A revista Carta Capital, que possui uma imensa consideração aqui da casa justamente por já ter assumido, em editorial, seus posicionamentos políticos, além de pelo fato de ter sido fundada por um nome seminal do jornalismo nacional, Mino Carta, fez breve matéria sobre o União Brasil (UB) e a sua possível ou não relação de apoio com o PT no futuro governo Lula (leia aqui).

Até aqui, mais do mesmo, pois o UB condicionaria o apoio da sigla ao governo justamente ao apoio do PT ao nome à presidência da Câmara do partido, o deputado pernambucano Luciano Bivar, presidente do UB e essas coisas da política e de seus bastidores.

Mas lá pelo final da matéria, quando cita que o UB terá 59 deputados e 10 senadores à partir de 23 – números impressionantes, aliás! –, a Carta Capital cita dois nomes que podem ser empecilhos para que o UB apoie o PT: o do ex-juiz Sérgio Moro, agora senador, e o do deputado federal eleito Rodrigo Valadares, ambos do União.

Sobre Sérgio Moro, a história e seu desempenho no Senado que o julguem. Mas sobre Rodrigo, antes, um adendo: que livramento pra ele ter perdido o comando do PTB, né verdade? Menos pelo PTB e muito mais pelas doidices de Roberto Jeferson, claro! Mas aí é assunto para ser melhor discorrido em outra postagem.

Acontece que a publicação atribui aos dois parlamentares e seus posicionamentos, tratados que são como “nomes mais à direita”, como possíveis dificultadores para o UB num eventual apoio ao governo petista. E é disso que trata essa postagem.

Rodrigo tem o direito de ter a posição que desejar e isso não deveria ser motivo pra espanto e nem pra questionamentos radicais sobre o seu ideário político de jeito nenhum. Aliás, é justamente esse radicalismo, de lado a lado, que tá tornando a política algo realmente insuportável e assustador.

Ou seja: é possível discordar de Rodrigo Valadares, de qualquer direitista ou mesmo de qualquer esquerdista sem que isso torne ninguém inimigo mortal de ninguém, ora pois!

Agora, o que não dá para não reconhecer é quando um político se posiciona firmemente, seja qual for a sua coloração ideológica, e como isso faz toda a diferença. É o que está acontecendo com Rodrigo Valadares agora mesmo, conforme reconhece a Carta Capital, no plano nacional.

Sim, porque a dificuldade de relação com o PT a partir de Moro é óbvia demais – prisão do Lula e coisa e tal. Agora, Rodrigo Valadares é antagônico, ideologicamente falando, ao PT, mas não é carrasco e, pelo seu desempenho na Alese, jamais fecharia as portas do diálogo, ainda que não aceite os posicionamentos ideológicos petistas, o que é um direito legítimo dele, ora pois!

Portanto, leitor ou leitora, concorde-se ou não, vote-se ou não em Rodrigo Valadares, o que não é possível é ignorar que ele, em vias de iniciar o seu segundo mandato eletivo, ganha holofotes nacionais por conta de suas ideias e de seus ideais.

E não é disso que a maior parte das pessoas que se interessa por política, à esquerda ou à direita, fala o tempo todo? Ou seja: AnderSonsBlog nem concorda com tudo o que Rodrigo pensa. Mas dá o maior valor pelo fato dele ser respeitado justamente por se expressar e agir conforme o que ele justamente pensa, porque isso o que engrandece a política bem mais do que os tais acordos de bastidores, né isso?

0

0