Dois momentos de Linda Brasil na semana passada reforçam a necessidade de se respeitar e, o principal, se acolher as diferenças

Foi uma semana especial demais para a deputada estadual Linda Brasil (PSOL). Na quinta, 13, ela presidiu a Alese, num gesto elegante e cheio de simbolismos feito pelo presidente da Casa, Jeferson Andrade (PSD), por conta de seu aniversário de 50 anos. Foi simplesmente emocionante!

Mas foi na segunda, 10, que Linda inicou a semana com uma visita estratégica a Brasília, onde esteve em ministérios e, o principal, participou de uma Sessão Especial sobre o Dia Nacional da Visibilidade Trans, ação proposta pela deputada federal Érika Kokay (PT/DF).

Ainda que se deva respeitar todas as posições políticas, não é possível levar a sério quem, ao professar um posicionamento conservador, tente ridicularizar o importante papel das pessoas trans na política. Nesse caso, ridícula mesmo é a postura de quem age assim.

E nem se trata questionar a opção conservadora de ninguém, mas de ver gente que ignora um fato terrível: como a própria Linda Brasil destacou, ela é uma exceção entre pessoas trans, pois chegou aos 50 anos, enquanto a média de vida dessas pessoas é de, pasme, leitor e leitora, 35 anos!

Além disso, a pessoa trans tem imensa dificuldade de entrar para o mercado de trabalho única e exclusivamente pelo preconceito arraigado na sociedade. E isso é de um nível de imbecilidade que leva a gente a pensar: mas será mesmo que somos uma civilização?

É preciso entender que a decisão sobre a própria sexualidade é pessoal e intransferível. E nada, mas absolutamente nada uma pessoa tem a ver com a sexualidade de seu ninguém. Então, porque persiste essa carga cruel de preconceitos medonhos?

Na modesta opinião deste AnderSonsBlog, ainda que as causas sejam várias, todas combatíveis com mais educação e respeito ao próximo, há um ponto central que impede que os preconceitos sejam anulados: a falta de visibilidade e de ocupação de espaços de fala na sociedade por parte das pessoas trans. Afinal, o transgênero não é doença, não é contagioso e não se impõe a ninguém que não se identifique como tal.

Assim, a visibilidade trans não é mera retórica. É, antes, proteção a vida e aos direitos humanos mais básicos. E quanto mais se normalizar a presença trans, mais se protegerá a vida, ora pois! Até porque o desconhecimento é a base da ignorância, assim como a ignorância é a base do preconceito, assim como o preconceito é a base de crimes praticados e por aí vai, num círculo vicioso que mata, meus caros e minhas caras. Isso mesmo: o preconceito mata!

Então, os parabéns pra Linda Brasil vão pelo seu aniversário e pela sua atuação firme em direção a garantia de uma visibilidade trans fundamental. Com certeza, com esse tipo de ação, a deputada Linda Brasil ajudará a garantir que mais e mais pessoas trans possam celebrar seus aniversários por muito mais anos do que os 35 de média de vida atuais. E é assim que tem que ser!

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