Presidente da Câmara de Aracaju tenta dar um ‘mata-leão técnico’ e um ‘nó tático’ em Emília Corrêa quanto a nova eleição da casa legislativa. Caberá a prefeita eleita aceitar ou não essas condições

Na semana passada, e isso é preciso ser dito antes de mais, a prefeita eleita Emília Corrêa (PL) foi muito bem recebida na Câmara de Aracaju. E em que pese isso ser do jogo, com muita gente querendo agradar pra angariar simpatias, uma das falas de ‘boas-vindas’ mais efusivas voltadas a ela foi a do presidente da Câmara, vereador Ricardo Vasconcelos, que se elegeu pela Rede e, agora, se reelegeu pelo PSD com a maior votação dentre todos da futura bancada legislativa.

E a simpatia, a empatia e todo aquele cuidado nas palavras, ainda mais vindas de alguém com a experiência de Ricardo, chamou a atenção aqui da casa. Na verdade, acabou mesmo remetendo a intenção de se tratar de um ‘mata-leão técnico’.

Explica-se: cheio de mesuras, tratando Emília como uma da Casa que chegou lá, pedindo que ela não esqueça nunca do povo e por aí vai, Ricardo deixou transparecer que toda a boa vontade do mundo para com a nova gestão se dá por uma questão muito própria, que é o fato da prefeita eleita ser oriunda do parlamento. Tudo bem, tudo certo, mas esse tipo de postura só se justifica pelo fato de Ricardo ser concorrente e, até o momento, franco-favorito à sua reeleição como presidente da Câmara, vamos deixar isso combinado?

Já o ‘nó tático’ veio um pouco antes: é que o governador declarou apoio à reeleição de Ricardo Vasconcelos para a presidência logo que acabou o 1º turno. E Emília, ao longo do 2º turno, fez o mesmo. E ao se posicionar praticamente como candidato único, Ricardo usa essas duas declarações à seu favor e isso também é do jogo – há rumores de que ele havia declarado nos bastidores ter o apoio de 21 parlamentares dentre os 26 que comporão a próxima legislatura, mas aí, até pela imprudência e arrogância implícitas na fala, AnderSonsBlog não acredita que, caso isso tenha mesmo sido dito, seja algo pra se levar a sério.

No final das contas, Ricardo afaga a prefeita eleita, se garante no apoio do governador e, empurrando com a barriga, pretende se reeleger sem maiores complicações.

Acontece que, para isso acontecer, não bastará o apoio do governador e nem a declaração da prefeita eleita. O que deve ser levado em conta, por exemplo, é que Fábio Mitidieri não terá que conviver com Ricardo no dia a dia da próxima gestão aracajuana. Esse papel será exclusivamente de Emília!

E pra quem viu a forma como Ricardo Vasconcelos, em determinados momentos, tratou o atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT), apenas um exemplo basta pra reavivar a memória: quando Ricardo ‘botou pra torar’ na questão das emendas impositivas e ameaçou parar até a definição do orçamento municipal se o prefeito não sinalizasse que pagaria. A frase de Ricardo, salvo engano, foi textualmente “ou paga ou paga”.

E se isso pega bem pra quem é vereador ou vereadora, pra quem está no Executivo é uma lástima. Tanto isso é verdade que, a partir desses episódios de desgaste com o Legislativo é que se viu um declínio da gestão de Edvaldo que, não por acaso, levaram a derrota do candidato dele, Luiz Roberto, também do PDT.

Ninguém é besta nessas coisas de política, claro! Por isso que é legítima toda a movimentação de Ricardo Vasconcelos visando se manter no poder e, com isso, tutelar a pauta do Legislativo municipal. E é lógico que ele pode até fazer isso em consonância com Emília.

Mas será mesmo que a prefeita eleita deve se sujeitar a essa situação ou deve buscar um nome dela mesma para a presidência da Câmara, até mesmo para dar uma lufada de novos ares dentro de um Legislativo que encarará um Executivo que intenciona também oxigenar a administração pública aracajuana? Essa dúvida só mesmo Emília Corrêa é quem poderá dirimir até as eleições legislativas da capital sergipana. Sigamos!

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1 Comentário

  • Thiago

    6 de novembro de 2024 - 13:30

    Bla bla bla, esqueceu de dizer que Ricardo foi o primeiro a chegar à presidência e abrilhantar o parlamento! Que as emendas impositivas salvaram vidas pois Ricardo destinou a sua grande maioria para o sistema de saúde que atende boa parte da população aracajuana e é fielmente investido no que foi destinado! Sem desvios de finalidade! Fico feliz em tê-lo como parlamentar! Ele faz toda a diferença!

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