A primeira reunião dos prefeitos eleitos da Grande Aracaju sobre o tal Consórcio do Transporte Público, ocorrida na segunda, 11, foi bem proveitosa. É que os futuros gestores deram um passo em direção de um caminho que promete ser tortuoso, mas que precisa ser trilhado.
Melhor, nem é que precisa ser trilhado, é que obrigatoriamente terá que ser percorrido. A licitação em curso, feita pela gestão de Edvaldo Nogueira (PDT), prefeito de Aracaju, tá cheia de problemas identificados pelo TCE/SE e ratificados pela Justiça. Ao mesmo tempo, independente da licitação ou não, a atual formatação do transporte público nessa importante região de Sergipe tá mais do que saturada e sucateada.
Assim, pro ano de 25 não tem jeito que dê jeito: ou a Justiça autoriza a remodelação da licitação em curso, ou as gestões da Grande Aracaju terão que fazer nova licitação sob pena de, caso nada seja feito, o transporte simplesmente colapsar e a população acabar pagando por algo que não é culpa dela – além de já pagar uma tarifa tão salgada quanto as águas da praia de Atalaia, só pra ficar num exemplo prosaico.
Mas é preciso ainda mais: todos os que assumirão as suas respectivas prefeituras em 25 têm o dever, diríamos, até cívico de colocar de lado todo tipo de questão que possa atrapalhar as discussões vindouras, a começar pelas supostas ‘sabedorias’ demais sobre tão complexo tema.
Assim, embora Aracaju, com Emília Corrêa (PL), seja a maior cidade do consórcio, com uma representatividade de coisa de 70% do total; embora Socorro, com Samuel Carvalho (Cidadania), seja a segunda maior cidade da região; e embora São Cristóvão, com Júlio Junior (União), seja também ponto nevrálgico no sistema de transporte, todos esses, sem exceção, precisam ouvir muito o que Airton Martins (PSD) têm a dizer sobre o assunto.
E não é por nada não, uma vez que a Barra dos Coqueiros é a menor das cidades em questão. Mas o fato é que Airton é, de longe, o único que já encarou essa problemática no seu cotidiano como gestor. Aliás, na sua primeira gestão, entre 05/08, surgiu exatamente no meio do caminho uma ponte, a Construtor João Alves. Ali começava a dor de cabeça pra resolver uma verdadeira bomba relógio que continua ali, no seu tic-tac-tic-tac constante e inapelável.
Nas suas duas gestões seguintes, 13/16 e 17/20, Airton sofreu junto com a população barracoqueirense as agruras de um transporte público deficitário e que sempre penaliza os que estão na ponta do serviço, justamente a população.
E uma prova dessa expertise de Airton Martins foi apontada por ele na reunião dessa semana: o prefeito eleito da Barra expos que algo que foi previsto no edital da atual licitação, que seria o fim do transporte tipo Lotação, é simplesmente algo inviável, pois afeta o trabalhador desse tipo de transporte e, principalmente, atinge em cheio a população que, em muitos casos, prefere mesmo andar de táxi-lotação do que de ônibus por questões variadas que vão desde o tempo da viagem até o fato de, muitas vezes, passageiro e motoristas se conhecerem, ora pois!
Mas essas observações deste AnderSonsBlog não visam dar a Airton algum tipo de poder sobre o consórcio, de maneira alguma! Esse, digamos, comando tem que ficar mesmo é a cargo de Emília, pois ela será a gestora da maior cidade dentre as interessadas e envolvidas no assunto.
Mas é inevitável fazer o seguinte alerta tanto a Emília, como a Samuel e a Júlio: na hora de resolver um problema gigantesco e que só tende a crescer, afinal a população também não estanca o seu crescimento e precisa, enfim, circular livremente usando o transporte público, ouvir a voz da experiência é sempre um ótimo começo. E experiência de sobra em relação a transporte público quem tem mesmo é Airton Martins. E que siga o baile!