Corria o ano de 2008 e o governo federal instituiu o programa Casa Nova, Vida Nova. Resumindo: com a chegada desse programa, o governo estadual, o próprio governo federal, através do ministério das Cidades e da Caixa, além de prefeituras e organizações da sociedade civil poderiam organizar o financiamento e a construção de unidades residenciais. Que maravilha, né verdade?
Em tese o programa era realmente maravilhoso: os entes federados e mesmo organizações sociais de diversas estirpes poderiam realizar o sonho da casa própria de pais e mães de família. Uma benção!
Acontece que, em Gararu, segundo o Ministério Público do Estado de Sergipe (MP/SE), a Associação Comunitária do Povoado São Mateus cadastrou 200 pessoas para, nessa modalidade de construção habitacional, tocar adiante o projeto habitacional Terezinha dos Santos. Até aqui, tudo bem, tudo certo.
Acontece que parte dessas 200 pessoas cadastradas procurou justamente o MP/SE para informar que, mesmo diante de pagamento de uma contrapartida de R$ 1.600 – e com algumas pessoas pagando até mais de uma parcela nesse mesmo valor – informando que lá no ano de 2011 nada havia sido construído e todo mundo tinha sido abandonado no sonho de possuir a tão desejada casa própria. Uma tristeza!
E aqui estamos numa encruzilhada: as denúncias vêm se avolumando, com o MP/SE pedindo investigações à Polícia Civil, pedindo parecer da Procuradoria da República sobre o tema e, claro, tudo isso instando o Judiciário sergipano a levar a cabo tais denúncias.
Mas, até agora, Zete de Janjão (PSD), atual prefeita de Gararu, tem a ver com isso tudo? Simples: já em 2016, cinco daquelas pessoas que se sentiram lesadas pela Associação Comunitária do Povoado São Mateus procuraram o MP/SE para informar que a senhora Gilzete Dionísia de Matos reuniu a população do povoado São Mateus para dizer que seriam construídas as tais 200 casas e que seria do Casa Nova, Vida Nova e que ‘blá, blá, blá’. E esses mesmos denunciantes disseram que casa nenhuma havia saído do chão, que apenas o terreno existia e que uma arquiteta dissera que havia projeto para apenas 150 casas.
E quem é Gilzete Dionísia de Matos? Ora, ora, é Zete de Janjão, minha gente! Se ela é culpada ou não, se deve ao povo ou não, a questão tem que ser decidida pela Justiça, isso é um fato. Mas se esse imbróglio todo começou em 2008 e o nome de Zete tem relação direta ou indireta com essa naufragar do sonho da casa própria para 200 família, não é possível eximi-la de se manifestar claramente por que peste o povo tomou esse verdadeiro ‘cambão’, né verdade?
E aí chegamos a este ano da graça de 24.E Zete de Janjão tá lá, prefeita de Gararu. E com a notícia de que a Educação gararuense é simplesmente a responsável por Gararu ter o maior percentual de população analfabeta em Sergipe, a gestão de Zete se apressou em dizer que não se trata do ensino infantil, cuja responsabilidade é do município, embora naquele mesmo povoado São Mateus haja sala de aula funcionando em garagem, viu?
Sim, mas só porque a maior parte dos analfabetos são jovens e adultos a gestão da Educação gararuense, que é uma responsabilidade da gestão de Zete de Janjão, pode se eximir, pode lavar as mãos? Lógico que não!
Mas a coisa pode piorar ainda mais: no último 13 de junho, professores e professoras da rede de ensino de Gararu realizaram uma manifestação em frente ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) pedindo apenas e tão somente a atualização do valor do Piso Nacional do Magistério deste ano.
Até aqui, nada da gestão de Zete se manifestar. Mas, em contrapartida, para a festa de Bom Jesus dos Aflitos, a gestão de Zete de Janjão destinou nada menos do que R$ 680 mil!
Sabe aquela história de que nem passado, com famílias sofrendo na luta pela casa própria, nem presente, com R$ 680 mil voltado pra festa num município que deveria ter outras prioridades, e nem futuro, com uma criançada estudando até em garagem e condenada e aumentar a taxa de analfabetismo de Gararu, que já é a maior de Sergipe?
Tá complicada demais a situação de Gararu sob a gestão de Zete de Janjão, viu? Muito complicada!