Lógico que não é fácil perder eleições. Mas quem está na política está pra vitória e pra derrota também, mesmo porque, em caso de empate, a decisão passa a ser pela idade e vence quem for mais velho.
Mas nem a derrota pode servir de desculpa para decisões político-administrativas questionáveis e absolutamente prejudiciais para a população. E são estas que estão sendo tomadas em profusão especialmente em duas cidades importantíssimas: Barra dos Coqueiros e Lagarto.
Comecemos pela verdadeira tragédia que está sendo o final de mandato da prefeita Hilda Ribeiro (Republicanos). O querido amigo Gumercindo batizou com muita propriedade o restinho da atual administração lagartense como “Fim de Feira”. E é isso mesmo e muito mais, infelizmente.
Pra começo de conversa, um projeto muito mal elaborado, oriundo do gabinete da prefeita, segue fazendo estragos: mesmo após ter sido posteriormente revogado pelo vereadores, a entrega pura e simples do patrimônio público que é o Parque de Exposições Nicolau Almeida prossegue de vento em popa e, com isso, o desespero de mais de duas centenas de famílias que necessitam do serviço de equoterapia no local é de uma crueldade absurda!
Além disso, dia sim e dia também pipocam nas redes sociais o reclame de pessoas que estão sem receber salários e, pasmem, até seguranças privados que trabalharam no Festival da Mandioca, em junho desse ano, já revelaram que seguem sem receber.
Mas o festival grotesco patrocinado pela gestão de Hilda prossegue: imagina que só agora, quase 6 anos após assumir o poder depois do golpe sofrido pelo saudoso Valmir Monteiro, a prefeita mandou para a Câmara um projeto que institui o 14º salário para Agentes de Saúde. Devidamente aprovado, até porque esses servidores e servidoras realmente merecem, ainda não foi pago por Hilda e, pior ainda, tem toda cara de se tratar de uma pegadinha para dificultar o pagamento em dia da próxima gestão, né não? Durma com um barulho desses…
Já na Barra, o fim da gestão de Alberto Macedo (MDB) é melancólico e preocupante a um só tempo. Primeiro porque o atual prefeito fez verdadeiros ‘trens da alegria’ neste ano. E o que tem de pai e mãe de família sendo obrigado a passar o Natal com a carta de exoneração na mão não é brincadeira.
E também já pipocam nas redes sociais a grita de servidores reclamando pelo não recebimento de salários. E, para além disso, a gestão de Alberto, no afã de afagar os eleitores e eleitoras da Barra, depois de ter passado três anos sem iniciar sequer uma única obra, passou a, numa sangria desatada, gabar-se de ser o ‘maior canteiro de obras de Sergipe’ somente agora, no ano eleitoral e da graça de 24.
Como tudo o que é feito sem planejamento só pode mesmo acabar em prejuízo para a população, a prefeitura de Alberto vai acabar mesmo é sendo conhecida como a que fez da Barra o ‘maior cemitério de obras abandonadas de Sergipe’. E olha que uma delas, a Orla do Rio Sergipe, está eivada de denúncias contendo indícios muito claros de superfaturamento – e isso com verbas federais, viu?
Bom, e o futuro das duas cidades? Na Barra e em Lagarto, duas pessoas terão que se desdobrar pra valer a partir de 1º de janeiro: Airton Martins e Sérgio Reis, ambos do PSD. Não será tarefa fácil mas, na avaliação deste AnderSonsBlog, sendo dada pela população uma espécie de carência para resolução de tantos problemas, os dois acabarão dando conta do recado.
Airton, gestor experiente que vai para seu quarto mandato de prefeito na Barra, conhece o município e a administração pública barracoqueirense bem demais. Já Sérgio, com vasta experiência administrativa e capacidade de articulação, também deve conseguir resolver o problemão que encontrará, mas precisará contar com a colaboração e a compreensão do povo lagartense.
E, no final, o lado positivo de tantas dificuldades que Airton Martins e Sérgio Reis enfrentarão é o seguinte: resolvidos os problemas, caberá a população da Barra e de Lagarto se conscientizarem que nem Alberto e nem Hilda, assim como seus respectivos grupos políticos, estão a altura do desafio que é governar essas importantes cidades. Até porque as populações da Barra e de Lagarto não merecem nunca mais passar por essas verdadeiras calamidades administrativas que se autodenominaram de ‘gestões’. E que assim seja!