Felizola no TCE pode? Claro que pode! E deve? Bem, aí já é com o governador. O que não pode e nem deve é criticar uma nomeação pelo viés da hipocrisia

Se tem uma coisa da qual o atual secretário do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas de Sergipe, José Carlos Felizola, não foi poupado ao longo da gestão do ex-governador Belivaldo Chagas (PSD) foi de críticas deste AnderSonsBlog.

E olha que as críticas nunca tiveram nada de pessoal, mas como este site não deixou passar nada em que enxergava falhas na condução das políticas públicas no governo passado, ele, Felizola, acabava sendo alcançado pelo fato de, então, ocupar a secretaria Geral de Governo que, em síntese, fez a articulação do governador com todas as secretarias.

Ainda assim, todas as vezes que nos encontramos em eventos públicos – a última vez foi no Selba Show, em Itabaiana, no início deste mês – a elegância e a civilidade sempre fez parte de nossas conversas. “Sempre leio AnderSonsBlog, viu? Mesmo quando faz suas críticas”. Esta foi a frase que o titular deste blog mais ouviu de Felizola ao longo dos últimos quatro anos.

Mas nem mesmo esses afagos, vindos de alguém obviamente equilibrado emocionalmente, lógico, impediram de, sempre que considerou necessário, AnderSonsBlog criticar a gestão Belivaldo. Simples assim!

E é por isso mesmo que este site se sente a cavalheiro para analisar uma questão que deve ter seu desfecho ao longo dos próximos meses. Desde sempre se coloca o nome de Felizola como um fortíssimo candidato a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE). No meio político, alguns torcem o bico – esses, de maneira geral, gostariam é de estar sendo cotados também para a vaga – e outros aplaudem a possibilidade.

Mas tem gente que, no afã de atacar Felizola e minar suas chances de vir a ser conselheiro do TCE/SE, usa de uma hipocrisia absurda: alardeiam que ele seria nomeado tão somente e exclusivamente pelo viés da política. Ei, mas pera lá: e desde quando a nomeação de um conselheiro nos TCEs Brasil afora se dá se não for pelo viés político? Como diria o grande David Leite, “me bata um abacate, vá!”.

Se esse mesmo pessoalzinho que critica uma nomeação por força política do governador de plantão, porque peste essa mesma turminha não exigiu dos candidatos a governador que explicitassem, em seus respectivos planos de governo, uma nova forma de nomeação para os TCEs? E mais: porque não votaram em parlamentares federais que apresentassem em suas propostas de mandato a apresentação de leis que mudassem a forma de nomeação de um conselheiro?

Ora bolas, simplesmente porque nenhum candidato a governador apresentou tal proposta, até para não perder uma prerrogativa política que possuem, e nenhum parlamentar incluiu esse ponto em suas propostas de mandato. Precisa desenhar não, né?

Agora, voltemos a Felizola e a possibilidade – atentai bem, leitor e leitora, a palavra é… possibilidade! – do governador Fábio Mitidieri (PSD) bancar seu nome para a próxima vaga no TCE/SE. Então seria só o caso sergipano que mereceria o escárnio hipócrita dos críticos de plantão?

Olha só, sem desmerecer ninguém, mas AnderSonsBlog vai usar apenas um exemplo para comprovar que, caso Fábio escolha Felizola, Sergipe estará muito acima da média nacional. E esse exemplo vem da nossa vizinha Bahia, terra linda, maravilhosa e que, assim como no restante do País, nomeia seus conselheiros de TCEs pelo viés político.

O ex-governador baiano, Rui Costa, vem utilizando sua força política para emplacar a nomeação de sua esposa, Aline Peixoto, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o similar de lá ao TCE. Se ele vai conseguir, aí são outros quinhentos. Mas, para fins de aprofundamento analítico, Aline é enfermeira, profissão extremamente nobre, mas que pouco ou nada tem a ver com a atividade fim de um Tribunal de Contas, né verdade?

Pois bem, se Fábio se definir pelo nome de Felizola, também para fins de aprofundamento analítico, o tal de “notório saber” em relação as questões da administração pública encontrará totais fundamentos.

Confere aí: advogado, homem de forte trânsito partidário, já foi diretor da Codise, presidente da Cohidro, secretário de Inclusão Social e, antes de se tornar secretário de Meio Ambiente, fora, justamente, o secretário Geral de Governo. Além de, como genro do ex-governador, casado que é com Priscila, filha de Belivaldo e atual presidente do Sebrae/SE, ter vivido e respirado política e administração pública na maior parte de sua vida.

Repisando: sem desmerecer nome algum, mas percebe, leitor e leitora, a diferença entre os dois casos?

Então, vamos deixar de mimimi e de hipocrisia: se quer criticar a possibilidade de Felizola ser nomeado conselheiro do TCE/SE, comece por uma campanha exigindo mudanças na legislação.

Porque, fora isso e enquanto as regras forem as atuais, José Carlos Felizola tem total legitimidade para tentar a vaga. E o governador Fábio Mitidieri terá a seu favor total legalidade no caso de optar pelo nome de Felizola. Sem mais!

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1 Comentário

  • Silvania de Menezes Andrade

    25 de fevereiro de 2023 - 20:39

    Deus te abençoe dr. Felizola 👏👏👏👏👏👏

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