Esta semana está, em meio ao recesso Legislativo e o início das novas gestões municipais nos 75 municípios sergipanos, muito mais movimentada do que se imaginaria ser!
E a mais controversa e polêmica situação em curso se deu por conta do prefeito de Itabaiana, em seu 3º mandato, Valmir de Francisquinho (PL), ter dito, em entrevista a Itabaiana FM, que “é mais difícil receber uma gestão de um aliado do que de um opositor”.
Ato contínuo, Valmir ressaltou que recebeu de ‘herança’ de seu liderado, o agora ex-prefeito Adailton Sousa, também do PL, um passivo para resolver em termos de restos a pagar para a sua nova gestão.
Afoita, a oposição itabaianense à Valmir se apressou logo em classificar essa declaração como uma ‘ofensa’ a Adailton, posto que, em 13, Valmir ‘herdou’ do também ex-prefeito, e hoje deputado estadual, Luciano Bispo (PSD), adversário ‘figadal’ de Valmir na política local, realmente uma dívida efetiva e devidamente comprovada de R$ 35 milhões – basta lembrar que, naquela oportunidade, no fim da gestão de Luciano, a Justiça havia bloqueado as contas do município para garantir pagamentos de salários atrasados.
E aqui temos a primeira observação: quando confrontados com a inflação do período, entre 13 e 24, aqueles R$ 35 milhões deixados por Luciano, sendo que, neles, se incluíam salários atrasados e até dinheiro de consignados não repassados aos bancos que fizeram empréstimos aos servidores públicos da prefeitura de Itabaiana, aquele valor, corrigido pela corrosão inflacionária, atualmente beirariam os R$ 100 milhões de reais, ok?
Assim, os ataques oposicionistas não se sustentam quando se fala, de forma intelectualmente honesta, da diferença do que Valmir encontrou em 13 e do que ele encontrou agora, em 25.
Mas tem mais um detalhe: Valmir não recebeu de Adailton nenhuma folha salarial sequer em atraso. Porém, como ele mesmo afirmou, se ele fosse o prefeito, nem esses restos a pagar ele deixaria – e isso, pra quem conhece Valmir de perto, como é o caso desse AnderSonsBlog, que o secretariou na Comunicação itabaianense por quase três anos, é a mais pura verdade!
Mas aqui temos outra observação necessária: Valmir é um e Adailton é outro! Ambos são amigos há quase 40 anos, e isso é um fato! Mas os dois têm visões diferentes sobre gestão pública.
E enquanto Valmir é austero, e não sem razão, visando sempre não depender de fontes de recursos externos para tocar as suas gestões – prova disso foi a quantidade de obras com recursos próprios que ele realizou em seus 8 anos anteriores de gestão –, Adailton é adepto da lógica, e também não sem razão, de que uma cidade como Itabaiana tem que ser agraciada com recursos públicos federais e estaduais pela sua importância estratégica.
E, em sã consciência, alguém é capaz de dizer que um dos dois está errado? Ao final e ao cabo, vamos e convenhamos, as duas formas de entender a finalidade do serviço público municipal são complementares e jamais excludentes.
Assim, ao pedir paciência aos credores da prefeitura de Itabaiana, Valmir não necessariamente ataca Adailton. Na verdade, ele está abrindo o jogo em relação ao fato de não concordar com os restos a pagar e, por ter nomeado Adailton como seu secretário de Administração, não desconsidera de maneira nenhuma as qualidades deste no entendimento do processo administrativo como um todo.
Na verdade, e isso precisa ser dito, como Valmir de Francisquinho é um fenômeno sergipano em termos de voto, tudo o que ele fala ganha proporções gigantescas. Mas pra quem, como a casa aqui, bem o conhece, Valmir só está sendo ele mesmo, sem filtros, e Adailton sabe muito bem lidar com isso! E quem quiser apostar num rompimento entre Valmir e Adailton, que fique à vontade. Mas é melhor esperar sentado, porque em pé seguramente vai acabar cansando!
Enfim, nada de novo sob o sol!