A comparação, apesar de não ter nada a ver em termos da atividade profissional de ambos, a atriz Fernanda Torres e o saudoso piloto de F1 Ayrton Senna, é inevitável.
E se nos domingos pela manhã, na maioria das vezes, pela tarde ou mesmo pela madrugada, quando as corridas eram disputadas na Ásia ou na Oceania, o Brasil fazia eco na comemoração das vitórias e dos títulos de Ayrton, nessa madrugada de domingo, 5, pra segunda, 6 – que continuou sendo domingo pra este AnderSonsBlog, que não havia dormido para aguardar a premiação de Globo de Ouro –, a sensação foi a mesma: celebrar uma vitória de uma grande figura brasileira que representa a muito bem a todos nós.
E olha que não se trata de usar o termo surrado da tal da meritocracia, que é, em suma, uma bobageira danada, visto que alguns têm, naturalmente, mais e melhores oportunidades do que outros.
Nesses dois casos, Ayrton, filho de Seu Miltão, dono de uma fábrica de autopeças, teve, sim, um apoio decisivo da família que lhe proporcionou seguir o seu sonho de ser piloto. Já Fernanda, filha de Fernando Torres, já falecido, e de Fernanda Torres, dois gigantes da interpretação brasileira para o mundo – basta lembrar que, nesse mesmo Globo de Ouro, há 25 anos, Fernanda, a mãe, também teve a honraria de concorrer ao mesmo prêmio – teve, sim, uma influência maravilhosa em sua atividade de atriz por ser parte de uma família que já atuava e era consagrada na área.
E a citação a essas questões familiares serve ainda mais para exaltar o sucesso de ambos, Ayrton e Fernanda. Porque, ao final e ao cabo, mesmo com todas as condições de chegar aonde chegaram, nada desse sucesso todo aconteceria se os dois não dessem duro, desse sempre o melhor de si, deixando de viver muitas outras situações menos trabalhosas, digamos assim, para perseguir o sonho em que acreditavam.
E nossa analogia entre as duas trajetórias de sucesso se dá, também, porque em 24 a Netflix lançou a minissérie Senna. E se trata de um trabalho incrível de dramaturgia filmado com a qualidade de grandes filmes.
Enquanto isso, Ainda Estou Aqui, também de 24, de Walter Salles e coadjuvado brilhantemente por Selton Mello, é realmente um daqueles momentos mágicos em que os espectadores nas salas de cinema simplesmente passam a fazer parte da história que é contada!
E, mais uma vez, em ambos os casos, de Senna a Fernanda, o que se sobressai é um puta trabalho de equipe para que alguém, no caso justamente os dois, possa brilhar intensamente e mostrar todo o seu talento no que escolheu pra fazer na vida, ora pois!
Por isso que, enquanto assistia a premiação do Globo de Ouro, a cabeça aqui de AnderSonsBlog, especialmente quando Fernanda Torres é anunciada vencedora, ouviu, sim, aquele “tam/tam/tam… tam/tam/tam” característico do Tema da Vitória, executado na TV Globo quando um brasileiro vencia na F1. E, claro, a imensa maioria das vezes foi com vitórias de Senna.
É piegas isso? É lógico que é! Mas é tão bom ver brasileiros no topo, minhas gentes, que a casa aqui se permite ser piegas e cair no choro quando vitórias assim acontecem. Ainda mais num domingo? Ah, deixa a gente ser piegas que tá de boas, né não? E valeu, Fernanda Torres, por fazer nosso domingo brilhar novamente. E vida longa ao imprescindível Ainda Estou Aqui! E tenhamos dito!
P.S.: pra fechar, um vídeo de Selton Melo em êxtase, como tem que ser, com a vitória de sua companheira de arte e de talento. Bom demais!