A política sendo política acaba operando pra desqualificar quem quer que seja, desde que isso seja do interesse desse ou daquele projeto… político! E não seria diferente neste ano da graça de 23, que antecede o ano eleitoral de 24, pois, pois!
E é aqui que chegamos a Luciano Correia, presidente da Funcaju, responsável por um belo trabalho de retomada do setor cultural aracajuano severamente punido com a pandemia.
Mesmo tendo feito uma reconhecida democratização no espalhamento dos recursos da Lei Aldir Blanc, responsável pela sobrevivência de centenas e centenas de artistas, neste ano o rapaz só tem apanhado. Primeiro o pegaram pra “Cristo” num episódio que não vale a pena nem detalhar, de tão risível que foi.
Imagina que um determinado segmento cultural, com seus aliados à esquerda, queria porque queria que Luciano fosse cabrestável. Ora, ora, logo um cabra forjado justamente nas lutas esquerdistas iria cair numa esparrela dessas? Então, Luciano deu de ombros, confirmou que o direcionamento da Aldir Blanc seguirá o mesmo critério de maximizar o total de setores beneficiados e não se fala mais nisso.
E AnderSonsBlog atesta e dá fé a essa atitude corajosa de Luciano, viu? Aonde já se viu querer priorizar este ou aquele setor em detrimento dos demais? A isso se dá o nome de ação republicana, democrática na sua essência. E nem adianta espernear.
Mas talvez por ter ferido o ego inflado de quem se acha merecedor de mais benesses do que os demais mortais, a artilharia contra o presidente da Funcaju se renovou: agora querem culpar o rapaz – e por tabela o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) – pelo fato dos cachês pagos a artistas sergipanos, que estiveram nos palcos comemorativos pelos 168 anos da capital, serem menores do que os que foram pagos aos artistas ditos nacionais – na verdade todos são artistas, locais, nacionais ou mesmo internacionais.
Só que, em caso de Luciano ceder as pressões, aí é que o bicho pegaria pesado e tanto ele como Edvaldo poderiam ser rapidamente criminalizados. Duvida? Então senta e acompanha a explicação.
Nenhum governo, prefeitura ou órgão público que realiza evento festivo pode definir o valor a ser pago aos artistas que deseja contratar. A única, digamos, liberdade que compete aos gestores públicos diz respeito à escolha do line up, da escalação para tais eventos.
Daí que, com os nomes definidos, passa-se a fase de contratação. E cada artista, independente de seu nome, histórico e espaços midiáticos que ocupe, é obrigado a apresentar três notas fiscais recentes de shows que realizou. Essas notas, emitidas pelo artista ou pela empresa que o representa, tem seus valores somados, depois esse total é dividido por três e, enfim, se chega a média do preço do cachê de cada artista. Simples, né?
“Ah, mas isso é injusto”, pode alguém questionar. Ok, mas a legislação é essa e tanto Luciano como Edvaldo são gestores e não legisladores. Ou seja: eles são obrigados a respeitar o que exige o TCE/SE para efeitos de fiscalização.
E já imaginou se algum gestor pudesse pagar quanto ele quisesse e a quem ele quisesse, a panelinha que isso geraria? Aí sim a grita seria imensamente maior e teria razões reais para acontecer.
Mas enquanto as regras forem essas, não dá pra reclamar. E, para ter cachês maiores, artistas precisam comprovar que o mercado, essa mão invisível e terrível para muitos, mas evidentemente eficaz nesses casos específicos, considera que, independente de talento até, tal artista merece receber valores maiores por suas apresentações. Simples demais, né não?
Então, se a ideia dos detratores for seguir o processo de crucificação de Luciano Correia, que arranjem outros meios. E, Luciano, siga firme fazendo o certo! Deixe que, como contrapartida, pode ser que as mentes sãs e desinteressadas de política-eleitoral se manifestem pela sua canonização, ainda em vida, é claro, cabra bom! Sem mais!
2 Comentários
Ribeiro Filho
Tudo bem que o jornalista queria aqui fazer a defesa do Prefeito de Aracaju, Eduvaldo Nogueira e do presidente da Funcaju, Luciano Correa, acerca dos valores dos cachês pagos para os artistas de projeção nacional e o único grupo sergipano que se apresentaram no aniversário da capital. Ninguém colocou em julgamento a diferença astronômica do cachê da banda Coletivo de Mulheres no Samba, para o de Seu Jorge e Xande de Pilares. O que você jamais veria na Bahia ou Pernambuco, seria numa festa pública patrocinada com dinheiro público, o gestor gastar 98, 4 % do total investido, com artistas de outro estado, e apenas 1 4 % nos artistas locais. Quando esse gestores forem fazer outro evento com dinheiro público respeitem pelo menos a proporcionalidade de 50 %, dos gastos.
Respeito é bom e o artista sergipano merece.
Roque
Que texto ruim, meu Deus! Jornalismo sergipano virou assessoria de imprensa mesmo