Todo o episódio da nomeação da superintendência da Codevasf em Sergipe foi tratado como uma derrota do senador Rogério Carvalho (PT). Isso por parte dos políticos, o que é normal, normalíssimo.
Mas quando se vê toda a imprensa também só avaliando esse ponto da questão, primeiro é preciso levar em consideração que isso se dá por culpa exclusiva de Rogério e de sua forma de se relacionar com essa mesma imprensa. Mas aí é com ele mesmo, né isso?
Só que essa visão monocromática acaba impedindo que se leve até você, leitor e leitora, nuances diferentes e que demonstrem também outros atores decisivos em embates desse tipo.
Quer um belo exemplo? O senador Alessandro Vieira (PSDB), neo-goverrnista aqui em Sergipe, protagonizou uma cena incomum durante esse processo ao defender que a Codevasf, de fato e de direito, realmente deveria ser uma indicação dos Moura, visto que o parlamentar declarou ao radialista George Magalhães, recentemente, o seguinte: “minha função como coordenador de nossa bancada é o de cobrar o cumprimento do acordo feito junto ao governo federal nas indicações de cargos distribuídos aos parlamentares”, referindo-se a deputada federal Yandra Moura (UB) e a própria Codevasf.
Tudo bem, tudo certo, ok? Bom, não é bem assim. É que Alessandro, num passado não muito distante, também havia declarado, na Rádio Capital, em Itabaiana, o seguinte: “candidato a uma vaga no presídio, e só isso a que André é candidato”.
E ainda que Yandra seja Yandra e André seja André, é impossível não levar em consideração que ambos, filha e pai, são de um mesmo agrupamento político e que, em última instância, o nomeado para a Codevasf, Thomas Jéferson, o Jeco, milita politicamente ao lado de André desde que Yandra era criança, ora pois!
Assim, desse episódio todo, resta ao senador Alessandro Vieira avaliar o poder da palavra. E que quando não se tem nada a dizer que não sejam agressões gratuitas, o melhor mesmo é ficar calado, né não? Porque depois vem o tempo e seu efeito roda-gigante e fica difícil desdizer o que já se tinha dito! Ou, como diria a sabedoria popular, acaba ficando claro que a “arrogância precede a ruína”, né mesmo? Sem mais!