Ricardo Vasconcelos, presidente da Câmara de Aracaju, deu a senha: liberdade pra falar, sim! Mas é massa pro povo levar as demandas até a prefeitura e resolvê-las! Entenda

Na terça, 3, o presidente da Câmara de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (PSD), deixou a oposição na casa e fora dela em polvorosa, soltando fogos e fazendo festa. É que, durante seu pronunciamento, usando frases de efeito do saudoso apresentador Hilton Lopes, Ricardo foi enigmático em seus recados, embora todo mundo que acompanha a política aracajuana tenha entendido tudo o que ele disse.

Nem vem de lagartixa que hoje eu tô de azulejo”, foi uma das frases. Outra foi “passarinho que briga com pé de pau fica sem ter onde dormir”. E mesmo garantindo que desejava celebrar o São João na paz, sem guerra, a oposição na Câmara e seus puxadinhos fora dela ‘cantaram vitória’ com as falas do presidente no afã de verem instalada uma espécie de caos nas relações entre o parlamento aracajuano e a gestão de Emília Corrêa (PL) na prefeitura.

Horas depois de seu pronunciamento, ainda na terça, Ricardo Vasconcelos posta em suas redes sociais um vídeo em que ele, ao lado do amigo e liderança local do bairro Veneza, Mário Mateus, celebra a pavimentação asfáltica de duas ruas na localidade, realizada pela prefeitura após solicitação dele.

Estamos aqui na Veneza e há um tempo atrás eu vim aqui e disse que iria reivindicar junto a prefeitura asfalto para essa comunidade e já estamos asfaltando duas ruas, a Alvani e a Sônia Regina”, diz um satisfeito vereador com as imagens das máquinas da prefeitura trabalhando ao fundo, conforme o vídeo abaixo comprova, inclusive agradecendo, tanto ele como a liderança local, à intervenção em forma de obra realizada pela prefeita Emília no local.

E o que se depreende desses dois momentos de Ricardo Vasconcelos no mesmíssimo dia? Ora, que Ricardo defende a liberdade do parlamento e a independência entre os poderes, mas que também sabe que um parlamentar da base de apoio à gestão pode e deve levar as demandas da população até a prefeitura de forma direta!

O fato, leitor e leitora, é que a oposição em Aracaju pegou uma fala normal da prefeita, na qual ela diz que vereadores da base têm na própria gestão o foro adequado para levar os pleitos da população, e tentaram transformar isso num ‘cavalo de batalha’, como se Emília quisesse impedir algum parlamentar de se manifestar. E isso é uma falácia sem tamanho!

A verdade é que quem está a frente de uma gestão constrói sua base no parlamento de duas formas: ou na eleição ou no mandato. Quando isso ocorre na eleição, beleza! Mas quando isso ocorre no mandato, normal também! E qual é a maneira mais republicana de se construir essa maioria parlamentar? Atendendo aos reclames da população que chegam à gestão através dos… parlamentares, ora pois!

E, de mais a mais, o que é mais importante para o povo? Ter um vereador ou uma vereadora que vive de denúncias no púlpito, o que é absolutamente legítimo e democrático, ou ter uma vereadora ou um vereador que ouve a população, leva a demanda até a gestão e depois volta àquela comunidade com o problema devidamente resolvido? Pois é, né?

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