Quando o senador Rogério Carvalho (PT) foi pra cima do seu colega de casa, o senador Laércio Oliveira (Progressista), rezou o bom senso que seria preciso aguardar para ver a resposta do segundo em relação as acusações lhes feitas pelo primeiro.
É que Rogério sustentou na tribuna do Senado que o relatório da Lei do Gás, a cargo de Laércio, tinha “um jabuti em cima da árvore” numa referência a quebra do monopólio da Petrobras na exploração dessa importante fonte energética e que isso impediria o retorno da petrolífera à Sergipe.
Em resposta, Laércio, também no púlpito do Senado, confirmou, com outras palavras, que se tratava disso mesmo, já que entende que a manutenção do monopólio deixa os preços do gás nas mãos da Petrobras.
Noves fora? Realmente Rogério está certo e, caso o relatório de Laércio para a Lei do Gás se mantenha e seja aprovado, Sergipe corre o risco de perder investimentos gigantescos da Petrobras que, por sua vez, gerariam milhares de empregos que, por sua vez, seriam a redenção econômica de Sergipe.
‘Ah, mas os preços sob um monopólio da Petrobras não podem ser altos?’, poderia questionar o leitor e a leitora mais ‘liberais’. Sim, podem ser mais altos ou podem ser mais baixos. Mas e nas mãos do setor privado, a lógica não é a mesma?
Mal comparando: se coubesse a Petrobras toda a produção e distribuição de combustíveis no Brasil, será que a gasolina, por exemplo, dependeria exclusivamente dos humores do dólar, do preço do barril e do mercado internacional, ou dependeria de uma decisão governamental, já que é o Governo Federal quem detém o controle sobre a Petrobras, embora a empresa tenha seu capital aberto?
Já no caso do gás, tido e havido como uma nova e importante matriz energética, se não houver monopólio da Petrobras, o problema é ainda ‘mais embaixo’, literalmente falando.
Sim, porque a exploração do gás em águas profundas exige uma tecnologia que a Petrobras domina de forma exemplar. E se não valer a pena para ela fazer esse investimento, no sentido de que o monopólio será dela, por qual razão ela investiria?
Até mesmo os acionistas da petrolífera chiariam e o risco seria a Petrobras perder valor de mercado por investir em algo no qual ela não teria nenhuma vantagem por haver uma ampla concorrência, entende, leitor e leitora?
Mas para além dessas questões mercadológicas – e olha que sem nem citar a importantíssima questão da soberania energética que, embora o tal do ‘mercado’ afirme ser uma ‘bobagem’, países realmente fortes, como Alemanha, Japão, Estados Unidos, China e Inglaterra protegem por demais suas fontes energéticas, viu senhor e senhora ‘liberais’? –, há um ponto essencial: este AnderSonsBlog já concordou e já discordou em diversos pontos tanto de Rogério como de Laércio.
Mas, nesse tema específico, não há como tergiversar: Rogério Carvalho está mais do que certo porque está ao lado de Sergipe que, por sua vez, será o grande beneficiário de uma nova onda de investimentos da Petrobras que, por sua vez, só acontecerá se a petrolífera tiver o monopólio do gás em Sergipe. Portanto, Laércio Oliveira, fique ao lado de Sergipe também e mude o relatório da Lei do Gás no que diz respeito a quebra do monopólio e cabô!
1 Comentário
Antônio César Alves dos Santos
Todos tem que pensar no povo e não em seu interesses.
O melhor para a nação sempre.