ESPECIAL VALE DO CAPÃO – Duma estrada longa, com trecho ruim demais na reta final, surge um lugar realmente diferenciado incrustrado no coração da Chapada Diamantina

Leitor e leitora, aqui nada de guia turístico tradicional. Nos próximos dias, entre um texto e outro sobre outros assuntos, AnderSonsBlog vai lançar textos absolutamente aleatórios acerca de suas impressões do Vale do Capão, em Caeté-Açu, município de Palmeiras, na Bahia, na Chapada Diamantina.

Pra começar, o começo: partindo de Aracaju, cerca de 650 km. Sozinho no carro, parando pouco, faz-se em 12 horas de boas, sem agonia e sem correria. O caminho é básico: BR 101 sentido sul, cruza-se a fronteira entre Sergipe e Bahia em Cristinápolis, segue-se até Alagoinhas, depois Feira de Santana e, aí, BR 116. Dois caminhos a percorrer: ou segue a 116 até a BR 242, ou quebra-se na Estrada do Feijão, rodovia estadual baiana – ótima, por sinal, até Ipirá, seguindo daí até Itaberaba, a porta da Chapada.

Mais uns 180km até a entrada para Palmeiras. E é chegando em Palmeiras, município em que fica o Vale do Capão, que se tem a última e mais traumática experiência na estrada: o pequeno trecho entre Palmeiras e o Capão é simplesmente terrível, especialmente após um período chuvoso, como foi o caso.

Estrada ruim não é problema diante da beleza que ela vai descortinando do Vale do Capão

Mas não se engane: quanto pior a estrada vai ficando, compensatoriamente o visual vai melhorando. E a imponência da Chapada literalmente se impõe: imensos paredões em meio a intensa vegetação. E aí vai ficando a tardinha – AnderSonsBlog deixou Aracaju às 5:30 – e a chegada se anuncia.

Pra conferir hospedagem, leitor e leitor e leitora, vai na internet que tá de ótimo tamanho. Pesquisa por ‘pousadas Vale do Capão’ que opções não faltarão. Por estar vindo passar uma semana hospedado pela família, a casa aqui não se movimentou pra pegar preços e que tais – alô gentes do ramo, se quiserem patrocinar, a gente aqui tá aí, viu?

Mas após a chegada e a inevitável dor nas costas que só a idade proporciona depois de 12 horas dirigindo de maneira quase ininterrupta, um banho – e a água do Capão, em qualquer lugar, sob quaisquer condições, é muuuuuuito boa mesmo! – e um breve descanso.

E, claro, em seguida uma visita à vila que referencia o Vale do Capão. Dia 11 de janeiro, véspera do início da novena de São Sebastião, padroeiro da localidade, mesas cheias, sons aos vivo, restaurantes e barzinhos, todos no entorno do Coreto da Praça, em frente a Igreja de São Sebastião, dão a letra: aqui é o lugar pra se relaxar e pra se encantar.

Cada comércio tem suas características próprias, mas todos juntos dão um charme exclusivo à vila do Vale do Capão

Tudo é muito arrumadinho, no sentido de arrumado de um jeito único, com cada comércio, cada barzinho, cada restaurante, casa de tatoo, salão de beleza, de venda de cristais e coisa e tal, tudo de um jeito único que, estando lado a lado, formam um todo mais único ainda.

Mas como é a primeira noite, vamos de boas, “devargar, devagarinho”, como diria o Martinho da Vila, que não é a do Capão, mas bem que poderia: abrindo o apetite, gengibre com laranja, a Gengibrina (R$ 8), no ‘bequinho’ pequenino que é o Laricapão, com seus drinks topados. Lá também tem a Choconha – segundo o proprietário, faltou espaço na placa para o ‘que’, o que formaria o drink ‘Choconhaque’, se é que você, leitor e leitora, me entende. Além disso, a cachacinha Jamaica não deixa dúvidas: aqui a gente literalmente viaja, de boas, sem pressão e absolutamente por opção.

E aí, o Laricapão tem, ou não tem um dos nomes mais sugestivos que você, leitor e leitora, já viu?

Apetite aberto, a opção pra primeira noite foi ficar num petisco, pra não encher demais a pança: pastel de palmito de jaca com queijo (R$ 10). Fantástico em termos de festa pras papilas gustativas.

Daí foi direto por sono dos justos e pra uma certeza: ainda tem muito o que se falar sobre esse lugar nesse ESPECIAL VALE DO CAPÃO nos próximos dias. Ficaê e confere, beleza? Mas, pra dar um gostinho, tem dois vídeos brutos  e não editados pra que se sinta a vibe local!

 

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1 Comentário

  • David Leite

    12 de janeiro de 2024 - 10:37

    Amigo, foram quatro finais de ano neste lugar maravilhoso (entre 2015 e 2020, ficando numa casa a 1km da Vila, o que nos deixava ainda mais isolados do burburinho. Fazia tempo que não via céu tão límpido, ao ponto de ver demarcada as luzes da Via Lactea, sem lombração… um lugar místico, cheio de boas energias, pulsante de arte e cultura e cosmopolita, por abrigar gente do mundo todo e até, dizem uns e outra, extraterrestres, que nunca vi, confesso, lamentavelmente. Boa viagem, abraços no coroa. Ailoviú.

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