E, reforce-se também, que a necessidade de se fazer presente nas discussões públicas é, para o ex-prefeito, imperiosa, visto que ano que vem temos eleições e ele deve intencionar participar, o que também é um direito pleno dele.

Agora, com o teor de certas críticas, o que acaba vindo à mente é aquela célebre frase de Romário em relação ao seu então desafeto, o eterno e saudoso Pelé. À época, o Baixinho declarou que o Rei do Futebol, “calado é um poeta”. Qualquer semelhança dessa frase de efeito com as críticas de Edvaldo à Emília não é mera coincidência! É isso!

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