Será que deixarão o processo de escolha para o Quinto Constitucional em paz? Em entrevista à TV Atalaia, presidente da OAB/SE, Danniel Costa, deu a letra necessária pra que chegue ao fim tanto ‘mi-mi-mi’

Na última quinta, 20, o presidente da OAB/SE, Danniel Costa, foi cirúrgico em suas colocações em defesa do modelo híbrido para a escolha da vaga no Quinto Constitucional, cujas inscrições pra candidatos e candidatas se encerram na próxima terça, 25 de fevereiro.

E não é de se estranhar que Danniel, até pela função que exerce, tenha sido, pra dizer o mínimo, elegante com quem tanto critica a Ordem por, a partir de uma decisão do seu Conselho Seccional, inserir a pauta da inclusão no atual formato para a escolha do advogado ou da advogada que ocupará vaga na desembargadoria do TJ/SE, vaga esta que cabe, constitucionalmente, à advocacia sergipana.

Assim, durante a sua entrevista à Sérgio Cursino, do Balanço Geral da TV Atalaia, o presidente da OAB/SE mostrou uma polidez ímpar mesmo diante daqueles que tanto têm lhe atacado.

Primeiro, a gente tem um respeito pelo direito de ação, que está previsto na Constituição Federal. Qualquer pessoa pode questionar decisões do Conselho Estadual e entrar na Justiça para defender seu ponto de vista. Isso faz parte do processo político e de classe, faz parte do Sistema de Justiça. Eu acredito, no entanto, que há uma questão política envolvida, uma política que ainda vem da eleição da OAB, mas também há interesses pessoais, interesses em não ter um sistema que assegure 50% de paridade para as mulheres e que assegure 30% de pertencimento racial”, foi uma das falas de Danniel com referência direta às três ações movidas pela turma contrária ao novo processo de escolha do Quinto, que prevê paridade de gênero e cota racial.

E Danniel está certo em não devolver os ataques diretos que vem sofrendo, afinal a eleição passará e a advocacia continuará. Já este AnderSonsBlog, que busca ser justo com todos os lados envolvidos em qualquer que seja a disputa, diante da Justiça Federal ter negado provimento pela terceira vez às ações promovidas pelos críticos ao novo formato de escolha, que definirá 12 nomes entre os inscritos através de sabatinas e do respeito ao regramento que prevê 50% de homens e 50% de mulheres, além de 30% de pessoas pretas, não resiste e lança o chiste: como já foram 3 derrotas, a moçada já pode pedir música?

E uma outra fala de Danniel na entrevista realmente capturou a atenção da casa aqui. “A gente sabe que isso (a mudança na forma de escolha, que segue democrática e direta na sua fase final) traz realmente contrariedade a algumas pessoas. E aqui eu até faço algumas reflexões: por que a gente não vê nenhuma pessoa parda ou preta reclamando desse novo sistema? Por que a gente não vê nenhuma mulher, nenhuma mulher parda ou preta reclamando desse novo sistema? Então, nós temos o compromisso de lutar contra o preconceito racial e de lutar contra o preconceito de gênero também”.

Bingo! E, claro, aqui não se trata de fazer nenhuma ilação em relação àqueles que tanto contestam o sistema híbrido de escolha que, por sua vez, é a única fórmula apresentada em que se pode aplicar as cotas para, depois, colocar a lista para que advogados e advogadas possam escolher os nomes da lista sêxtupla.

Mas, leitor e leitora, quando analisamos o caso a luz de quem se beneficia diretamente desse novo formato, mulheres e pessoas negras, tem como não concordar que esse mesmo sistema, nesse novo formato, é, de fato, o mais justo, igualitário e democrático? Pois é, né? Simbora!

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