Não vamos entrar no mérito da validade ou não dos votos da vice-governadora Eliane Aquino (PT) para deputada federal nas últimas eleições. A questão já está sendo julgada no TSE – com placar desfavorável a ela de 2 a 1 – e o que resta é aguardar.
Mas todo o oba-oba em torno da retotalização dos votos pelo TRE/SE, que colocou João Daniel, também do PT, no rol dos deputados federais eleitos – no caso dele reeleito – não deixa de ser justamente isso: apenas oba-oba! Até porque a instância superior, o TSE, é que dará a palavra final.
Mas é inegável o seguinte: ao conseguir a retotalização, João Daniel larga com uma considerável vantagem para, na pior das hipóteses, cumprir ao menos uma boa parte do mandato.
Explica-se: com a nova configuração dos eleitos, a partir da decisão do TRE/SE, João pode vir a ser diplomado. E aí, leitor e leitora, quando o diploma de eleito é concedido, é sempre muito difícil reverter a decisão de forma rápida.
Dessa forma, o que está posto é que André David (Republicanos) tem que correr contra o tempo para que o julgamento no TSE invalide, de uma vez por todas, os votos de Eliane Aquino.
E aqui, convenhamos, também há uma faca de dois gumes, visto que a decisão que favorece André está com placar, como já dito, de 2 a 1 pela invalidação. Como são 7 votos, cabe aos advogados de André David lutarem por mais dois. E aos advogados de Eliane e do PT, visto que o interesse também é do partido, conseguirem mais três votos pela validação.
Ou seja: tudo é muito tênue. Mas ao menos uma coisa é certa: com a diplomação a caminho, a situação de João Daniel lhe é mais favorável e justamente por isso, e também pela impossibilidade de reversão da retotalização no TRE/SE – que argumentaria que isso agora dependeria do TSE e blá, blá, blá –, André David vai ter que fazer plantão – ele e, principalmente, seus advogados – em Brasília.
Agora, convenhamos: eita eleiçãozinha de 22 que parece não ter fim, né não?