Tudo bem que tá todo mundo empenhando os mais sinceros esforços, isso fica claro por conta das movimentações nas redes sociais – alçadas, para o bem e para o mal, como ‘o’ palanque político eletrônico, mas isso é tema para uma postagem específica – de todas as pré-candidaturas a prefeitura de Aracaju e à Câmara de Vereadores.
Só que, apesar da frenética movimentação, pesquisas apontam que cerca de 70% do eleitorado aracajuano simplesmente possui nenhum interesse nas Eleições 24 e, quando muito, possui ‘pouco’ de interesse – o que, para bom entendedor sobre política, ter ‘pouco’ interesse equivale mesmo a ter nenhum, já que as pessoas têm que cuidar da própria vida, né verdade?
E vamos pra um recorte interessante: antigamente se dizia que o ano começava após o carnaval, o que valia também para o ano eleitoral. Em Aracaju, o costume era dizer que, em especial nos anos eleitorais, o ano começava após o Pré Caju – coisa impraticável na atualidade, uma vez que a festa pré-carnavalesca passou a ser realizada nos últimos dois anos no mês de novembro.
Mas neste ano da graça de 24, com uma eleição municipal logo ali após a curva, nem carnaval e, pelo jeito, nem São João, nem São Pedro, pareceram servir de ‘virada de chave’ para mobilizar a população aracajuana.
Lógico que em algumas cidades do interior o ‘bicho tá pegando’ desde já em termos eleitorais. Mas, em Aracaju, ‘necas de pitibiriba’…
E com o fato de termos tantas pré-candidaturas postas, seja para a prefeitura, seja para a vereança, isso acaba causando uma estranheza efetiva. Será mesmo que são os nomes postos que não empolgam?
AnderSonsBlog defende que não se trata disso de maneira alguma. Na verdade, o que pode estar por trás dessa frieza toda é a excessiva presença de regras miúdas, chatinhas e restritivas ao processo eleitoral como um todo.
Imagina que uma pessoa decide ir para o pleito que vem por aí. Se filia dentro do prazo e toca a fazer uma coisa chamada de ‘pré-campanha’ antes mesmo da ‘pré-campanha’ começar oficialmente, que terá 30 dias a partir de 6 de julho próximo. Então seria uma ‘pré da pré-campanha’ o que estamos vendo hoje?
Percebe, leitor e leitora, o absurdo disso tudo? E, pra completar, ainda temos a obrigação de cada pré dizer que é… pré!?!? Tudo para obedecer a legislação eleitoral atual.
Mas, cá pra nós, como é que a população vai se identificar com quem se apresenta pra algum cargo, mas sob uma forte pressão legal de não poder se manifestar claramente, não dizendo de forma ampla e irrestrita a que veio e o que intenciona?
Sim, não pode pedir voto, não pode fazer promessas, não pode se posicionar como candidato ou candidata, enfim, não pode fazer quase nada. E então pode o quê, mesmo?
Daí porque as redes sociais foram alçadas a palanque eletrônico mas, de fato, não dizerem muita coisa com muita coisa, com as exceções de praxe, inundadas por memes que, na real?, não têm nada a ver com a importância que uma eleição deve – ou ao menos deveria – ter. Mas, convenhamos, isso é mesmo assunto pruma outra postagem.
Portanto, com São Pedro e São Paulo passados, vamos ver se as coisas finalmente engrenam. Mas vale lembrar que, depois das datas juninas, não devemos alimentar muitas esperanças de que as coisas efetivamente mudarão, não, viu? É que é muita regra pra pouco tempo de interação, gentes!
E depois ainda querem, os embrenhados e entendidos nas questões jurídicas eleitorais, que o povo se interesse de forma natural pela… política! Sem que a política possa fazer praticamente nada que diga respeito às Eleições 24? Ora, ora, façam-nos o favor!