Este AnderSonsBlog já tocou nesse assunto em algumas oportunidades. E modestamente imaginou que havia ajudado a alertar o ex-senador Antônio Carlos Valadares, um dos ícones do PSB sergipano e um cara que já foi de um tudo na política, sobre o quanto suas posturas radicais estavam colocando em risco o próprio PSB e, por tabela, o futuro político de um dos cabras mais boa gente da política sergipana, o assessor especial de Assuntos Parlamentares e Federativos da Secretaria Geral da Presidência, Valadares Filho.
Claro que do alto da experiência política de Valadares, pai, a casa aqui se coloca sempre em posição de respeito. Mas não custa nada ofertar uma visão de fora quando se deseja sinceramente ajudar, né verdade?
Mas qual o quê! Depois de um certo tempo na dele, o ex-senador voltou com carga total mirada em direção a dois filiados das antigas do PSB: o ex-prefeito de Poço Verde, Toinho de Dorinha, e o atual prefeito de Simão Dias, Cristiano Viana.
E a verdade é que a gente tem que ser pragmático: a bronca de Valadares é eleitoral, pura e simplesmente. É que ele quereria ter sido o candidato a deputado estadual de ambos. E não foi! E isso se deu por conjunturas bem específicas e internas nos dois municípios.
Pra darmos um exemplo ainda mais claro, vamos ao resultado das Eleições 22 para deputado estadual em Simão Dias, cargo ao qual o ex-senador concorreu no ano passado. Em sua terra natal, Valadares teve 1.743 votos. Já o candidato apoiado pelo prefeito simão-diense, Luciano Pimentel (PSD), alcançou 3.031 votos.
Daí pra cá Valadares passou a destilar raivas e mágoas. A mais recente foi chamar tanto Toinho, de Poço Verde, como Cristiano, de Simão Dias, de “traíras”.
Agora, para alguém que foi governador de Sergipe, que teve, sim, serviços prestados, favores realizados, parcerias estabelecidas ao longo de toda sua vida pública – de sucesso, diga-se de passagem! –, mas que ainda assim obteve somente 6.989 votos – como base comparativa, Luciano Pimentel, reeleito deputado estadual, chegou a 18.073 votos –, será que dirigir a frustação de uma não-eleição a filiados do PSB seria uma solução?
E será que chamar alguém de “traíra” explica a derrocada eleitoral? Sim, porque pela história política de Valadares, na verdade ele teria que chamar de “traíras” os milhares e milhares de sergipanos e sergipanas que simplesmente ignoraram a sua candidatura no ano passado, ora pois!
Infelizmente, com suas posturas radicais, Valadares dificulta ainda mais toda e qualquer possibilidade de manter a sua importância na vida pública sergipana atual.
Pior ainda: coloca em péssimos lençóis o próprio PSB, partido que já teve relevância muito maior do que possui atualmente.
E ainda mais complexo: ao enfraquecer o PSB, Valadares, ainda que de forma involuntária, também ameaça as chances de retornar ao cenário eleitoral de Valadares Filho.
Até porque, como se sabe, o fato do ex-deputado federal ser muito gente boa, sério e trabalhador age a seu favor. Mas ser uma boa pessoa e não ter um partido minimamente capaz de se manter em pé é, sim, um risco imenso à sobrevivência política de quem quer que seja!
Preocupante!