“A previdência quebrou, o Estado quebrou e em abril não conseguiremos pagar a folha. Se não houver melhora na arrecadação do Estado este mês e em março, o Estado não terá condição de continuar a pagar aos servidores da maneira que está pagando. É extremamente grave a situação financeira pela qual estamos passando. Entramos o ano praticamente com os cofres zerados” – CHAGAS, Belivaldo, 15/02/2019 (Fonte: Hora News)
Menos de três anos após declarações tão fortes e incisivas, a situação sergipana melhorou sensivelmente, ao menos no aspecto das contas públicas. Salários estão sendo pagos dentro do mês e o Estado recuperou sua capacidade de endividamento. Tudo uma maravilha, né não? Mas tá tudo tão bom, mas tão bom que, na manhã da quarta, 20, o governo estadual conseguiu aprovar por maioria (as únicas defecções foram Georgeo Passos e Kitty Lima, ambos do Cidadania), na Alese, mais um empréstimo de R$ 200 milhões. Ao longo do último ano, coisa de mais de R$ 600 milhões em empréstimos já foram tomados. E com aquela coisa da carência e tal, o atual governo poderá até vir a gastar esses recursos, com destaque ao que vem direcionando para recuperação de rodovias, tudo bem! Mas esse mesmíssimo governo não terá que pagar nada! Como diria Raul Seixas, “nós não vamos pagar nada!”. Claro que, até mesmo para poder contrair novos débitos, o governo estadual vem cumprindo com suas obrigações. Mas ao contrair empréstimos seguidos, o governador Belivaldo Chagas (PSD) acumula uma série de compromissos que o próximo – ou próximos – governante vai ter que arcar para não ter que repetir as palavras do próprio Belivaldo, em fevereiro de 2019, mais lá na frente: “a previdência quebrou, o Estado quebrou e em abril não conseguiremos pagar a folha”. Sim, porque é por demais óbvio que o estado de horror em que Belivaldo assumiu Sergipe, algo destacado publicamente por ele mesmo, se deveu a incompetência gerencial de administradores passados. Mas também a uma série de compromissos financeiros assumidos anteriormente e que precisavam ser honrados – o Proinvest é o exemplo mais claro desse tipo de situação. Portanto, ao contratar empréstimos seguidos, ainda que o equilíbrio momentâneo das contas públicas permita, a sensação é que Belivaldo Chagas apertou o botão do f*d@-se e que o próximo – ou próximos – governo que se exploda. Seria algo como: encontrei as contas ferradas e me virei. Quem assumir que se vire também! Pobre Sergipe…