Fazer gestão qualificada é diferente de fazer política. Aliás, é muito diferente! Não que um bom gestor não possa ser um bom político. Mas, obrigatoriamente, para se fazer uma boa gestão é preciso ter coragem de tomar as atitudes para as quais os políticos, em geral, torcem o bico. Um bom exemplo? A decisão do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), de encaminhar à Câmara de Vereadores projetos de lei que garantirão apoio e subsídios para as empresas de transporte público que atuam na Grande Aracaju. E porque a classe política, de maneira geral, torceria o bico para isso? Ora bolas, por não se tratar de uma ação simpática, populista e eleitoralmente vantajosa. Senão, vejamos: a população reclama da má qualidade do transporte e está certa! Reclama do baixo número de ônibus e da frota envelhecida e está certíssima! E ainda temos políticos que, também com razão, cobram a demora na realização da licitação para o setor! Todo mundo coberto de razão. E é aqui que entra a coragem de Edvaldo na hora de tomar as decisões corretas e de interesse da coletividade: a crise no transporte público não é aracajuana, ela é nacional justamente por conta da política de preços dos combustíveis praticada pelo Governo Federal. Aí não tem jeito: diesel aumenta e aumentam também os preços dos insumos como pneus e peças, por exemplo. E o que o prefeito deveria fazer? Deixar as empresas ao Deus dará e permitir uma elevação astronômica na tarifa? Ou apertar os cintos das contas públicas, reduzir cobranças de impostos e subsidiar o setor de transporte no que lhe for possível e constitucional? Nem precisa desenhar, né isso? Bom, mas em ano eleitoral, claro que Edvaldo será criticado, pois o seria mesmo se não tomasse nenhuma atitude. Acontece que, tendo coragem para decidir e para enfrentar o problema, o prefeito de Aracaju contribui fortemente para que o sistema público de transporte da capital e de toda a Grande Aracaju não sofra um colapso e, assim, prejudique a todos, sem exceção. Ao analisar essa questão específica dos transportes, AndersonsBlog lembrou que um dos argumentos amplamente divulgados por parte da imprensa para a não escolha de Edvaldo Nogueira como pré ao governo da base governista foi justamente o fato de que ele não agradaria a classe política – seja lá que peste se queira dizer com isso, né? Pois bem, para AndersonsBlog e para quem faz e leva gestão e política a sério, quando o interesse coletivo for mais urgente e importante que o interesse da tal classe política, a solução é bem simples: foda-se a classe política, ora pois! Mandou bem, Edvaldo!
1 Comentário
Ingrid Ramos Petrola
Como ficará às cooperativas que atuam na grande Aracaju? Quem Dará o Subsídio? Visto que a população Prefere mais uma Coopertalse, do que um coletivo. Quem Dará esse Subsídio para os Cooperados?