Estaria Danielle Garcia acreditando que as redes sociais dela seriam plataformas suficientes pra se indignar e combater a violência contra as mulheres? Será isso mesmo?

Umbiguismo. Esse é o termo exato para analisar a fala da ex-secretária especial da Mulher e atual pré a prefeita de Aracaju, Danielle Garcia (MDB), dada na Transamérica FM ao sempre atento Luiz Carlos Focca. É isso mesmo: umbiguismo!

Explica-se: por se tratar de uma figura pública – pela qual este AnderSonsBlog nutre sincera admiração –, ocupando um cargo público importante – embora com a relevância diminuída, visto que o governo de Fábio Mitidieri (PSD) não abriu nenhuma brecha orçamentária própria para a pasta – e por ter um histórico profissional, como delegada, que a credencia a se posicionar firmemente, o posicionamento público dela em um caso específico deixou muito a desejar.

E assim vamos pra um explica-se 2: quando veio à tona a denúncia de violência doméstica da então esposa de Marcos Franco, secretário de Turismo, Danielle efetivamente não se manifestou de forma atuante, não foi à mídia, não abriu o verbo não contra Marcos, pessoa física e colega de trabalho, mas contra agressores em geral. E pelo peso da pasta que ela ocupava, essa seria a única maneira de agir, leitor e leitora.

Secretária especial da Mulher, gentes! Era o mínimo que poderia se esperar de Danielle!

Acontece que política, como diria o ex-senador Valadares, é “coisa do cão” mesmo. Bastou Danielle deixar a secretaria e se tornar pré a prefeita de Aracaju para, logo de cara nessa entrevista à Focca, se sair com uma dessas: “eu me manifestei nas minhas redes sociais, inclusive citei o nome”, disse Danielle com um print impresso de sua postagem em mãos.

Pera lá! E desde quando as redes sociais de Danielle viraram o centro do mundo? Desde quando uma ocupante de um cargo público, especialmente voltado para a proteção das mulheres, passou a ter o ‘poder’ de resolver os problemas a partir da sua plataforma privada e pessoal de comunicação?

O que Danielle Garcia deveria ter feito à época era uma sequência bem básica: lançar nota pública enquanto secretária, convocar a imprensa para manifestar sua indignação, procurar o próprio governador e dizer, claramente, ‘ou ele ou nós, mulheres, em seu governo’ e, finalmente, se manifestar nas suas próprias redes sociais, ora pois! Porque não dá pra achar que uma postagem em rede social é o suficiente pra resolver um problema secular como é o da violência contra a mulher. Simplesmente não dá pra levar uma coisa dessas a sério!

Mas como essas atitudes pra lá de óbvias acima citadas não foram tomadas, paciência! Agora, não tem como não se impacientar com Danielle indo à mídia e dizer que foi “atacada” nas redes sociais e que isso teria sido orquestrado por quem quer que seja.

Poxa, Danielle, você não foi ‘atacada’, não! Você foi criticada por inação, por omissão, por, enfim, não ter feito o que se espera de uma secretária da Mulher num caso rumoroso, por sinal, de violência contra a mulher! Nem precisa desenhar, né verdade? Sem mais!

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