A década de 1980 se não foi a maior, pelo menos está dentre as maiores fases em que intérpretes e compositores se fundiam num só.
Explica-se: naquela época, na efervescência do BRrock, grande parte dos cantores também compunham. Só pra traçar um paralelo, na atualidade o que mais se vê são intérpretes de canções produzidas em uma espécie de linha de produção e montagem da indústria musical.
E, leitor e leitora, atente: aqui não se trata de uma crítica negativa com viés saudosista, visto que dessas verdadeiras linhas de produção industrial/musical de hoje não raro saem músicas bem boas, sim!
Só que, voltando aos anos 1980, naquele tempo quase todo mundo que cantava, em especial no já citado BRrock, também compunha e isso, na opinião de AnderSonsBlog, confere uma legitimidade maior para quem está cantando, visto que ele ou ela, o cantor ou a cantora que também compõe acaba imprimindo na interpretação sua visão de mundo, que surge já a partir da composição.
E assim chegamos a Leoni, músico de primeira, compositor de primeiríssima, responsável por uma pá de sucesso de muita gente boa daquela época, especialmente reconhecido por diversos hits dele interpretados por Paula Toller em seu Kid Abelha.
Mas aí, em 1986, Leoni se assume front man da banda Heróis da Resistência. E das 9 canções do álbum de estreia, Leoni está em todas! Ou compondo sozinho ou em belas companhias, a exemplo de Cazuza!
E em Só Pro Meu Prazer, parceria dele com Fabiana Kherlakian, essa coisa do compositor interpretar aquilo que ele mesmo compõe vem muito à tona na maneira elegante com que Leoni canta uma das músicas mais doces e também mais elegantes do cancioneiro pop nacional.
Uma pérola que AnderSonsBlog ousa interpretar em homenagem a Leoni e a todos aqueles que, com o perdão do óbvio trocadilho, seguem heroicamente na resistência ao compor e interpretar o que compõem.
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