Itaporanga faz certo: foca em serviços e na qualidade da saúde e descarta, este ano, gastos com Carnaueira por questões econômicas e de respeito à cidadania

Claro que, com o passar do tempo, as coisas chegam pra seu lugar. E este AnderSonsBlog, que outrora fora um folião à toda prova, atualmente prefere passar dos dias de carnaval num bom e restaurador descanso – sim, claro que há espaço para uma cervejinha ou para uma ida à praia e tal, mas tudo bem mais tranquilo e calmo.

Mas nem por isso a casa aqui deixa de respeitar e considerar extremamente legítimas as manifestações de quem adora mesmo é aquele super agito carnavalesco. Não tem nada de errado aí! Agora, do ponto de vista de uma administração pública, é preciso ter prioridades e focos bem definidos.

Vamos a um exemplo claro: a prefeitura de Itaporanga, a cargo de Otávio Sobral (Progressista), vem realizando diversas festas públicas de peso. E o referencial é o São João da cidade que é, literalmente, de parar o trânsito de tão bom!

Mas Otávio também fez, ao longo dos anos, o Carnaueira, que nada mais é do que o carnaval da praia da Caueira – aliás, praia que nem precisa de festa pra ser uma das mais movimentadas e procuradas de Sergipe, estamos combinados?

Acontece que neste ano da graça de 23, a prefeitura de Itaporanga optou por não realizar o festejo – ainda que garanta infra em saúde, segurança, limpeza e apoio logístico para quem desejar fazer sua festa momesca na querida região litorânea.

Mas a decisão de Otávio, assim como toda e qualquer decisão de quem está à frente de uma gestão, vem sendo duramente criticada pela oposição, que está apenas e tão somente fazendo o seu papel.

Mas será que a prefeitura exagerou ao cancelar os festejos carnavalescos deste ano na Caueira?

Bem, vamos aos fatos apurados por este AnderSonsBlog: segundo o assessor de Comunicação do município, Junior Fontes, a despesa com o Carnaueira – justamente numa época que tudo que está relacionado a festejos sofre uma natural inflação por conta da concorrência –, chegaria, no mínimo, a R$ 1,5 milhão.

E a fala de Junior Fontes é reveladora e autoexplicativa: “agora não é nossa prioridade. Além disso, nossa cidade está com o salário do funcionalismo público pago em dia, estamos implantando benfeitorias como a mudança das lâmpadas fluorescentes para LED, investindo na formação e capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho, educação de qualidade para nossas crianças e adolescentes. E não podemos descontinuar estes serviços por alguns dias de festa”, pondera.

E as explicações de Junior tem relação direta com a retenção de R$ 10 milhões do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) do ano passado e a diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e royalties.

“Ora, mas sempre existem recursos chegando nos municípios”, poderá exclamar o leitor e a leitora. Certo, mas, ainda segundo a assessoria de Comunicação de Itaporanga, com os valores recebidos referentes ao mês de janeiro, a gestão municipal optou por aplicar esses mesmos recursos na prestação de serviços de saúde na rede de atenção básica, compra de medicamentos e normalização do serviço de urgência na UPA 24h, que, ultimamente estava sendo alvo de constantes reclamações da população.

E, nesse sentido, inclusive a prefeitura informou, no sábado, 11, que o atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ana Maria de Menezes já foi normalizado, devendo ser levado em conta que o funcionamento da unidade tem despesa mensal de R$ 749 mil, sendo que os repasses mensais são de R$ 100 mil oriundos de recursos federais e R$ 150 mil do governo estadual, o restante é complementado com recursos próprios.

E aqui é que temos mais um gargalo: o atendimento nessa unidade de saúde, que é mais completa que as tradicionais UBS’s, também é feito às pessoas de outros municípios, como São Cristóvão e Salgado, o que onera ainda mais os cofres municipais, porque a unidade trabalha com portas abertas.

Aí é que vem a pergunta de AnderSonsBlog: diante dessa situação real, com queda de receitas, você, leitor e leitora, priorizaria gastar R$ 1,5 milhão com uma festa de carnaval ou utilizaria o dinheiro para garantir um atendimento de saúde qualificado? Nem precisa responder diante da obviedade da resposta.

É claro que o carnaval é importante, movimenta setores da economia, traz alegria e diversão e coisa e tal. Mas, sem nenhuma dúvida, a saúde é mais importante, pois é o bem mais precioso que se pode ter!

Além disso, outros carnavais virão e, espera-se, em condições econômicas melhores. Assim como curtir o carnaval na Caueira pode ser uma opção para quem quer dar aquela descansada – estilo AnderSonsBlog – e, ainda assim, também curtir bastante, seja na gastronomia, seja nas águas mornas e convidativas da Caueira. Além, é claro, da alegria do povo itaporanguense e sergipano que, com ou sem festa pública, faz a sua festa de toda maneira, ora pois!

Portanto, venhamos e convenhamos: Otávio Sobral, prefeito de Itaporanga, agiu certo e, ainda por cima, se mostrou corajoso, pois sabia das críticas que iria receber da oposição. Mas, prefeito, entre a festa e a saúde, opte sempre pela saúde. Até porque, sem ela, não há festa que se sustente. Simples assim!

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