Quando se juntam as palavras ‘debate’ e ‘eleição’ em uma mesma frase, o que se deduz imediatamente é o embate entre oposição e situação, né verdade?
Só que isso é por demais limitador! Na verdade, além desse enfrentamento natural, o debate em tempos de eleição tem que avançar sobre temas de interesse da coletividade.
Por isso que esse texto de Álvaro de Chica do Fato, direto de Estância, merece ser lido e devidamente apreciado.
É que ele levanta uma questão urgente em Estância e em qualquer cidade que se leve a sério: Mobilidade Urbana.
E embora Estância seja muito bem gerida pelo prefeito Gilson Andrade (PSD), lógico que existem problemas e que estes devem ser amplamente discutidos em busca de soluções. No texto a seguir, Álvaro dá uns pitacos interessantes e analisa historicamente a problemática no cotidiano estanciano. Boa leitura!
“Estância precisa ser pensada para os próximos 20 anos – Mobilidade Urbana
Álvaro de Chica do Fato*
Aconteceu dias atrás e acontecerá daqui a alguns meses audiências públicas visando a melhoria da mobilidade Urbana da Cidade Jardim, tema esse que vem tirando o sossego da população e principalmente de lojistas e empresários da área central pela falta de estacionamentos e organização no trânsito.
Quando analisamos a cidade com um olhar mais geral observamos que as principais artérias e avenidas da cidade são da época de Raimundo Silveira Souza que nos remete as décadas de 50, 60 e 70, o que nos leva a crer que a Cidade do Barco de Fogo parou no tempo nesse aspecto.
Dentro desse prisma temos a ascenção de cooperativas de transporte que transportam cidadãos tanto na área urbana, quanto para área litorânea que tem hoje um grande número de usuários, pra se ter uma ideia, só pra parte central algo em torno de 3500 a 4000 pessoas se utilizam do transporte público o que compreende um público de quase 5% da população atualmente.
Mas o que me inspirou a escrever sobre o tema é a reforma da Praça da Matriz a famosa Praça Barão do Rio Branco, que é composta por três jardins, sendo do lado direito da Catedral Diocesana: o Dom Coutinho; lado esquerdo: o Monsenhor Vitorino; e defronte: o Dom Pedro II anteriormente separados pela via e que agora serão unidos aos finais de semana, mas que na minha opinião, e eu sendo gestor, deixaria permanente essa união arquitetônica que dará um brilho ainda maior a um dos principais cartões postais de nossa cidade, conhecida durante muito tempo como a Cidade Jardim de Sergipe por conta de suas lindas praças.
Porém, aí acontece um enorme gargalo, haja vista, a cidade e os gestores não adequaram nossas vias ao crescimento urbano, Estância que hoje tem em média 200 veículos emplacados mês, o que dá aproximadamente 2400 novos veículos, ciclomotores, motocicletas, automóveis, entre outros, entrando em circulação por ano, algo grandioso para uma cidade de aproximadamente 70 mil habitantes, e tem também o fato de ser uma cidade regional e boa parte da região Sul sempre estar por aqui circulando.
Hoje notamos, com esse período da reforma da praça, que a única artéria que comporta veículos de maior porte é a avenida principal, ficando praticamente impossível trafegar por outras rotas, o que teria que culminar com a proibição de tráfego de carros de maior porte durante o dia ou criar novas mãos de circulação .
Mas uma sugestão, e que está nos estudos, é a criação de uma avenida perimetral interligando o Forrodromo de Estância a Caixa D’água da Cidade Nova, o que dá em torno uma distância entre 3,5 a 4 km, o que seria uma maravilhosa válvula de escape e daria um grande desafogo no trânsito central de nossa cidade e que ajudaria também como mais uma área de expansão do município, sendo interligada a residenciais mais recentes como o Colorado, Alinete Soares, Viva Cidade Jardim.
Falando em expansão, pra termos uma ideia a circulação de usuários de transporte público para o Alecrim, que é hoje inegavelmente a maior área de expansão do município, já ultrapassou o quantitativo do Carmem do Prado Leite, Albano Franco e Candeal rotas mais antigas.
Dentro desse bojo, não posso deixar de salientar a questão da qualidade das frotas públicas, que é o tema que mais me preocupa e mais delicado a se debater, é preciso qualificar e melhorar a qualidade dos veículos de passageiros de Estância, mas temos que manter os pais de família que já fazem esse trabalho em seu ganha pão, sendo assim sugiro ao poder público a criação de uma linha de crédito visualizando essa melhoria na frota, por isso que digo Estância precisa ser pensada para os próximos 20 anos!
*é servidor público e formando em Serviço Social.“