No calendário, a semana começa aos domingos. Na vida das pessoas, começa na segunda. Mas, para o futuro de Sergipe, essa semana começa mesmo é nesta terça, 9. É que o julgamento, pelo TSE, da cassação da chapa Belivaldo Chagas/ Eliane Aquino, governador e vice, está marcado justamente para essa data. Na verdade, Belivaldo não é um neófito nesse tipo de processo, embora, agora, a acusação de abuso do poder econômico, por conta de ordens de serviço dadas em 2018, antes das eleições daquele ano, seja direcionada diretamente a ele e seus atos. Mas, em 2009, precisamente em 21 de setembro daquele ano, Belivaldo estava num julgamento de cassação. Era vice do saudoso Marcelo Déda que, por sua vez, era acusado de uso da máquina pública da prefeitura de Aracaju em 2006, antes das eleições daquele ano. Na oportunidade, o TSE acompanhou a decisão do TRE/SE e manteve o mandato de ambos. O resto a história conta. Para esta terça, a torcida de Belivaldo e o trabalho de seus advogados é para que o TSE não siga o que decidiu o TRE/SE, que cassou, por 6 a 1, a chapa que está atualmente no governo. Decisão judicial, como se sabe, não se discute, se cumpre. Mas AndersonsBlog, em mais de uma oportunidade, já defendeu que decisões da Justiça Eleitoral deveriam ser diferenciadas, em termos de tramitação, no sentido de serem as mais céleres do Judiciário brasileiro. Por razões simples e objetivas: segurança jurídica, continuidade de políticas públicas, estabilidade econômica e por aí em diante. Porque se é fato que ações como as de Belivaldo, no caso das ordens de serviço, podem ter desequilibrado o confronto, também é fato que a sua punição deveria ter ocorrido antes das eleições. Depois da disputa ocorrida, penalizar Belivaldo, na verdade, é penalizar o Estado, que sofrerá descontinuidade administrativa num período tão delicado como o que estamos vivendo, nesses tempos de rescaldo da pandemia e agravamento da crise econômica. Por fim, a nota triste é, veja, leitor e leitora, que o absurdo inimaginável está ocorrendo: tem gente que se diz aliada de Belivaldo trabalhando para que ele efetivamente caia. Fazem isso por conta de interesses pessoais, diretos ou indiretos, dando, assim, uma verdadeira banana para o próprio Belivaldo e para toda a população sergipana. Quanto deselegância, né não? Em 2009, quando a chapa Déda/Belivaldo esteve em vias de ser cassada, nem oposição, à época comandada pelo saudoso João Alves, e nem supostos aliados preparavam festa e nem operavam nos bastidores para que a cassação, de fato, ocorresse. À época, apenas para relembrar o cenário, caso Déda perdesse o mandato, assumiria o então presidente da Alese, hoje conselheiro do TCE, Ulices Andrade. Os saudosistas podem dizer: “era um outro tempo!”. Mas por se tratar de um fato ocorrido há apenas 12 anos, AndersonsBlog prefere outra observação: na verdade, eram outros políticos, muito mais fieis e corretos dos que os que temos aí, hoje, no entorno do governador, ora pois!

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