Neutralidade defendida por Yandra Moura no 2º turno em Aracaju é uma posição de extrema coragem e que mostra a personalidade e a maturidade da jovem deputada federal sergipana

Não tem como negar: ao lado de Candisse (PT), Yandra Moura (União) fez parte do chamado ‘alvo’ nas Eleições 24 em Aracaju durante todo o 1º turno. A petista, por exemplo, teve por diversas vezes questionada a legitimidade de sua candidatura, num ato covarde de políticos e de boa parte da imprensa Um horror!

Já Yandra, deputada federal atuante, vinha sendo cantada em verso e prosa pela sua qualidade legislativa e a bela representação que vem fazendo de Sergipe em Brasília, no Parlasul do Mercosul e mesmo na ONU. Mas bastou ela manifestar sua intenção de governar a capital sergipana que os políticos e essa mesma parte da imprensa simplesmente passassem a considerá-la, como a gente dizia lá no povoado Taperinha, em Lagarto, ‘filha de vidraceiro’.

Explica-se: quando alguém ficava na frente da gurizada seja da televisão, seja do futebol no campinho de várzea, logo todos gritavam quase que em uníssono: “tu é filho de vidraceiro pra se achar transparente?”, pra gargalhada geral.

Pois foi isso que tentaram fazer com Yandra: invisibiliza-la no processo eleitoral aracajuano de tal forma que ela, pelo gosto desse pessoal que adotou essa estratégia, não era nem pra ser votada.

Ou você, caro leitor e leitora que acompanhou as eleições em Aracaju nesse 1º turno, viu ou ouviu alguma crítica a Yandra que levasse em consideração o plano de governo dela? Se sim, pode interagir aqui com AnderSonsBlog que a gente tá aberto a esse refresco de memória, caso ele exista, beleza?

Agora, ataques ao irmão dela, que nem da política é, a mãe dela, Lara (União), prefeita de Japaratuba, e principalmente ao pai dela, André Moura, presidente estadual do União, aí foram em profusão e em volume a não se poder mais.

Eis que, na manhã desta segunda, 14, Yandra Moura convocou a imprensa, agradeceu pelos votos recebidos, destacou o sucesso de sua campanha em relação a eleição para a Câmara de Aracaju, agradeceu penhoradamente a humildade do ex-governador Belivaldo Chagas de aceitar ser seu vice e, finalmente, expos seu posicionamento para este 2º turno, a neutralidade.

E o fez justificando claramente a decisão. Primeiro disse que não apoiaria Emília Corrêa (PL) por não sentir “firmeza” nas propostas da candidata. E, de fato, Yandra e Emília protagonizaram debates firmes, duros, mas não desleais, no 1º turno e esse antagonismo já estava bastante visível durante a campanha para a eleição do dia 6 de outubro passado.

Já em relação a Luiz Roberto (PDT), a crítica firmou-se justamente em relação aos ataques sofridos, uma vez que Yandra, do alto de seus 30 anos, não faz o tipo político que engole tudo a seco e isso é um bom sinal! E, dentre as críticas dela ao comportamento do candidato governista – assim como ela também, ao menos em relação ao governo estadual, ora pois – e a estratégia por ele usada, destacou-se um fato inegável: os ataques feitos a André Moura se mostraram de uma ingratidão ímpar, visto que foi ele, André, o responsável pelo carreamento de recursos que foram responsáveis pela maior parte das obras que o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) fez e segue fazendo, inclusive muitas nas quais Luiz Roberto passeia pros filmes de propaganda da campanha dele, com capacete e tudo, e que, para serem realmente justos, deviam contar com uma placa dizendo que ali, naquela obra, tem recursos federais conquistados por André Moura, né não?

Explicadas as razões do seu não apoio nem a Emília e nem a Luiz, Yandra ainda foi muito elegante ao destacar que a sua neutralidade se dava em respeito ao governador Fábio Mitidieri, de quem se reafirmou aliada. E ainda garantiu que seu mandato em Brasília estará a disposição de quem quer que vença as eleições do próximo dia 27.

Olha, leitor e leitora, AnderSonsBlog considera um ato de extrema coragem assumir uma posição neutra. Sim, porque essa postura causa raivas políticas de todos os lados, embora soe bem boa pra quem realmente importa, o eleitorado, claro! E nem adianta uma parcela daquela mesma imprensa tentar ou indispor Yandra com o governador ou tratar esse posicionamento como revanchista, não, viu? Afinal, só quem calça os sapatos de Yandra é ela mesma pra saber onde é que os calos de tantos ataques à família dela apertaram e ainda apertam.

E, por fim, mas não menos importante, sabendo-se o ‘animal político’ que é André Moura, e ‘animais políticos’ são capazes de passar por cima de certas irritações em nome de um projeto político, a atitude de Yandra Moura mostrou, da parte dela, independência total, personalidade firme e a maturidade necessárias pra não engolir qualquer coisa. Na modesta opinião aqui da casa, Yandra tem futuro. É isso!

 

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