Pra quem não viveu e nem vive Lagarto na sua essência, pode até parecer um jogo de cena. Mas pra quem conhece Lagarto nas suas entranhas, o ato de posse do prefeito Sérgio Reis (PSD), acontecido nesta quarta, 1º de janeiro, foi carregado de simbolismos impossíveis de serem ignorados.

Pra começar, em seu discurso de posse, Sérgio falou firmemente sobre a questão do pertencimento. Ora, lógico que não é preciso nascer numa cidade para amá-la. Só que o tal pertencimento exige comprometimento com a realidade das pessoas que ou nasceram, ou vivem nessa mesma cidade. E esse comprometimento estava bem distante da administração lagartense até então!

Outro ponto importante do discurso de Sérgio foi que ele lembrou que, independente das fake news criadas com o intuito de atabalhoar a disputa nas Eleições 24, ele é, sim, ficha limpa! Tanto o é que, após vencer as eleições, ser diplomado e, finalmente, empossado, o prefeito de Lagarto é ele mesmo, Sérgio! O que for dito em contrário é choro de mal perdedor!

Outra coisa: Sérgio garantiu que o Parque de Exposições Nicolau Almeida, envolvido em ‘tenebrosas transações’ na gestão passada, voltará para o município e se tornará o maior centro de equoterapia do estado, atendendo o clamor de pais e mães de crianças e adolescentes neuro divergentes. Só essa atitude já vale por um governo inteiro!

Mas foi no final da posse oficial de Sérgio que veio o momento mais impactante e que pode, deve e tem mesmo que perdurar por muito tempo em relação não apenas a política lagartense, mas na política sergipana e mesmo na brasileira.

Numa fala seminal, Sérgio não apenas recuperou a memória do ex-prefeito Valmir Monteiro, covardemente traído e defenestrado do poder, como se dirigiu ao deputado estadual Ibrain Monteiro (PV), filho de Valmir, e disse, textualmente, que “em nome de toda família, Ibrain, que você entre pela porta da frente representando aquele que está lá em cima e que foi injustamente tirado daquela casa. Você vai abrir a porta (da prefeitura) do povo e para o povo em nome de justiça ao ex-prefeito Valmir Monteiro”.

Novamente para quem não é e nem vive a realidade lagartense, uma fala dessas pode parecer banal, política e coisa e tal. Só que Sérgio e Ibrain eram antagônicos politicamente até bem pouco tempo atrás. E foi a partir da injustiça cometida contra Valmir, um político que não nasceu em Lagarto, sendo nativo da vizinha Salgado, mais precisamente do povoado Água Fria, mas que amava demais a cidade que lhe acolheu e lhe fez uma figura pública das maiores da história lagartense, que essa história toda se construiu.

Valmir foi traído e detonado pelos seus supostos ‘parças’ – leia-se sua então vice Hilda Ribeiro e seu marido Gustinho Ribeiro, ambos hoje no Republicanos – e nem mesmo o falecimento dele foi respeitado pelo agrupamento político que ocupava a prefeitura até o último dia 31. Na verdade, a turma de Gustinho, seja nas emissoras de rádio ligadas a ele, seja nas redes sociais, bateram sem dó e nem piedade na família de Valmir justamente num momento de extremo sofrimento por conta da partida do ex-prefeito. Uma verdadeira lástima!

Enfim, a atitude de Sérgio o posiciona como uma das figuras políticas mais altivas do estado, capaz de superar divergências em nome da Justiça, em nome do amor ao próximo e em respeito a memória de quem tanto fez por Lagarto.

Portanto, Sérgio começou bem demais a sua gestão e é bom que todo o Sergipe fique atento aos seus próximos passos. Seguindo assim, mesmo diante das imensas dificuldades que ele já está encontrando – e isso é assunto pra muitas outras postagens, uma vez que a gestão de Hilda deixou Lagarto e a prefeitura em petição de miséria –, Sérgio pavimentará tranquilamente o caminho até sua reeleição e, depois, poderá alçar voos ainda mais altos na política sergipana. Pode anotar isso aí, leitor e leitora!

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