O ex-governador Jackson Barreto, ainda MDB, mas de saída da agremiação, vive um momento curioso de sua trajetória política. Ele, que já foi praticamente tudo, começou esse atual processo, lá em meados de 21, jurando de pé junto que seria candidato a deputado federal para, nas palavras dele, “ajudar Lula na reconstrução do país”. Acontece que ele não era e nem é o único nome disponível para a vaga dentre os governistas, sendo que, antes, tinha a companhia do ex-deputado federal André Moura (PSC), e agora tem a companhia do deputado federal Laércio Oliveira (PP). No caso de André, os problemas judiciais colocaram de molho o projeto dele tentar a vaga senatorial. E aí é que surge Jackson, todo faceiro, dizendo que agora queria tentar o Senado. E assim como era justo o pleito de André, também o é o de JB. Mas e Laércio, que já declarou que tentaria a vaga ao governo e, em caso de insucesso, estaria a disposição para o Senado? Jackson só recuaria para André e não recuaria para Laércio? Ou JB, diante de suas recentes conversas e convites para filiação em outros partidos, inclusive do PCdoB, antigo partido do prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira (PDT), mas que continua sendo um reduto edvaldista na política sergipana, não recuaria de sua pretensão e, com isso, deixaria a base governista para buscar refúgio em outro grupo? Diante de tantas dúvidas, a certeza que passa pela cabeça dos que compõem o chamado núcleo duro governista é de que JB não pode forçar a barra e que o nome mais provável é mesmo o de Laércio Oliveira como pré a senador. Sim, porque ceder a Jackson não deixa de ser uma provocação pesada a Laércio que, por sua vez, tem tido um papel importantíssimo para o governo Belivaldo Chagas (PSD) na interlocução com ministros de diversas áreas do Governo Federal. Portanto, se Laércio for o preterido em nome de JB, a base governista pode se esfacelar de uma vez por todas, visto que a escolha do pré a governador não é unanimidade de jeito maneira. E, de mais a mais, escolher Jackson Barreto para uma disputa tão grande é sempre um risco, baseando-se nas palavras dele mesmo que, um dia, já disse: “se eu for candidato, não votem em mim”, BARRETO, Jackson, 2014.