Antes de mais nada, aqui não se trata de previsão e nem nada. Se trata de uma recuperação de uma recente e exemplar passagem histórica em Sergipe. Corria o ano de 2006 e, na época, o fenômeno Marcelo Deda, reeleito prefeito de Aracaju, bancou a própria candidatura ao governo e chegou aonde chegou. Do outro lado, o então governador João Alves, com o poder quase infinito da caneta, detinha todos os tapinhas nas costas possíveis e imagináveis, ouvindo o seu grupo e tão somente a ele. Aí a disputa entre Déda e João se inicia e a boataria logo se espalhou: “o voto desse ano será melancia: verde por fora e vermelho por dentro”. Não deu outra: Déda venceu e João, em pleno exercício do mandato, perdeu. Ambos já não estão mais conosco, são de saudosa memória. Mas essa lembrança veio à cabeça de AndersonsBlog justamente quando as coisas começam a se encaminhar na disputa pelo governo neste ano da graça de 22. Na verdade, a demora pra anunciar a pré de Fábio Mitidieri (PSD) ao governo, escolha dita consensual entre os governistas, a forma como o anúncio foi feito, os desarranjos ocorridos por conta dos protestos do Policia Unida e aquela ruma de políticos reunidos, todos homens, todos brancos, todos já ocupantes de nacos do poder em voga, tudo isso junto acabou passando a impressão de que faltou uma combinação com os “russos” – nada a ver com a guerra, mas tudo a ver com uma frase do genial Mané Garrinha, facilmente encontrável na internet. E aí, quando nada combina, surge a ideia do voto melancia. Porque quando poucos decidem, muitos guardam sua insatisfação pra devolver na urna. Se os marqueteiros dos adversários de Fábio Mitidieri pararem pra arranjar alguma figura, algum tipo, algum arquétipo pra representar, renovado, aquele tal voto melancia, as eleições de outubro próximo podem ser muito surpreendentes. Sigamos!
2 Comentários
Wilker Lima
Perfeita analogia e sábias palavras para o cenário atual da nossa política Sergipana.
Cláudio
Verdadeiro relato.
Uma pena que hoje, o representante vermelho (Rogério), envergonharia o nome do representante, à época (Deda), pessoa a quem traiu sem pestanejar- como todos que acompanham a política sabem.
Infelizmente, essa eleição não apresenta nenhuma saborosa Fruta ao eleitor