“Eles estão revesando adversários políticos para me atacar de todas as formas e sem direito de resposta. Tudo isso porque suspendemos a publicidade, devido a falta de condição financeira para pagar”. Essas duras palavras são do prefeito de Socorro, Padre Inaldo (PP), e se referem a emissora de rádio e aos profissionais que nela labutam. Como na Comunicação da gestão de Inaldo está o sempre competente Carlos Ferreira, BlogAnderson nem se aventurará a dizer que o prefeito socorrense foi instruído a agir dessa forma grosseira, visto que, apesar da dureza de suas declarações, Inaldo não declinou nomes nem da empresa e nem dos profissionais que estariam por trás dessa “chantagem”. Quando as coisas chegam a esse nível de destempero, a lógica aponta que essa ação é decisão unilateral do gestor. Mas ao atacar sem dar “nome aos bois”, o prefeito incorre num erro e, ao mesmo tempo, numa repetição do modus operandi que sua declaração critica. O erro ocorre ao não revelar quem o pressiona por verbas publicitárias, deixando todos os veículos radiofônicos com programas de radiojornalismo sob suspeição. E a utilização do mesmo expediente de que diz ser vítima, a chantagem, acontece pelo fato de que os programas noticiosos, a partir da declaração dada, terão toda razão se recearem tecer críticas, ainda que procedentes, à administração de Inaldo em Socorro, justamente para não serem incluídos entre os “suspeitos”, não nominados, de chantagear o prefeito. Ou seja: Padre Inaldo se colocou, voluntariamente, em uma sinuca de bico.