Sabe aquele tipo de evento que é essencial para quem deseja aprender e entender, ou aprender a entender, a política sergipana atual, que é fruto do que por aqui aconteceu nessa seara nos últimos 40, 50 anos? Pois é, esse evento aconteceu na noite da segunda, 11, e AndersonsBlog, por razões diversas e adversas, não pode comparecer. Tratou-se do lançamento do livro “João Alves: A Saga de um Político Nordestino”, obra à quatros mãos por conta da parceria entre a escritora, médica, professora, fundadora e presidente do Círculo Psicanalítico de Sergipe, Déborah Pimentel, com o historiador e sociólogo Igor Salmeron. Coisa finíssima! Mas não é por não ter ido que este blog deixará passar a oportunidade de fazer um recorte muito especial sobre o homenageado pela obra, o próprio João Alves. Assim, felicitando toda a família pelo sucesso do evento em nome da senadora Maria do Carmo e Aninha Alves, AndersonsBlog usará o depoimento do ex-deputado federal José Carlos Machado, colhido em suas redes sociais, para ilustrar o quão diferenciado foi o evento em si e o quanto era diferenciado, claro, o próprio João Alves. Com a palavra, Machado: “ontem (11), tive a honra de prestigiar o evento de lançamento do livro de João Alves Filho, sobre “A Saga de um Político Nordestino”, escrito por Déborah Pimentel e Igor Salmeron. João Alves foi o sergipano que mais fez por Sergipe, grande parte das obras estruturantes do Estado foram feitas por ele. Por isso tenho orgulho de dizer que comecei minha vida política ao lado dele, desde 1975. Foram mais de 40 anos de história, contabilizando 18 eleições. Compartilho ainda uma característica que sempre me marcou: ele contagiava seus auxiliares com sua alegria e entusiasmo permanente, não podia perceber ninguém triste ou desanimado”. Simples e direto, né isso? Mas se você, leitor e leitora, me permitir, também se trata de um depoimento profundo de alguém que, pela vivência descrita na postagem, nutria um sentimento de admiração, de respeito, de carinho e amor fraterno por João, que é o caso de Machado, mas isso rende uma outra e oportuna análise aqui do blog. E porque AndersonsBlog escolheu essa fala de Machado? Bem simples: para substanciar uma vivência aqui mesmo do titular do blog. Então, vamos lá: os poetas falam sobre uma “saudade do que não vivi”. Mas, em tempos comunicacionais extremados como os que vivemos, a verdade é que é possível sentir saudade do que não se viveu, mas que ao menos se teve o privilégio de ver. A saudade acaba sendo ainda maior! Explicando aonde o blog quer chegar: lá pelo ano de 2005, após breve passagem em 2004 pela NPN Vídeo, que na verdade se tratava da imensa TAS Vídeo, do gigantesco Tarciso, este jornalista, ainda um foca e ainda cursando jornalismo, recebeu um convite tentador: assistir ao acervo da TAS Vídeo referente as coberturas realizadas em diferentes governos e, dentre eles, os de João Alves. Muitas horas de vídeos importantíssimos para a história e a alma sergipanas, mas também muita poeira acumulada ao longo dos anos em arquivo. Resumindo: AndersonsBlog não conseguiu finalizar a empreitada por conta de outros desafios profissionais que surgiram. Mas guarda na memória, com muito carinho, tudo o que assistiu naquela breve e enriquecedora fase de sua vida profissional. E, finalmente, chegamos aos finalmentes: dentre tudo o que assistiu, uma cobertura da TAS Vídeo ficou tatuada nas recordações, justamente uma visita técnica do então governador João Alves, lá pelos idos de 1991, 1992 – perdão pela imprecisão – ao Projeto Carajás, no Pará. E para não cometer a indelicadeza de não citar alguns dos presentes, numa comitiva composta por secretários e parlamentares sergipanos, além do próprio Machado, AndersonsBlog destacará apenas mais duas dentre as muitas pessoas na visita e, óbvio, no vídeo: João Alves Neto, filho de João, muito jovenzinho à época, e do então deputado federal, conterrâneo deste blog, Jerônimo Reis, muito magrinho à época. Tratava-se de uma visita oficial a um projeto gigantesco, isso da parte do governador do menor Estado da Federação. E o que aquilo representava naquele tempo que poderia dialogar com nossos atuais tempos? Pois é, é justamente aqui que recuperamos a fala de José Carlos Machado sobre João Alves: “grande parte das obras estruturantes do Estado foram feitas por ele”. Imaginemos que um João vivo, saudável, no poder ou fora dele – ou, como ele mesmo dizia, “na planície ou no planalto” – seria um defensor inarredável de algo grandioso para Sergipe e para o Brasil como, por exemplo, o Projeto Carnalita, que, saindo do papel, seria a independência nacional em termos de fertilizantes! A expertise, a capacidade de vislumbrar o futuro e a paixão com a qual João Alves se entregava a temas realmente relevantes e grandiosos seriam força motriz para que Sergipe discutisse coisas efetivamente grandiosas e indiscutivelmente relevantes. Por isso que, ao final desse texto cheio de reminiscências, AndersonsBlog, mesmo ainda não tendo lido, parabeniza Déborah Pimentel e Igor Salmeron pelo mergulho numa história tão singular como a de João Alves. E aproveita para lembrar que o arquivo da TAS Vídeo é histórico e fundamental para Sergipe e para toda a nossa gente, merecendo ser recuperado e disponibilizado ao público! Sem mais!