Aprovação do Profert, projeto de Laércio Oliveira, na comissão de Agricultura do Senado, é o primeiro importantíssimo passo para que o Brasil retome o protagonismo na produção mundial de fertilizantes. Entenda

Atenção para essa fala da senadora Tereza Cristina (Progressistas/MS), espalhada em material confeccionado pela assessoria do senador Laércio Oliveira, também do Progressistas: “Em menos de 30 anos, entre 1992 e 2020, o Brasil deixou de ser exportador de fertilizantes para ser grande importador, em face da velocidade de crescimento da demanda brasileira, não suprida pelo crescimento da oferta nacional. O  Brasil foi responsável pelo consumo de cerca de 8% dos fertilizantes produzidos no mundo. Adicionalmente, em 2022, sua dependência do mercado externo para os minerais nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), macronutrientes fundamentais para a produção agropecuária, chegou, segundo estimativas, a 85% dos fertilizantes consumidos no Brasil. Portanto, a situação do Brasil, que já era muito preocupante, ficou muito mais complicada com a guerra na Ucrânia a partir em 2022, e com as eventuais sanções econômicas à Rússia”.

Entendeu, leitor e leitora, o tamanho da barafunda em que estamos? Sim, o Brasil já foi exportador de fertilizantes. E hoje é importador! E olha que, no período entre essas duas situações distintas, nos tornamos uma das maiores potências agrícolas do planeta! Durma com um barulho desses?

Mas tem uma boa notícia, finalmente: na última quarta, 6, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado aprovou um projeto de autoria de Laércio Oliveira intitulado Profert, cuja relatora foi justamente Tereza Cristina, que nada mais é do que o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes.

Trata-se do primeiro passo, mas já é um passo, ora pois! Sim, porque a partir do Profert, e caso ele venha a ser aprovado em plenário no Senado e na Câmara e, depois, devidamente sancionado pelo presidente Lula (PT), será possível ao governo brasileiro investir na modernização, implantação e ampliação da infraestrutura para a produção de fertilizantes. Será possível ao governo federal conceder benefícios para esse segmento produtivo de maneira real, efetiva, da mesma maneira que diversos governos fazem pelo mundo afora quando se trata de questões estratégicas, como sem dúvida é a produção de alimentos.

Olha só, leitor e leitora, além de fundamental para garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro, de maneira a reduzir a dependência externa desses insumos, o que impacta positivamente também na soberania nacional, o apoio governamental a produção de fertilizantes projeta se levar a sério não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, a luta para garantir segurança alimentar de bilhões de pessoas.

Mas um projeto dessa magnitude fala diretamente também com os interesses sergipanos. Vai vendo!

É que desde que a Nitrofértil virou Fafen e, infelizmente, foi privatizada, uma das maiores minas de extração de silvinita, a Taquari-Vassouras, que fica em Siriri, na superfície, mas opera suberraneamente em diversos municípios do Vale do Cotinguiba, passou a ter sua produção com uma destinação incerta, uma vez que a Fafen, agora Unigel, simplesmente parou a sua linha de produção de fertilizantes baseados na silvinita, inclusive gerando demissão em massa!

E veja que a coisa piora ainda mais pra Sergipe quando a empresa que opera a Taquari-Vassouras, que já foi da Vale, a Mosaic Fertlizantes, anuncia um aporte de R$ 800 milhões em investimentos na produção de potássio, mas ao mesmo tempo informa que a mina só terá vida útil até 2030. E aqui vale a pergunta: e depois de encerrada a produção, como ficará a questão da manutenção dos mais de 400 quilômetros de túneis que percorrem o subsolo sergipano?

Mas dá para piorar? Dá sim, infelizmente! É que outro projeto, o de extração de carnalita, também insumo decisivo na produção de fertilizantes, simplesmente está engavetado e a economia sergipana segue sem ser extremamente beneficiada a partir de um mega projeto desse porte.

Assim, e por fim, mas não menos importante, os políticos sergipanos, todos, sem exceção, bem que poderiam se somar ao senador Laércio Oliveira na luta por uma tramitação rápida do Profert, apoiando sua aprovação e sanção, pois isso será decisivo para Sergipe, que possui essas riquezas naturais em abundância em seu subsolo.

Mas, quer saber a verdade?, todos os políticos, não apenas de Sergipe, mas de todo o Brasil, deveriam colocar o Profert de Laércio embaixo do braço e sair batendo de porta em porta nos gabinetes em Brasília lutando pela sua aprovação.

É que se o domínio da produção energética é uma política estratégica para a nação, também apoiar a autosuficiência na produção de fertilizantes é garantir força para o Brasil no cenário mundial, além de ser uma forma de garantir que a fome em todo o planeta, conta com um país que produz alimentos dependendo apenas de suas próprias forças para que se possa combater justamente a… fome, né isso?

Portanto, mandou bem demais Laércio Oliveira com esse seu Profert! Mas mandou bem demais mesmo! Sem mais!

 

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