Laércio Oliveira, no Senado, fez nesta quinta, 6, uma ação histórica: abriu discussões sobre a dependência extrema do Brasil da importação de fertilizantes

Uma semana de foco total na Câmara dos Deputados. Assim pode se resumir esse período que termina com o “sextou” de hoje, já que a aprovação, em 1º turno, da Reforma Tributária chamou todos os holofotes do Congresso para si.

Mas, não obstante a isso, e como já estava marcada anteriormente, ocorreu também no Congresso, mas nesse caso no Senado, uma sessão temática proposta e devidamente presidida pelo senador Laércio Oliveira (Progressistas) para debater a questão da fabricação de fertilizantes em território nacional.

Antes de prosseguir, uma reminiscência fundamental: corria ali o ano de 10, o saudoso Marcelo Déda era governador, e os olhos dele brilhavam quando se mencionava um nome: Projeto Carnalita! E, naquele caso, o que se discutia nada mais era do que a independência brasileira na produção de fertilizantes a partir de uma nova técnica para a extração de potássio a partir da injeção de água no subsolo.

Coisa grande demais, com investimentos bilionários – e isso em termos de bilhões de dólares, viu? – e com a capacidade de fazer uma redenção econômica jamais vista para Sergipe, que passaria a suprir quase que a totalidade do potássio necessário para a fabricação de fertilizantes num volume capaz de suprir as necessidades do Brasil todinho. Uma coisa linda demais!

Mas aí Déda se foi, em 13, o entusiasmo diminuiu, a crise veio, o projeto foi esquecido e, pra completar o desmantelo, a Fafen de Sergipe – e a da Bahia também – foi privatizada, sendo que a fábrica de fertilizantes era uma espécie de farol que servia como guia a essa fundamental matéria prima para o fortalecimento do agro no Brasil.

Aí cortamos para 2021, quando a Unigel inicia as operações da antiga fábrica da Fafen. E aí cortamos mais rapidamente para 2023, quando a mesma Unigel encerra as suas atividades, alegando o preço do gás elevado e inviabilizando economicamente as operações industriais.

Olha só, leitor e leitora, o assunto pode até parecer complicado, mas dá para descomplicar. Primeiro é preciso passar um carão nessa turma que diz professar um liberalismo efetivo, mas que é muito mais adepta de um liberalismo de boutique, isso sim!

Sim, porque um setor tão importante como o agronegócio brasileiro, que se gaba, de forma correta, por alimentar 800 milhões de pessoas pelo mundo adentro, deveria entender que a dependência da importação de mais de 80% dos fertilizantes utilizados é um risco enorme a atividade como um todo.

E dito isto vamos retomar a posição do senador Laércio Oliveira, este sim um liberal responsável – e muitas vezes injustiçado pelas suas posições, mas isso é tema para uma outra postagem –, com a percepção clara de que as leis de mercado devem prevalecer, mas com o Estado fazendo a sua parte com responsabilidade. E por isso mesmo que a sessão temática que ele propôs e presidiu no Senado tem um caráter realmente histórico.

É que parlamentares e especialistas no assunto reconheceram dois projetos de Laércio, o Profert, que garante incentivos para todo investimento que se concentre na implantação, ampliação, modernização e o escambau em relação a produção de fertilizantes e seus insumos; e o Proescoar, que garante também incentivos para a produção, escoamento e consumo de gás natural.

Veja bem, leitor e leitora: com esses dois projetos, além de se garantir um necessário aquecimento para a indústria de fertilizantes, de forma a garantir também sustentabilidade à produção agrícola nacional independente do mercado externo – severamente prejudicado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, já que os russos são grandes produtores de fertilizantes –, também apontam para o desenvolvimento pleno dessa indústria aqui em Sergipe.

É que com o gás natural sendo incentivado, os preços caem e uma Unigel, por exemplo, pode voltar a produzir e gerar empregos em Sergipe. Além disso, com o gás mais barato, se passa a ter a energia necessária para que um Projeto Carnalita possa, finalmente, sair do papel.

Entende agora o porquê de AnderSonsBlog classificar a sessão temática de Laércio Oliveira sobre fertilizantes como histórica? É que a pauta é tão importante que precisa unir todos os polos ideológicos brasileiros e sergipanos por se tratar de um assunto que garantirá “apenas” a capacidade de produzir cada vez mais e melhor do nosso agronegócio.

E que o saudoso Déda, de onde estiver, possa abençoar e iluminar as cabeças decisórias da política nacional para que todos, sem exceção, se unam em torno desses projetos. Sergipe ganhará imensamente, o Brasil ganhará gigantescamente, e o mundo inteiro, especialmente aqueles que precisam de comida em suas mesas, agradecerá penhoradamente. E tenhamos dito!

 

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