Este AnderSonsBlog, como diria o querido jornalista e amigo Habacuque Villacorte, ‘não é baú pra guardar segredo’ – alô Haba, bons e velhos tempos de redação no Correio de Sergipe, hein?!?! – e por isso mesmo não vai guardar um ‘zum-zum-zum’ que tem ouvido por aí nas rodas políticas sergipanas, não, viu?
É que a turma que analisa o cenário em Sergipe, nessas conversas, sempre bate numa tecla bem chinfrim: a de que, no caso de André Moura, presidente estadual do União Brasil, vir a ser candidato a senador nas Eleições 26, ele estaria ‘rifando’ a candidatura de Yandra Moura, do seu mesmo União, a deputada federal. E isso, na concepção da casa aqui, se trata de uma imensa bobagem. E a gente explica tudo ‘nos mííííííííínimos detalhes, como diria aquela personagem dos antigos programas humorísticos da TV brasileira.
É que, a bem da verdade, esse tipo de argumento não se sustenta pelo fato de outras lideranças políticas tomarem decisões semelhantes e, nem por isso, serem ‘atacadas’ gratuitamente, ora pois!
Senão, vejamos dois exemplos, apenas dois, de campos diametralmente opostos na política sergipana. Pela oposição, o líder Valmir de Francisquinho (PL), nas Eleições 22, viveu um calvário com uma perseguição absurda a ele e a seu filho, Talysson de Valmir, do mesmo PL, durante toda a campanha naquele ano. E, ao final, Valmir seguiu candidato a governador e Talysson foi substituído por seu irmão, Ícaro de Valmir e o resto é história: Valmir foi o mais votado, mas não se elegeu, é Ícaro hoje é deputado federal – aliás, dos mais bem avaliados pelos eu trabalho em Brasília.
Aí vamos para a situação: o então candidato a governador Fábio Mitidieri (PSD) tinha como companheira na chapa proporcional de candidaturas à Alese a sua irmã, Maísa Mitidieri, também do mesmo PSD e o resultado final é também história: Maísa se reelegeu deputada estadual no primeiro turno e Fábio se tornou governador de Sergipe ao vencer o segundo turno. Alguém viu algum problema nessas candidaturas, minhas gentes?
E o cenário pras Eleições 26, como se apresenta? No campo oposicionista, Valmir busca a elegibilidade e pode ser candidato a governador novamente, sendo que Ícaro de Valmir tem toda a legitimidade para buscar a renovação de seu mandato de federal e, no campo governista, é mais do que óbvio que Fábio Mitidieri vai buscar a reeleição, que Maísa Mitidieri deve buscar fazer o mesmo e que um primo do governador, Cláudio Mitidieri, atual secretário de Saúde, deve se apresentar como candidato a deputado federal. Algum problema nisso tudo aí relatado? De jeito nenhum e de jeito maneira, pois, pois!
E por que só quando se trata de André Moura buscar uma vaga no Senado e sua filha, Yandra Moura, buscar renovar o seu mandato – muito bom e produtivo, por sinal – na Câmara Federal é que haveria algum tipo de problema?
Na opinião deste AnderSonsBlog a resposta é fácil, embora não seja simples. A questão é medo! Sim, medo da capacidade de articulação de André e da já comprovada capacidade de Yandra de também construir caminhos próprios a partir do seu bom desempenho na política mesmo estando nela há tão pouco tempo. É isso!
P.S.: “Ah, AnderSonsBlog, então eleições devem ser como capitanias hereditárias?”, perguntaria o leitor e a leitora mais críticos. E é claro que não! A questão é que as opções de voto devem ser muitas e livres, para que o povo possa escolher livremente entre elas. Agora, o que não pode é ‘dois pesos e duas medidas’. Se uma liderança pode colocar um parente na fita eleitoral, por que outra liderança não pode fazer o mesmo? É disso que estamos falando!