Antes de analisar a questão proposta no título acima, é preciso que se destaque a própria São Cristóvão. Quarta cidade mais antiga do Brasil, primeira capital sergipana, São Cristóvão já viveu momentos bem melhores em termos de projeção estadual de suas lideranças políticas. E para não nos alongarmos, fiquemos em apenas um exemplo: 2006 foi o último ano em que a política de são-cristovense produziu representantes na Alese. E, veja só, leitor e leitora, naquela oportunidade não apenas um, mas dois deputados foram eleitos oriundos de São Cristóvão: Armando Batalha, ex-prefeito, e Prof. Vanderlê, irmão do saudoso ex-prefeito Zezinho da Everest. E tchau! De lá pra cá, a força política do município foi só de ladeira abaixo – e olha que de ladeiras São Cristóvão entende! Escândalos administrativos seguidos e gestões realmente desastrosas acabaram por minar a confiança do eleitorado local justamente nos nomes locais. Daí para diversos políticos “de fora” se aproveitarem da situação, foi um passo. Pois bem, e o que seria diferente neste 22? Comecemos pela gestão do prefeito Marcos Santana (MDB). Nem os mais ferrenhos adversários dele deixam de reconhecer que a sua gestão equilibrou o município. Mas Marcos, estrategicamente, não “colocou as unhas de fora” em 2018, quando estava no segundo ano de sua primeira gestão. Agora, reeleito com consideráveis 22248 votos em 2020, quase 10 mil à frente da segunda colocada, Gedalva Umbaubá, como seus 12319 votos – aliás, votação que fez AndersonsBlog o incluir na primeira temporada dessa série, mas, desde lá, o próprio garantiu que não deixaria o mandato em curso –, a ideia de Marcos é fortalecer o município no cenário estadual, elegendo um deputado local. O escolhido por ele e seu agrupamento é o ex-vereador e atual vice, Paulo Junior, também MDB. E qual seria a lógica por trás dessa escolha? Essa é simples: enquanto vereador e também presidente da Câmara de São Cristóvão na legislatura passada, Paulo foi um fiel escudeiro de Marcos. E isso não é pouco quando se avalia que, ao assumir em 2017, o prefeito encarou um cenário de terra arrasada e, por isso mesmo, ter uma Câmara lhe dando forte e garantido apoio acabou sendo essencial para que sua primeira gestão conseguisse alguns avanços que, ao final e ao cabo, lhe garantiram uma reeleição com tão ampla vantagem. E a oposição? Bem, diante do atual cenário, ela que lute! Porque, dividida, dificilmente fará frente a uma candidatura situacionista à deputado estadual. Neto Batalha (PP) é o mais ativo dentre os opositores a Marcos, especialmente por estar vereador e ter esse espaço de fala garantido. Seu pai, aquele mesmo Armando lá de trás aqui no texto, é eterno candidato, mas nem sempre concretiza a disputa, ora por problemas judiciais, ora por entendimento de que não há apoio, então vejamos o que será de 22 para essa parte da oposição. Já Gedalva Umbaubá, nos últimos anos, tem apoiado candidaturas a deputado estadual “de fora”, assim, então também vejamos o que será de 22 para ela. E quando a Marcos Santana e seu pupilo, Paulo Junior, AndersonsBlog não tem bola de cristal. Mas dá, sim, para apostar que a ideia de Paulo virar deputado estadual nas eleições de outubro tem chances reais de vingar. Sigamos!
1 Comentário
João Fontes Jr
Além de um excelente ex vereador, o congratula a chegar ao legislativo estadual. Paulinho é também bem articulado no interior. Somado ao seu líder e amigo Marcos Santana, não terá dificuldade de elevar o nível que são Cristóvão e Sergipe merecem.