As Eleições 24 em Aracaju representaram um marco histórico na presença feminina numa disputa eleitoral majoritária. E é claro que a eleição de Emília Corrêa (PL) como primeira prefeita da capital sergipana foi – e segue sendo – como uma das principais páginas da história política aracajuana.
Mas tem mais dois fatores, um ocorrido na própria eleição e outro acontecido a posteriori, que AnderSonsBlog gostaria de destacar nesse último dia do ano.
O primeiro deles é baseado em números. Emília venceu Luiz Roberto (PDT) no 2º turno por 165.924 votos contra 122.842. isso representou nada menos do que 57,46% contra 42,54% dos votos válidos. Simplesmente uma vitória acachapante da prefeita que toma posse nessa quarta, 1º de janeiro de 25.
Mas um outro número precisa ser devidamente destacado: o resultado do 1º turno, realizado no dia 2. Comecemos pelo percentual de votos válidos de cada candidata, com Emília tendo 41,62% e sendo a 1ª colocada com folga; com Yandra Moura (União) tendo 14,47%, na 3ª posição; com Candisse Carvalho (PT) tendo 9,24%, na 4ª colocação; Daniele Garcia alcançando 5,52%, na 5ª posição; e, finalmente, com Niully Campos (PSOL) e seus 4,75%, na 6ª colocação.
Acredite, leitor e leitora, com a votação somada das 5 mulheres que concorreram no 1º turno, a população aracajuana dedicou a elas nada mais, nada menos do que 75,6% dos votos válidos.
E isso quer dizer exatamente que dos 303.519 votos depositados nas urnas no último dia 2 de outubro, simplesmente as mulheres conquistaram um total de 229.523 votos.
E assim chegamos ao fator ocorrido no pós-eleitoral: nada mais acertada do que a decisão de Emília, anunciada em coletiva no último dia 20, de que qualquer pessoa que tenha histórico de agressão contra as mulheres e condenação pela Lei Maria da Penha simplesmente não poderá trabalhar na gestão dela à frente da prefeitura.
Na verdade, além de ser um respeito às leis aprovadas no parlamento municipal, a decisão de Emília Corrêa é também um respeito ao que disseram as urnas, sem tergiversar e levando para a prática algo que precisa ser sempre estimulado e garantido, que é o respeito as mulheres, ora pois!
Ora, se mais de ¾ do eleitorado votou em mulheres nessa eleição que, por fim, sagrou uma delas a vencedora, justamente Emília, é correto demais que a prefeita faça a sua parte respeitando as mulheres e o que a população como um todo disse através das urnas, né assim? Pois é, né?