Guarde bem esses números: 75.912 e 31.597 e a gente volta a eles mais adiante. Por enquanto, vamos logo deixar claro: a casa aqui respeita toda e qualquer decisão judicial, inclusive aquelas eleitorais. Por isso que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE) merece toda consideração e respeito. Agora, respeitar não é necessariamente concordar!
Assim, a decisão pela cassação do mandato do deputado federal Ícaro de Valmir (PL), pelo placar de 5 a 2 – noticiada por uns mequetrefes travestidos de imprensa como sendo por unanimidade e de efeito imediato, numa clara fake news que presta um desserviço à sociedade – está posta e cabe a defesa do parlamentar tomar as providências cabíveis.
Mas não é por isso que este AnderSonsBlog deixará de expor sua opinião clara e objetivamente. Sim, porque temos aí uma acusação de fraude a cota de gênero – e olha que esse assunto é sensível e conta com uma defesa intransigente da casa aqui, como restou provado nas Eleições 24, por sinal.
E assim vamos ao fato principal causador desse imbróglio todo, que foi a renúncia da candidata a deputada federal Stephany Teixeira. A própria assessoria de Ícaro sustenta que essa desistência se deu pelo fato do pai dela não ter tido êxito na tentativa de compor a chapa majoritária do PL na vaga de 1º suplente de senador.
Mas a gente buscou mais informações, dentre elas o fato de que Stephany comunicou a Justiça Eleitoral, e não ao PL, como deveria ser, a sua renúncia apenas no dia 14 de setembro, portanto dois dias após o prazo legal para a devida substituição.
Ou seja, uma decisão pessoal, com possível motivação política, pode prejudicar Ícaro e o PL, mas nada é feito em relação a quem tomou a decisão que gerou toda essa confusão? É normal isso?
Numa outra frente, analise-se o fato de que, naquela mesma eleição, em 22, Valmir de Francisquinho foi o mais votado no 1º turno, mas teve seus votos anulados por conta de uma inelegibilidade que caiu por terra apenas 9 dias depois da eleição. É normal isso também? Vale lembrar que Talysson de Valmir, irmão de Ícaro, filho de Valmir e também do PL, ficou inelegível para as Eleições 22 e, logo depois, voltou a ser elegível e, hoje, é prefeito eleito e diplomado de Areia Branca!
E a decisão de agora do TRE/SE, ainda que deva ser integralmente respeitada, também não resvala naquela inelegibilidade de Valmir e Talysson? Veja, leitor e leitora, aqui não se está fazendo nenhuma ilação, mas apenas se propondo reflexões sobre um assunto que está realmente incomodando quem analisa o cenário político sergipano, beleza?
Por fim, mas não menos importante, depois de travadas todas as batalhas tanto no próprio TRE/SE, como também no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso a cassação de Ícaro seja mantida, os 75.912 votos por ele recebidos seriam, literalmente, jogados na lata do lixo da história e, assim, assumiria André David (Republicanos), com seus 31.597 votos. Lógico que André não tem nada com isso, claro! Mas a vontade popular será respeitada com uma decisão dessas? Eis mais um, dentre muitos, ponto de reflexão dessa história toda. É ou não é uma situação extremamente complicada e delicada? Pois é, né?
1 Comentário
Ribeiro Filho * Cientista Social
Fica aqui mais um questionamento, será que o modelo de justiça ditatorial do Mjnistro do STF, Alexandre de Moraes está fazendo escola nos Tribunais Regionais do país.
A tal Ditdura da Toga já espalhou seus tentáculos e está manipulando os pesos e as medidas para retirar do cenário político sergipano a família de Valmir de Francisquinho?
O povo de Itabaiana e o povo sergipano não pode aceitar que seus votos sejam descartados pelos tribunais, o resultado das urnas é maior que qualquer Lei modificada e interpretada nos tapetes sombrios dos tribunais.
A vontade do povo que saiu de suas casas para escolher seu Deputado Federal, Ícaro de Valmir é suprema, e deve sim ser respeitada. Supremo é voto colocado em cada urna eleitoral. O resto é manipulação de quem quer modificar os anseios da população.