Fábio Mitidieri tem que chamar pra si a Fundação Hospitalar de Saúde e parar com esse negócio de transferir responsabilidades pro MP e pro Judiciário! Tá feio isso!

Um bom e antigo amigo de AnderSonsBlog – cujo nome será preservado pelo fato dele ocupar um importante cargo eletivo no momento – tem a capacidade de traduzir pro popular aquelas máximas envoltas num ar de intelectualismo de boutique. Na verdade, esse amigo é um expert em filosofia de boteco.

Assim, quando alguém vem com o vetusto e empolado “governar é assumir responsabilidades”, esse amigão rebate: “porra nenhuma! Governar é comer a bronca com farinha e não se fala mais nisso!”.

Pois é, né? Tem quem discorde da clareza desse amigo de AnderSonsBlog? Então, por isso que daqui vai um petardo pro governador Fábio Mitidieri (PSD): amigo, “coma as broncas” de seu governo!

E porque este site lança esse alerta? Simples: nesta semana, em entrevista a André Barros e Priscila Andrade, na Transamérica FM, Fábio voltou a tocar na questão da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe (FHS).

Para o governador, os quase 6.000 pais e mães de família que por lá estão têm que aguardar uma solução, posto que, segundo Fábio, seu governo, através da sua procuradoria, vai buscar um acordo para prorrogar o contrato da FHS junto ao… Ministério Público do Estado de Sergipe (MP/SE)!

Ok, é um discurso bonitinho e coisa e tal! Só que escarafunchando a internet, AnderSonsBlog encontra no vizinho Blog do SS (leia AQUI), do petista de quatro costados, mas também jornalista e articulista muito acima da média, Silvio Santos, um texto esclarecedor.

Vamos a um pequeno trecho dessa pequena obra prima da transparência informacional: “No caso em tela o MP/SE, há anos, ajuizou uma ação civil pública, pedindo a extinção das Fundações de Saúde, questionando as leis que as criaram. Tempos depois, na mesma linha, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), entrou com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF, alegando a inconstitucionalidade da lei que criou as Fundações de Saúde em Sergipe. Essa ADIN foi julgada recentemente e o Supremo decidiu por UNANIMIDADE, como IMPROCEDENTE. Ou seja, as Fundações de Saúde de Sergipe são legais e legítimas”.

E veja, leitor e leitora, o fato do MP/SE pedir esclarecimentos e até mesmo ajuizar uma ação não são impeditivos de forma nenhuma para que o governo estadual assuma suas responsabilidades acerca da FHS.

Muito pelo contrário, pois quanto mais o governo “for pra cima”, quando mais “comer a bronca” da FHS, menos o MP/SE terá razões para pedir esclarecimentos e ainda menos razões para ajuizar ações contra a FHS. Isso é uma questão de gestão e ponto!

Aliás, pra sermos ainda mais claros, vale destacar que o comportamento de Fábio em relação a FHS se assemelha demais a forma como ele trata a DESO. Veja, leitor e leitora, se a DESO causa problemas para a população, a culpa não é da DESO isoladamente. A culpa é do governador que não chama o feito a ordem e não dá um choque de gestão para que a DESO faça corretamente a sua parte!

Assim, se o governador tem preferência por Organizações Sociais, as famigeradas OS’s, pra gerir a saúde em sua gestão, ele que assuma isso, que “coma a bronca” e que diga que não concorda com o trabalho dos quase 6.000 profissionais que atuam da FHS. Agora, jogar a culpa dos problemas da FHS pra cima dela mesma ou, pior ainda, pra cima do MP/SE é que não dá!

Pra fechar, valem três lembretes: 1 – a FHS foi criada no governo do saudoso Marcelo Déda pelo então secretário de Saúde e hoje senador Rogério Carvalho (PT) – sim, aquele mesmo que disputou com Fábio o 2º turno das Eleições 22; 2 – a lei que regulamentou a FHS sergipana serviu de referência para o governo federal criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que gere nada mais, nada menos do que 40 (!) Hospitais Federais espalhados por todo o Brasil; e 3 – assim como a Ebserh não é perfeita, mas também não apresenta problemas insanáveis em suas atividades, a FHS também não precisa ser perfeita, mas quaisquer problemas que nela surgiram após a sua criação não podem ser atribuídos à lei que a criou, mas às gestões que por ela passaram ao longo dos anos e até mesmo à gestão que por lá está exatamente agora, ora pois!

E é nesse terceiro ponto que chamamos a atenção novamente: gestão, governador, gestão! O que resolve problemas é gestão! E se nada for feito nesse sentido, ficará no ar um certo jeitão de revanchismo contra a FHS e contra os quase 6.000 trabalhadores e trabalhadoras de lá apenas e tão somente pelo governador ter preferência pelas OS’s ou pelo fato da FHS não ter sido uma ideia dele, mas de um adversário, vai saber?!?!?!

Assim, “caia pra dentro”, “coma a bronca” e resolva o imbróglio com a FHS a partir de sua própria gestão, Fábio! Vai ficar bem mais bonito se o governador chamar pra si uma responsabilidade que, em última instância, já era dele, né mesmo? Pra frente!

 

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