A coleta do esgoto é uma função primordial da DESO. Aliás, primordial é pouco: a DESO possui a exclusividade sobre esse serviço e isso, juntamente com a distribuição da água, é o que faz dela um graaaaande negócio, né?
Acontece que, pra essas questões de coleta, é preciso ter planos A, B, C, D, E… prum alfabeto inteiro! Explica-se: se houver algum problema na coleta, se o ‘esgoto entupir’, como se diz no popular, a DESO tem que agir.
Aí AnderSonsBlog teve acesso a um caso que está em curso no bairro Cidade Nova, em Aracaju. Um cidadão, diante do entupimento da rede nas proximidades de sua residência, entrou em contato com a DESO pra que aqueles caminhões estilo limpa-fossa fosse fazer o desentupimento, até para que ele e sua família parem de conviver com o refluxo do esgoto, trazendo a esgotagem da rua toda pra dentro da casa deles.
Só que o contato com a DESO, feito no início de dezembro de 23, simplesmente não obteve resposta! Diante do desespero da situação, esse cidadão procurou ajuda e quem o ajudou tem contato dentro da DESO. Este, por sua vez, simplesmente se aterrorizou com o que ouviu: a empresa só tem um caminhão para esse tipo de serviço em todo o estado. Atentai, leitor e leitora, apenas um veículo para operar em todo o Sergipe!
E essa fonte dentro da DESO foi clara: não se renovou contratos de prestação de serviços desse tipo por uma decisão do comando da empresa, visto que ela deixará de… comandar em breve, passando-se essa função para a iniciativa privada assim que a privatização, concessão, entrega vendilhona ou o que quer que seja se conclua.
Mas, como assim? E não dá pra se fazer algo emergencial para não deixar o povo na mão ou, nesse caso, o povo dentro do esgoto? Claro que dá! Mas o atual presidente da DESO, Luciano Goes, indicado pelo deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos) não fez ainda por quê?
Bem, aí é simples: contratos emergenciais precisam de justificativa plausível e são extremamente mais esmiuçados, pelos organismos de controle, do que os contratos normais, padrões. E embora a justificativa até haja, fica claro que o presidente da DESO se preocupa com o detalhamento à fundo de investigações e fiscalizações.
Sim, porque o próprio Luciano, também por indicação de Gustinho, ocupou o comando do DNOCS em Sergipe e sua gestão está sendo investigada, com a passagem de um pente fino radical e já se encontrou uma série de problemas. Também há indícios claros de que a Deotap, da Polícia Civil, está de olho em contratos da DESO já sob a gestão de Luciano. Sabe aquela história de que ‘gato escaldado tem medo de água fria’? Pois é, né?
Mas, o que era ruim, pode piorar sempre: Luciano e sua esposa estão acompanhando a lua de mel do casal Gustinho de Hilda e Hilda de Gustinho em Paris, na França.
Até aí, nada demais, pois é uma atividade de ordem pessoal. Mas custava o dito cujo, às margens do rio Sena – que um dia já foi um imenso esgoto a céu aberto, viu? –, pegar o celular e fazer a parte dele, impedindo que a DESO deixe uma família com esgoto dentro de casa por falta de contrato emergencial?
E mais: será que esse ‘receio’ de contratos emergenciais se daria pelo fato da possibilidade de fiscalizações mais rígidas se darem no âmbito da DESO e isso vir a descobrir ralos e esgotos e mumunhas sob a responsabilidade da atual gestão?
Por fim, um toque de boas: governador Fábio Mitidieri (PSD), certo que acordos políticos têm que ser cumpridos. Mas esse tipo de acordo bem que poderia vir com a capacidade técnica do indicado ser à toda prova! Ou seja: que Gustinho indique quem quiser, desde que seja quem tem capacidade de gestão, né isso?
E mais (2): será que uma história séria, ética, sem máculas na política como a do clã Mitidieri, cujo pai, Luiz, tem um nome a preservar, cuja irmã, Maisa, tem um nome a preservar e, enfim, cujo o próprio Fábio tem um nome a preservar, pode se dar ao luxo de ver uma gestão na DESO desse naipe, sem disposição para fazer contratos emergenciais que atendam à população supostamente por conta desses contratos serem mais fiscalizados que os demais?
Até porque, a renovação dos contratos de medição de consumo e de cobrança das contas da DESO já foi feita. Já os contratos emergenciais para desentupimento da rede de esgoto, não! E como ouvir o povo nunca é demais, que o governador perceba que a ética tem que estar acima dos acordos políticos.
E que o seu governo não pode estar à mercê de quem quer que seja, ainda mais quando a competência inexiste e os indícios de ‘bagaceira no meio da feira’ são tão acintosos! Se Fábio deixar isso ocorrer com seu governo, aí esse tipo de inação da parte dele se assemelha a chantagem, pura e simplesmente! Precisa desenhar?
1 Comentário
Ribeiro Filho
A privatização da Deso é inevitável fazer contrato para parceria público privada não vai resolver o problema, apenas vai funcionar como uma paliativo temporário. Os gestores públicos vão continuar desmontando a empresa e destruindo suas finanças. Tem que colocar a Deso à venda urgente.