Sabe aquela coisa de considerar o Colunismo Social como algo frívolo? Pois é, nada mais equivocado do que isso. E a prova maior nós temos em Sergipe e de Sergipe. Comecemos pelo ‘de Sergipe’: um gênio do colunismo como o jornalista Ancelmo Gois sempre fez uma das colunas mais lidas do país, n’O Globo, falando de um tudo, inclusive de política. Sem se deixar estereotipar, Ancelmo, sergipano de Frei Paulo, cruzou fronteiras e faz história.
Já no ‘em Sergipe’, Thais Bezerra, lá em plena efervescência da contracultura e do desbunde no final dos anos 1970, mais precisamente em 1978, uma menina ainda, assinou pela primeira vez, no extinto Gazeta de Sergipe, a coluna Gente Jovem. De lá pra cá, quase meio século de informação qualificada.
Mas este AnderSonsBlog não nasceu sabendo de tudo. E, por ignorante que era, já considerou também o Colunismo Social como sendo ‘menor’ na seara jornalística. Ledo engano e pura rabugice aqui da casa. E Thais Bezerra, ou TB para os íntimos e para todos, simplesmente desmontou os preconceitos deste que vos escreve demonstrando todo o seu potencial e alcance a partir de sugestões de nota que ela sempre abraçava. Pense no quanto, enquanto assessoria de Comunicação, este AnderSonsBlog ficava feliz quando emplacava uma notinha na página de Política do caderno de TB no Jornal da Cidade! Uma maravilha!
Mas para além dos assuntos que diretamente interessavam à casa aqui, ler TB era uma forma de se entender a economia sergipana, quem fazia e acontecia nas artes, na gastronomia, quem fazia história na medicina, no empreendedorismo, sejam aqueles com seus parques industriais, sejam aqueles que labutavam no fundo de quintal, quem expandia em beleza e quem exalava pura inteligência, enfim, ler TB era saber um pouco de tudo, inclusive da vida em sociedade, leitor e leitora.
Por isso tudo que a partida precoce da jornalista, no auge dos seus 63 anos bem vividos, inclusive durante sua dura luta contra um câncer de pulmão, período em que ela, mesmo nas vezes em que a doença mais a incomodava, jamais deixou de trabalhar, é tão dolorida e sofrida.
TB não era apenas uma jornalista de mão cheia, senhora de fontes absurdamente confiáveis e garantidoras de informações exclusivas e bombásticas. TB, na verdade, era uma grife. E, como tal, seguirá como referência de Jornalismo bem feito e que sempre ‘deu na cara’ de quem um dia já desconsiderou o Colunismo Social e toda a sua importância informacional.
Esta terça, 2 de abril, começa muito triste, essa é a verdade!
Descanse em Paz, Thais Bezerra!
1 Comentário
Edilma Cristina Santos Ribeiro
Sinto muito minha amiga querida a sua partida. Muitas vezes tive o prazer de estar em sua coluna quando passava férias em Aracaju , “sua pantera carioca”…..não só Aracaju mas uma boa parte do Rio de Janeiro que te conheceu já está sentindo sua falta. Vai em paz com Deus e os anjos cantarão pra você na sua chegada ao céu. Meus sinceros sentimentos aos seus familiares e aos sergipanos. Um super beijo da amiga carioca. CRISTINA.