A votação acachapante que o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), teve em 22 foi tão estrondosa – ainda mais por ele ter se lançado candidato a governador sem os tradicionais grupos de apoiadores compostos única e exclusivamente por políticos profissionais – que qualquer coisa que ele fale ou qualquer atitude que ele tome, mesmo após seis meses do pleito, ganham proporções absurdamente gigantescas.
E isso acontece, diga-se de passagem, por méritos dele e da maioria dos sergipanos e sergipanas que nele votaram, né isso? Mas tem certas coisas que extrapolam o limite do bom senso.
Vamos ser didáticos nessa argumentação: Valmir disse, em entrevista ao sempre necessário Narcizo Machado, da Fan FM, que não julgaria o governo de Fábio Mitidieri (PSD) por apenas 100 dias, que considerava que ele estava num bom caminho, mas que não venderia a Deso caso fosse governador, que o PSD se movimentou para tirá-lo da disputa e por aí vai.
Aí a turba não se conteve: “Valmir é governista!”, “Valmir tá apoiando Fábio!”, “Valmir isso!”, “Valmir aquilo!”. Gente, na boa: mesmo este enjoado AnderSonsBlog, que é cri-cri sem dó na hora das cobranças, não vaticinou nada sobre o governo de Fábio justamente porque tá cedo demais, poxa! Já Valmir agiu de forma republicana, respeitando o resultado da Justiça Eleitoral pras eleições do ano passado. E isso é mui digno!
Mas a coisa tende, pode e sempre piora: ao dizer que apoiou Rogério Carvalho (PT) no 2º para garantir a sua elegibilidade de volta, o alvoroço foi ainda maior: “isso é uma acusação?”, “isso é uma inquisição?”, “isso, afinal, é o quê?”. Nada mais raso do que isso aí, quer o que isso aí seja, entende, leitor e leitora?
Essas tretas midiáticas são legais e tal. Mas não constam no processo analítico que lê, ouve, vê e pensa perfeitamente aquilo que nos permite ver a política como vemos a vida – ou pelo menos como deveríamos ver –: sem ódios, sem rancores, sem reminiscências negativas e com uma imensa vontade sincera de ver as coisas melhorarem pra cada vez e cada vez mais pessoas, num loop aleatório, mas gerador de uma composição social massa demais!
E assim, após tergiversar – palavra bonita da gôta! – sobre o que a casa aqui entende como a boa política, ficar nesse nhém-nhém-nhém sobre legalidade é de um rame-rame insuportável!
Todos nós sabemos que Brasília é a meca dos processos! Aí, se Valmir não optou por apoiar Fábio no 2º turno é porque não acreditou que o PSD, seu maior algoz no 1º turno, recuaria e o ajudaria na elegibilidade. Já no caso de Rogério, senador de fantástica circulação em BSB, a tendência era conversar ao máximo como forma de ajudar na situação da elegibilidade de Valmir. Até porque de que lhe adiantaria um aliado inelegível? Qual a legitimidade político-eleitoral de uma situação dessas, ora pois? Essa é a realidade dos fatos e ponto!
Alguma ilegalidade aí?
Pois é, né?
Ou então ele deveria ficar neutro? Você, leitor e leitora, diante de um processo como o que viveu Valmir, entraria no tanque dos tubarões, na meca dos processos que é Brasília, sozinho ou sozinha? Ou preferiria a companhia de alguém que conhecesse os caminhos, as pessoas e estivesse disposta a falar bem de você, argumentando sobre sua inocência? Nem precisa perguntar, né isso?
E, novamente, algum problema, algum erro, alguma falha ética ou alguma ilegalidade nisso tudo aí?
Pois é, né!
E tenhamos dito!