Lá em maio de 2020, no auge do “fique em casa”, o deputado federal Laércio Oliveira (Progessistas), numa legítima preocupação com a questão econômica num momento em que a pandemia ainda era uma ilustre desconhecida, assinou e fez chegar a público uma carta em que 19 entidades empresariais externavam suas justificadas preocupações em relação a necessidade de se, já naquele momento, buscar um alinhamento entre o empresariado e o governo no sentido de encontrar formas para a retomada econômica. À época, bem ao seu estilo, o governador Belivaldo Chagas (PSD) tratou a carta com desdém e Laércio como “todo poderoso”. Meses depois, o próprio governo reconheceu a necessidade de se planejar a retomada, se fez um plano para tal e o resto é história. Naquela oportunidade, chamou a atenção o comportamento fidalgo, equilibrado e desprovido de vaidades do próprio Laércio, que não saiu atirando em ninguém e nem mesmo devolveu o tratamento ríspido a ele dispensado por Belivaldo. Pano rápido, cortemos a cena para esta quinta, 6 de janeiro. Em entrevista à Rádio Jornal, o mesmo Laércio Oliveira foi direto ao ponto: “já disse várias vezes: eu quero ser governador de Sergipe. Todos os meus movimentos me direcionam para o desejo de ser o escolhido do meu agrupamento político. Essa é a minha disposição”. Seria uma resposta ao seu agrupamento, liderado pelo mesmíssimo Belivaldo, uma espécie de “tá vendo aí, governador?” Ora, ora, que os opositores a Belivaldo nem se animem. Após deixar claras as suas intenções, Laércio demonstrou uma fidelidade política rara nos tempos atuais. “Eu quero ser pré-candidato a governador do Estado, mas não irá prevalecer o ‘eu’, e sim o ‘nós’”. E, para sustentar seu raciocínio, Laércio elencou razões efetivamente incontestáveis. “A gente quer eleger o governador, o senador, a maioria da bancada federal e a maioria da bancada na Assembleia Legislativa. E é a unidade do grupo que permitirá essa conquista”. Tem o que contestar? Garantindo, assim, que caso não seja pré a governador, se apresenta pré ao Senado sem problema algum, Laércio ainda se saiu com um posicionamento que chamou a atenção de AndersonsBlog. Ao se referir ao trabalho que realiza – mas isso é material para uma outra postagem, visto que, à frente da Fecomércio e do Sistema S em Sergipe, somente em 21 Laércio foi responsável por inúmeras inaugurações em todo o Estado, além de já iniciar 22 com tudo, via inauguração do novo prédio do Senac Aracaju, próxima segunda, 10 – Laércio não se fez de rogado, reconheceu as qualidades de sua atuação, mas manteve a sobriedade discursiva. “As pessoas identificam isso como um potencial muito grande e que eu poderia disputar uma pré-candidatura ao governo ou ao senado em qualquer outro bloco político, mas eu quero afirmar que aprendi logo cedo que política é uma construção de forças, fidelidade e união com outras pessoas, ninguém é forte sozinho”. Como se vê, no que depender de Laércio Oliveira, o governador Belivaldo Chagas pode dormir tranquilo e sonhar fagueiramente com a eleição de seu sucessor. Aliás, Belivaldo bem que podia tomar como exemplo esse comportamento “suave na nave” de Laércio, né não? Sigamos…