Não se engane, leitor e leitora: na política, tudo, mas absolutamente tudo o que é dito por aliados vem de uma combinação prévia. Não tem essa de voluntarismo, não! Tudo tem um arranjo anterior. E, quando não é assim, é porque a “merda virou boné”, como diz um dileto amigo da coluna. Portanto, servidores gerais do Estado de Sergipe, regozijai-vos: em 2022 é muito possível que, ao menos dentre as categorias mais básicas, que recebem proventos menores, o tão aguardado aumento venha. Bola de cristal de AndersonsBlog? De jeito nenhum! Mas vai vendo o que o deputado estadual Francisco Gualberto (ainda PT), disse na sessão desta terça, 16, na Alese. “Para o próximo ano, defenderemos junto ao Governo do Estado que sejam feitos todos os esforços para que haja um reajuste linear para os trabalhadores do Executivo, especialmente merendeiras, vigilantes, oficiais administrativos. Os trabalhadores que ganham menos estão em maior prejuízo”. No material enviado pela assessoria de Gualberto – muito bom, por sinal – fica claro que o parlamentar levará a proposta ao governador Belivaldo Chagas (PSD) para que tudo seja discutido, sempre priorizando os chamados “barnabés” que, por óbvio, ganham menos e precisam de mais atenção do governo, lógico! Mas como ex-líder do governo Belivaldo na Alese, Gualberto não levantaria uma bandeira dessas sem que o próprio governador, no mínimo, sinalizasse com a possibilidade. No mais, ao defender um reajuste progressivo, em que as categorias que ganham menos teriam um percentual maior, o deputado também demonstra outra fina sintonia com Belivaldo. Afinal, aplicar altos índices aos salários maiores seria empurrar o governo para a bancarrota. Além disso, garantir maiores percentuais para um número maior de servidores, justamente os que ganham menos, daria aquela famosa “mãozinha” na aprovação popular da gestão que se encerra no ano que vem, né não? Sob o viés eleitoral, pode até ter quem, por interesses também eleitorais, detone a informação passada por Gualberto. Já este AndersonsBlog, ciente dos apertos que os servidores têm vivido, bate é palmas para Gualberto e espera que Belivaldo dê prosseguimento a ideia e execute o tão sonhado aumento. Porque dos “barnabés” à roda da economia, de seu Zé da feira livre à mocinha da loja de departamentos, passando pelo dono da mercearia da esquina e chegando ao grande industrial, todo mundo sabe que dinheiro circulando em forma de salários melhores é sinônimo de economia aquecida, que gera mais emprego, oportunidade, etc, etc, etc… Simples, né? “Ah, mas só em ano eleitoral?” Sim, e pior não seria se nem assim fosse?