A foto acima é histórica! Lógico que não pela presença nela do titular do AnderSonsBlog, é óbvio! Mas por nela estarem biografado, Jackson Barreto, e biógrafo, Jorge Carvalho.
Ambos, um com a própria história e outro com a verve literária e de exímio pesquisador, são “cúmplices” em Jackson Barreto – Tempo e Contra-tempo, lançado na última quarta, 18, no Museu da Gente Sergipana – local mais que perfeito, por tudo o que representa, para um lançamento desse porte.
Olha só, leitor e leitora, como ainda está lendo, então AnderSonsBlog não fará uma resenha do livro. Na verdade, essa postagem aqui é uma constatação: quer queira, quer não, JB está inserido diretamente em 51 anos dos 201 que perfazem a história de Sergipe.
Sim, e neste Dia da Sergipanidade, é importante ressaltar isso porque, quer queira ou quer não também, Jackson é amado e odiado na mesma intensidade, embora não na mesma proporção.
Explica-se: quem construiu uma vida pública nos píncaros da glória eleitoral como ele, com certeza tem mais admiradores do que detratores. Só que os dois sentimentos, o amor e o ódio, se equivalem em intensidade.
E é quando paramos para pensar sobre a tal Sergipanidade neste 24 de outubro, que uma coisa salta aos olhos: o desrespeito com nossas memórias oriundo das disputas político-eleitorais.
É normal que as disputas eleitorais sejam duras, às vezes beirando a irracionalidade. Mas tentar apagar a história de quem quer que seja por conta de posições políticas antagônicas não é apenas cruel, não! É também de uma burrice crônica.
Até porque ganhar de quem não tem história é fácil, né? Quero ver é quem consegue superar nomes de peso e de comprovada vivência na política e, na vitória, é capaz também de ver e valorizar o histórico do adversário. Quem tem essa grandeza só amplia o impacto e a força da vitória alcançada, fica a dica, viu?
E aí voltamos a Jackson Barreto. Orador certeiro, legislador no ponto, JB nunca fez um brilhante mandato no Executivo. Mas isso não acaba com sua história de líder popular de jeito nenhum! Quando em 1985 se tornou o prefeito mais votado proporcionalmente do país, Jackson coroava, já muito jovem, uma carreira política que se misturava com a história sergipana, se tornando já dali uma liderança popular incrivelmente forte e legitimada.
Tanto isso é verdade que ele quase chega ao governo, digamos, “sozinho” em 1994. E tanto isso é muita verdade que a chegada ao poder do chamado “campo progressista” – seja lá o que isso for! -, representada pela eleição do saudoso Marcelo Déda em 06, necessitou da presença no mesmo palanque do mesmo Jackson Barreto, aquele que foi de carteiro a governador nesse período de 1/4 da história sergipana.
Entre erros e acertos, entre falas certeiras – a defesa incondicional da democracia desde sempre dentre elas – e bobagens homéricas – a história de nadar o rio Sergipe até a Barra caso o saudoso João Alves concluísse a ponte Aju/Barra dentre elas – Jackson Barreto é personagem responsável por um imenso protagonismo na história sergipana ao longo de meio século.
E já que estamos no dia da Sergipanidade, vale sim lembrar que aliados ou adversários, e isso é o que menos o que menos importa nesse contexto, têm o dever civicamente sergipano de destacar Jackson Barreto como um dos construtores dessa mesma Sergipanidade. Não se trata de um salvo conduto pra JB ou ainda de um passar pano pra tudo o que ele fez.
Se trata de reconhecer que ele fez muito – sem precisar concordar ou gostar de tudo o que foi feito, ok? – e que pra que a tal Sergipanidade se firme no horizonte histórico da construção da identidade sergipana é preciso se dar créditos a quem fez, faz e fará a nossa história.
Jorge Carvalho e a bela biografia que escreveu sobre Jackson Barreto dá o caminho: Sergipanidade, meus caros e minhas caras, só se faz completa com sergipanos e sergipanas inclusos. E JB, graças a Deus, recebe essa inclusão ainda em vida! E que venham outros! E que venham muitos mais! E que venham todos! Sergipe e a Sergipanidade agradecem!