Ninguém aqui é besta para não entender e, pior ainda, não respeitar o posicionamento político de toda e qualquer pessoa. Aliás, respeito às opiniões divergentes é o cerne do Jornalismo de Opinião praticado aqui em AnderSonsBlog, ora pois!
Mas nem sempre é confortável perceber que pessoas que possuem entendimentos políticos-ideológicos divergentes não são capazes de reconhecer o mérito em ações efetivas e positivas, especialmente quando essas ações partem de seus desafetos políticos.
Assim como também incomoda perceber que parte da mídia, especialmente a local, não se atenta a um fato, mesmo quando ele é perceptivelmente positivo, apenas porque seu ‘alinhamento’ diverge daquele que tenha realizado um grande feito.
E isso tudo vem à tona por conta do silêncio ensurdecedor da mídia e de muita gente boa e qualificada, seja na imprensa, seja nas redes sociais, em relação ao grande feito do senador Rogério Carvalho (PT) ocorrido na semana passada, em plena CPI da Braskem, que tem Rogério como relator e que já produziu um dos maiores momentos de toda a história das CPIs no Brasil.
Diante dos questionamentos instigantes e procedentes do relator Rogério e de outros componentes da CPI da Braskem, o executivo da empresa, Marcelo Arantes de Carvalho, admitiu que o que ali se discutia não era de quem era a culpa, visto que “a culpa é a da Braskem”, disse com todas as letras o representante da empresa em pleno depoimento na CPI.
Leitor e leitora, aqui, novamente, não se coloca a questão político-partidária acima de qualquer coisa. Aqui se coloca o sofrimento de milhares de famílias de Maceió, no nosso vizinho estado das Alagoas, que tiveram que abandonar suas casas em bairros da capital alagoana por conta do afundamento deles decorrente da exploração e extração de sal-gema no subsolo desses mesmos bairros, realizadas pela Braskem.
E quando algo assim é exposto em plena CPI, no Congresso Nacional, sob a condução de um relator sergipano, é preciso se reconhecer a magnitude desse fato. Então nem venham com chorumelas, com mi-mi-mis ou coisas que o valham. O fato é um só: Rogério Carvalho, como relator de uma importantíssima CPI, conseguiu o feito de emparedar uma empresa gigantesca e fazer com que ela assumisse a responsabilidade sobre os seus próprios atos.
Já imaginou como não estão os corações de milhares de pais e mães de família ao ver, em rede nacional, a Braskem, finalmente, admitindo a culpa na tragédia ambiental que se abateu sobre essas milhares de famílias de Maceió?
E fiquemos atentos pois, agora, depois de um feito desses, o que vai surgir de ataques a Rogério não está no gibi! Afinal, o poderio financeiro envolvido nessa situação toda é inimaginável para nós, meros mortais! Mas que o senador sergipano se mantenha firme, tenha fé em Deus e siga no rumo certo, pois o interesse da maioria tem, sim, que se sobrepor ao de uma minoria endinheirada, né isso?
Portanto, sem qualquer viés político-ideológico, é justo reconhecer: Rogério Carvalho mandou bem demais e elevou o nome de Sergipe ao panteão dos grandes representantes parlamentares na história do Brasil. E isso que Rogério conseguiu, creia, leitor e leitora, irá para os anais da história brasileira e, daqui a 200 anos, será lembrado como um momento ímpar da nossa República e da nossa democracia. E tenhamos dito!
P.S.: em contraponto, infelizmente é preciso lembrar: quanta diferença da CPI da Braskem para a CPI das Americanas, hein?! Na das Americanas, com o deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos) na presidência, o vexame foi nacional e internacional, com um dos maiores golpes aplicados ao mercado financeiro, coisa de R$ 40 bilhões, sendo investigado, mas terminando sem nem um culpado e sem nem uma punição para seu ninguém! Um absurdo que, também a daqui a 200 anos, será lembrado como uma das passagens mais tristes das CPIs, da República e da nossa democracia. “Uma vergonha”, como diria o Boris!
1 Comentário
Ribeiro Filho
O problema maior para esse nobre senador petista ese abrir aqui em Sergipe uma CPI da Fundação Hospitalar. Talvez ele saia do papel de brilhante relator, e caia no banco dos réus.