Emília, Linda, Yandra, Simone e Danielle, o Dia da Mulher e 5 fatos que mostram que, além das comemorações, a sociedade segue precisando de transformações

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, já foi amplamente celebrado nesta quarta. Mas a proposta de AnderSonsBlog, para além da celebração, é fazer um alerta sobre o quanto a condição da mulher precisa evoluir para que tenhamos uma sociedade digna de ser chamada de justa, entende, leitor e leitora?

Por isso mesmo a nossa editoria escolheu 5 mulheres – seria impraticável, apesar de muito merecido, fazer uma lista maior – que são destaque na política e na vida pública, mas que, mesmo assim, são vítimas, seja de forma direta ou enviesada, do sofrimento que imbecilmente segue afetando o conjunto das mulheres na sociedade.

Vamos lá, então?

Vereadora Emília Corrêa (Patriotas) – a parlamentar por Aracaju, lagartense de nascença que é, tem uma posição clara na Câmara de Vereadores da capital: ela é oposição! E não é raro que, no afã de parecer mais realista do que o rei, alguns governistas tratem as críticas de Emília como sendo “agressivas”. Ora, ora, apesar de muito pouco concordar com os posicionamentos de Emília em relação a gestão de Edvaldo Nogueira (PDT), AnderSonsBlog não consegue ignorar que as falas dela são legítimas, inclusive legitimadas pelos votos que ela obteve, e que ao trata-la como “agressiva”, os seus adversários tentam, no final das contas, é diminuir seu papel de vereadora. Um absurdo! Mas, enquanto isso, e ainda bem, ela segue lá, linda e maravilhosa, fazendo o que a sociedade lhe confiou fazer: sendo oposição! E que siga, assim, Emília!

Deputada estadual Linda Brasil (PSOL) – já a deputada Linda Brasil, primeira mulher trans da política sergipana a galgar cargos eletivos, tem uma espinhosa missão: combater o preconceito tão arraigado na nossa sociedade. E seus oponentes, para tentar diminuir seu mandato – ou sua mandata, como ela prefere – tentam impor nela a pecha de uma figura caricata. Nada mais improdutivo do que isso, pois enquanto alguns ladram – e, cá entre nós, se não for por questões fundamentalistas religiosa ou ideológica, alguém já viu uma mulher se incomodar com uma mulher trans? –, Linda segue lá, com o perdão da redundância, linda e maravilhosa, executando o papel que seus eleitores lhe confiaram. Em frente, Linda!

Deputada federal Yandra Moura (UB) – a primeira mulher eleita deputada federal, ao lado da delegada Katarina Feitoza (PSD), em Sergipe foi campeã de votos e já fez história em Sergipe. Mas, não raro, alguns da política tentam tratar a eleição de Yandra como uma mera consequência da força política de seu pai, André Moura. Lógico que André teve e tem papel fundamental na ascensão política de Yandra. Mas esses “torcedores de bico” esquecem, propositadamente, que Yandra vem de uma família de políticos que teve seu pai como ex-prefeito de Pirambu e ex-federal; seu avô, o saudoso Reinaldo Moura, como ex-estadual; sua avó, Lila Moura, também ex-estadual; e sua mãe, Lara Moura, inclusive sendo prefeita reeleita de Japaratuba. Ou seja: a herança política de Yandra não só não se resume apenas no espólio do pai, como também tem no seio familiar uma predominância feminina que, com certeza, também contribuiu para sua eleição. E, no final das contas, ainda que tentem minimizar a sua eleição, Yandra segue lá, linda e maravilhosa, senhora de seu mandato, de seu salário e de suas decisões, elevando a bandeira da luta pela mulher a patamares cada vez mais altos. Manda ver, Yandra!

Prefeita Simone de Dona Raimunda (PSD) – a gestora de Riachão do Dantas é uma sobrevivente eleitoral danada de forte! Derrotada numa eleição regular por conta de abusos econômicos e políticos dos seus adversários, conforme depois a Justiça provou, Simone venceu uma eleição suplementar e se reelegeu prefeita de Riachão quase que por aclamação. Mas, de origem humilde e com pouca tradição política, apesar de sua mãe, Dona Raimunda, ter sido vereadora na cidade, os seus adversários diziam que uma simples professora não poderia comandar os destinos da cidade. E que ledo engano: Simone segue lá, linda e maravilhosa, administrando um município pobre e cheio de dificuldades com muita maestria, a ponto de estar preparando – e aqui vai um alerta de spoiler – um Festival de Inverno que chamará a atenção de todo o País, além de ter conseguido atrair um investimento turístico que entrará para a história de Sergipe, basta aguardar para comprovar. Então, Simone, siga mandando bem demais como você já vem fazendo, beleza?

Secretária Danielle Garcia – apesar de ter vivido duas derrotas eleitorais, para prefeita de Aracaju, em 20, e para senadora, em 22, Danielle Garcia, o nome do Podemos em Sergipe, não abaixou a cabeça em nenhum momento. E se mantem na vida pública com altivez e firmeza, como tem que ser, ora pois! Mas não é que seus detratores andaram considerando que ela “sucumbiu” ao poder por ter aceitado o cargo de secretária Especial de Políticas Públicas para Mulheres? Mas tem cabimento um negócio desses? Veja, leitor e leitora, se Danielle sempre empunhou a bandeira da defesa da mulher em suas campanhas, é mais do que lógico aceitar o convite do governador Fábio Mitidieri (PSD) para assumir a secretaria criada para esse fim. Então nem adianta tentar diminuir a importância do papel de Danielle porque ela segue lá, linda e maravilhosa, fazendo o que acredita, como tem mesmo que ser! Pra cima, Danielle!

E após esses bons exemplos de que já evoluímos, mas ainda temos muito o que evoluir, a nota triste é que, segundo o portal G1, “o Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021, aponta levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. São 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 6 horas, em média”.

Por isso cabe a convocação: além das 5 mulheres citadas acima, todas as demais e todos os homens também precisam se incumbir da missão de reduzir a violência contra a mulher.

Legislação endurecida, educação evoluída e políticas públicas melhoradas, enfim, tudo o for possível e mesmo o que parecer impossível tem que ser feito para que, em 8 de março de 24, além de escolher outras mulheres para serem homenageadas pelos papeis que desempenham na vida pública, AnderSonsBlog possa vir aqui comemorar, além da data em si, a redução e – sonho imensamente desejado – quem sabe até o fim do feminicídio! Que assim seja e até 24!

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