Quem acompanha este AnderSonsBlog já se acostumou a uma situação: toda vez que alguém citado aqui pela casa e discorda, diverge ou questiona alguma colocação do nosso site, o espaço de resposta e fala está garantido através de um PÁ DAQUi! PÁ DE LÁ!, sem tergiversar, sem necessidade de pedir ‘direito de resposta’. E a lógica por trás disso é que se nós podemos, livremente, emitir nossa opinião, quem por aqui é citado também tem o direito garantido de expressar a sua também. Assim, vamos ao que diz o presidente da Câmara de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (PSD) em relação ao texto publicado por AnderSonsBlog nesta segunda, 6 (leia AQUI) e, ao final, voltaremos com nossas considerações.
“Anderson, boa noite. É o Ricardo Vasconcelos. Recebi de um amigo um texto seu hoje que afirmava que eu entrei na Rede já com a Federação. Todavia, isso não procede. Ela foi formada no ano de 2022, eu entrei no partido em 2020, nem sonhavam com Federação. Como você preza pela boa informação, seria interessante corrigir aquela informação/desinformação. No mais, fique tranquilo, a leitura é de cada um e eu respeito, compreendo tudo. Só me chamou a atenção esse fato da Rede e, de fato, o pessoal do PSOL sabe disso: eu saí por causa da Federação mesmo e avisei no dia que a fizeram, afirmando que quando abrisse a janela partidária, eu sairia única e exclusivamente porque eu não tinha interesse em continuar com o PSOL. Mas sai tranquilo e numa relação ótima. E o partido deles ia votar em mim agora quando eu voltei, mas se abstiveram por causa que, no final, eu conversei com Rodrigo (Valadares) e para fazer também um gesto para Emília (Corrêa) e o PL, eu coloquei Moana (Valadares) na chapa. Aí o pessoal se chateou. Mas eu compreendo tudo, na hora de votarem se abstiveram no voto, disseram que confiam, que sabiam que eu faria uma boa gestão e tal, mas que não dava para votar por causa disso e daquilo. E eu compreendo tudo. E eu já conversei com Emília e com Ricardo para eles entenderam que quando eu falei que não é “desse jeito”, mas sim do nosso jeito, é porque acabou a campanha de Emília, que era para ela marcas a posição dela. Mas que agora tem que ser do nosso jeito, do jeito da cidade, do povo, do Executivo e do Legislativo. Tem que ser um governo coletivo, por várias mãos, porque se não fica muito impositivo, fica com muita arrogância falando “é desse jeito”. Eu penso assim e aí foi questionado na entrevista e é o que eu penso. E eu falo mesmo, sou muito direto, não tenho arrodeio comigo em relação isso. É o Legislativo que dá o tom. É isso que a gente fala todos os dias na Câmara. A gente que aprova, tudo é a gente que dá a palavra final. Mas cada um tem uma leitura. Às vezes acho que o Executivo é que tem mais recursos de governança. O Executivo está para executar aquilo que o parlamento autoriza. Então essa é uma visão. Não é que o Executivo vai se intrometer no Legislativo e não é que o Legislativo vai se intrometer no Executivo. Isso não pode acontecer isso. Mas também é preciso compreender o papel de cada um. E que cada um tem um papel nessa história e às vezes querem deixar o Legislativo apagado, querem dizer o Legislativo não define as coisas. E não é essa visão que a gente tem hoje”.
Como já dito no texto anterior, Ricardo Vasconcelos, na maioria das vezes, é dado a manifestações cheias de civilidade. Eis aí mais uma delas. E no que concerne a questão da filiação, máximo respeito, uma vez que a informação de Ricardo, sobre ter entrado na Rede antes da criação da Federação PSOL/REDE, é que realmente está correta. Assim como respeito total ao posicionamento dele ao entender que a vereadora Moana Valadares (PL) deveria fazer parte da chapa dele à presidência – que foi única – e também ao PSOL pela abstenção por discordarem dessa participação. Agora, em relação a forma como ele se referiu quanto a relação entre Executivo e Legislativo, seguimos discordando. É lógico que o parlamento e os parlamentares têm um papel importantíssimo na administração pública. E o mais importante aí é justamente legislar, fazer leis, e fiscalizar, ficar de olho no Executivo. Mas, na opinião aqui da casa, dizer que “quem dá o tom da administração pública não é o Executivo, é o Legislativo”, como Ricardo disse na entrevista à Jovem Pan, é um claro exagero e uma frontal afronta ao equilíbrio entre os poderes. Portanto, respeitando os posicionamentos do presidente da Câmara de Aracaju em mais um PÁ DAQUI! PÁ DE LÁ!, seguimos discordando e divergindo justamente nesse ponto seminal. É isso!